Antes de estourar nas paradas
de sucesso do Brasil com a música Ouro de Tolo, no início dos anos 70, de virar um ícone do rock e pop nacional, Raul Seixas, foi produtor de discos na CBS,
principal gravadora do país na época.
Além disso, usando o nome de
Raulzito, o artista compôs em torno de 70 canções para cantores e bandas da
Jovem Guarda, como Jerry Adriani, a
dupla Leno e Lilian, Diana, José Roberto, Odair José e Renato e Seus Blue Caps.
Dentre as canções de autoria
de Raul para esses artistas, estão Playboy, obrigado pela Atenção, (as duas gravadas pela banda de Renato) Ainda
Queima a Esperança, Doce de Coco e Tudo Acabado.
Aliás foi Jerry Adriani, de
quem se tornou um grande amigo, que “descobriu” Raul Seixas em Salvador.
Raulzito tinha uma banda, agradou
o cantor da Jovem Guarda e este o convidou para o Sudeste. Atendeu o convite,
passou a acompanhar Adriani em shows e terminou virando executivo da CBS.
Fernando Morais, na biografia
do mago Paulo Coelho, conta essa história. O autor de “Brida” e outros livros
que vendem como água disse ao jornalista que Raul na época era meio careta, nem
tinha experimentado um “baseado” ainda.
Fato é que Raulzito colaborou
com o sucesso da Jovem Guarda, produzindo inclusive anualmente o disco “As 14 Mais”, uma
coletânea que nos anos 60 vendia quase tanto quanto os discos de Roberto
Carlos.
Eram os dois principais
produtos da CBS: o disco do “rei”, no final do ano, e o LP com uma seleção de
músicas de ídolos da Jovem Guarda.
Odair José, em uma de suas
entrevistas na televisão, fala sobre a convivência que teve com Raul.
“Tudo Acabado” está no disco
de Odair de 1970, um álbum muito bom, com músicas românticas influenciadas pelo
movimento liderado por Roberto, que por sinal no início dessa década já tinha
encerrado seu círculo.
Além de compor a canção que
abre o álbum do futuro “cantor das empregadas”, Raulzito produziu todo o disco
que, hoje se sabe, tinha por trás um cara com muita visão do que é música.
Depois o Raulzito virou Raul
Seixas, se tornou conhecido nacionalmente
com “Ouro de Tolo”, lançou três discos impecáveis, outros com altos e baixos,
deixando uma marca muito forte na música popular brasileira, apesar de ter dito
em uma de suas canções que não fazia parte da “linha evolutiva da MPB”.
O maluco era beleza, mesmo.

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