Sou ruim de contas. Mas...
não era para sê-lo. Pelo menos nessa dimensão. Até por que, também, trabalho
muito com elas.
Afinal, também, sou
empresário, há décadas, além uma série de “ex’s.” Que precisavam fazer contas.
Tive excelentes mestres em
contas no meu Curso Ginasial, e, lá, na frente, no meu Curso Clássico. Que dele
quis correr para o Científico.
A Secretária do Colégio...
Sim, ele mesmo, Diocesano de Garanhuns, quis saber do porquê desse meu súbito
desejo.
Em princípio, pensei em não
responder. Afinal, que direito tinha ela em querer sabê-lo?
De repente, as regras ditadas
por minha mãe aos seus seis filhos, à minha mente: “Meus filhos, procurem ser
educados e tolerantes com as pessoas, mesmo diante de suas eventuais
intromissões em suas vidas.”
E,... amável. E,... educado.
Eu respondi: “Não quero ser mais advogado, professora. Agora, quero ser médico.”
E isso eu dizia, não sem
tremer, amiúde, à sua cólera e à sua indignação, saudosa que estava, com
azedume, e com um olhar de soslaio e malevolente pra mim.
“Vá pra sua sala de aulas,
menino! Não está vendo que você não tem cara de médico?”
Salvou-me, sem propósito,
acredito. Eu, médico?
Outro dia, li que Rubem Braga
dissera que matou um rato na Pensão de Dona Bertha com o canudo de seu Diploma
de Bacharel em Direito.
“Eu sabia qu’essa merda ainda
servia pr’alguma coisa.” Teria dito, irritado, o mestre cronista Afinal, um...
Longe de ser meu caso e de
tantos e tantas colegas. E de tantos e tantas amigos e amigas, que passaram
pela Casa de Tobias.
Numa das paredes de meu “cantinho”, para meu orgulho, lá está ele, à espera de fechar 50 aninhos, e tendo-me dado “d’comer” por muitos e muitos anos, a mim e a minha família. Apesar de eu, já, não raro, alquebrado, e de olhos inchados, tomado de estupor. Mas sem achar “o trabalho não só um fardo insuportável, como também a pior das degradações”, na infeliz expressão de Erico Veríssimo, em sua SAGA, talvez o mais controvertido de todos os seus romances, segundo ele próprio.
* Empresário. Acadêmico. Figura pública


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