Durante toda esta semana estamos publicando textos de personalidades de Pernambuco a respeito do ex-governador Eduardo Campos, que se estivesse vivo teria completado 55 anos na última segunda-feira. Segue o artigo assinado por Guilherme Rocha:
O ano era 2006 e o dia
primeiro de outubro. Tinha eu 16 anos de idade e queria fazer valer o direito
que estava assegurado pela Constituição de 1988. Aquele domingo de eleição foi muito especial
pra mim. Algo me dizia que, a partir dali, a esperança começava a se renovar na
política. A ansiedade me fez acordar bem mais cedo do que de costume. Na
companhia dos meus pais e dos meus dois irmãos, chegamos ao Colégio São Luís,
no Bairro das Graças, no Recife, meu local de votação. Votei em Eduardo Campos
para Governador de Pernambuco, meu primeiro voto. Aquela eleição marcou minha adolescência e
nunca mais saiu da minha memória.
Poucos anos depois, mais
precisamente no dia 27 de maio de 2010, estudante de Direito da Universidade
Católica de Pernambuco, quis o destino que eu fosse fazer parte da equipe de
oficiais de gabinete do Governador Eduardo Campos. E o que era para ser mais um
cargo, virou uma escola, no sentido mais amplo que se pode imaginar.
Primeiro, porque os momentos
trabalhados com Eduardo foram comparáveis aos de um aluno para com um
professor. Presenciar reuniões com ele eram verdadeiras aulas. Segundo, por
causa da grande união que existia nos colegas de sua equipe no Palácio, seja na
Chefia de Gabinete, nos oficiais de gabinete, nos ajudantes de ordens, no
cerimonial, nos garçons. União esta causadora de uma empatia e felicidade que
nos remetem a tempos de colégio. Uma época alegre, de boas memórias, grandes
aprendizados e que não voltam mais.
Eduardo tinha prazer por
ensinar e ensinou a cuidar do povo. Todos que o conheceram sabem que ele era um
frasista. Nas suas famosas reuniões de monitoramento, ele repetia uma frase:
“Vocês podem entender de tudo, mas de gente eu entendo.” E ele entendia mesmo.
Sabia como lidar com o povo, como governar para o povo. Não foi à toa que
construiu escolas e hospitais na Região Metropolitana e no interior do Estado,
criou um revolucionário programa de intercâmbio para alunos de escolas públicas
estudarem no exterior; trouxe empresas de porte para Suape e concluiu a vinda
da Refinaria Abreu e Lima; incentivou a instalação de outros empreendimentos no
Agreste, Sertão, litoral Norte e fechou as negociações pra vinda da fábrica da
Jeep em Pernambuco, que foi inaugurada pelo governador Paulo Câmara ainda na
sua primeira gestão.
E foi este professor que
revolucionou a política brasileira e mudou a vida dos pernambucanos. Hoje, no
momento que vivemos, onde o que mais precisamos é saber cuidar de gente,
o Brasil sente falta deste professor !!!
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