PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS

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GOVERNO MUNICIPAL

EDUARDO CAMPOS, MEU AMIGO DO PEITO!!!

Por  Maciel Melo*

 “Sou um homem marcado/mas esta marca temerária/entre as cinzas das estrelas/há de um dia se apagar”.

O poeta Joaquim Cardozo definiu nestes versos o fim de um grande homem. Talvez até para expressar seu próprio fim. Mas as marcas de um grande homem jamais se apagarão, e as suas cicatrizes temerárias saram à medida em que o tempo cura a dor de sua nação. Seus gestos irão reluzir quando não houver mais nenhuma luz no fim do túnel, e aí, reacendem-se todas as palavras, todos os sorrisos, todos os abraços, e até mesmo o seu silêncio naquelas horas em que não se tem nada para dizer.

Pois bem, tive o privilégio de conviver com alguns desses grades homens, dentre eles, Miguel Arraes de Alencar, Eduardo Henrique Accioly Campos e Luiz Inácio Lula da Silva. Três líderes, os quais aumentam meu orgulho de dizer que sou nordestino.

Com Eduardo, fui mais além, pois as admirações eram recíprocas. Éramos um poeta e um político; um poeta cidadão comum, e um político sensato, sensível, sincero e severo na hora de defender as razões do povo de sua terra.

Eu nasci no mesmo pé de serra onde nasceu outro grande guerreiro da liberdade: “Diógenes Arruda Câmara”, viemos do mesmo chão; um lugar por nome de Iguaraci que, na época pertencia ao município de Afogados da Ingazeira; ele nasceu no Sítio Riacho do Mel, e eu no Sítio Tamboril. Eu em 26 de maio de 1962, ele em 23 de dezembro de 1914, portanto, é daí que vem a força do meu canto.

Coincidências à parte, mas a numerologia sempre sublinhava o número treze em minha tabuada. Dia treze de dezembro nascia Luiz Gonzaga, o Rei Do Baião; num dia treze Miguel Arraes se despedia de nós, e também num dia treze Eduardo Campos em plena ebulição sai de cena deixando uma lacuna no cenário político do Estado de Pernambuco e do Brasil. Mas para nosso conforto grava seu nome como bom feitor nas páginas da história do povo do nosso Estado.

Lembro-me bem de uma ocasião em que o então governador Miguel Arraes comemorava seu aniversário na casa de Eduardo e estávamos lá também eu e Petrucio Amorim; lá pras tantas, após termos cantado e tocado tantas canções, Arraes pede pra que tocássemos alguma música de cunho social, e aí eu cantei uma canção intitulada “Reis e Rainhas” uma canção que fiz em parceria com Virgilio Siqueira:

“Digo sim à rainha dos ofícios, a arte

Digo não à rainha dos sacrifícios, a servidão

Digo sim ao rei dos convictos, o mártir

Digo não ao rei menor dos veredictos, o que se julga senhor

Digo sim ao rei da inocência,

o guri

Digo não ao rei da truculência,

o ditador

Digo sim e digo não, a reis e rainhas

De peito aberto me entrego

à rainha do crédito, a verdade

E beijo com lábios de fogo

a rainha das palavras

Liberdade”.

Eduardo era meu amigo e amigo de todos os pernambucanos. E  amigo é coisa que se guarda para sempre!

Não vamos desistir do Brasil !!!!

*Maciel Melo é cantor e compositor, autor das músicas "Caboclo Sonhador" e "A Poeira e a Estrada", dentre muitas outras canções gravadas por ele mesmo e por artistas como Fagner e Flávio José. 

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