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DANÇA COM LOBOS: DO SUBLIME AO ESPETACULAR



Por Altamir Pinheiro

A película cinematográfica Dança com Lobos é do ano de 1990  dirigido por Kevin Costner e seu artista principal também é Kevin Costner que na época estava com 35 anos de idade.  A virtude maior de Costner como diretor foi ter realizado um filme sincero e cativante  apesar dos aspectos que poderiam comprometê-lo. Esse filme  rendeu quase 200 milhões de dólares nos Estados Unidos e um total de meio bilhão  de dólares no mundo todo, isto apenas por ocasião de seu LANÇAMENTO nos cinemas. É, até hoje, o faroeste de maior bilheteria de todos os tempos, bem como o mais premiado, arrebatando sete prêmios Oscar e uma vasta lista de premiações no mundo inteiro. Filme com uma fotografia exuberante que arrebatou prêmios em muitos países e pode-se dizer que animou Clint Eastwood a voltar ao gênero com “Os Imperdoáveis”, que também foi premiado com o Oscar de Melhor Filme em 1992. 

O especialista em cinema faroeste, o cinéfilo paulista Darci Fonseca, nos faz um diagnóstico muito preciso desse venerado  filme e um dos aspectos apaixonante em o telespectador assisti-lo é presenciar como o enredo trata os índios com dignidade, ao contrário do que era costume em Hollywood. Vamos ao que tem a dizer o cinéfilo: fazer um filme apenas bonito não é tarefa difícil num tempo em que o cinema ganhou contornos do artificialismo dos comerciais de propaganda. Incutir, no entanto, à história a exata dose de lírica melancolia sem cair na armadilha da pieguice é o desafio que cineastas encontram e poucas vezes superam de forma tão bem sucedida quanto se vê em “Dança com Lobos” quando narra o descobrimento da vida na fronteira. Solitário, os momentos em que o personagem Dunbar(Kevin Costner) se diverte com suas únicas companhias, o cavalo Cisco e o reticente lobo “Duas Meias”  que o visita, evocam a pureza ainda não maculada pela maldade humana. 

A partir do momento   do lançamento do filme, de repente, não mais que de repente, Kevin Costner virou um astro da noite para o dia. Em sua sinopse  ele vive o personagem John Dunbar, um tenente da União, condecorado por bravura durante a Guerra de Secessão, mandado para um forte isolado na fronteira selvagem de Sioux. Dunbar (Costner) enfrenta uma série de perigos e trava contatos com uma tribo indígena que inicialmente parece hostilizá-lo. Acompanhado de seu cavalo Cisco e de um lobo com quem faz amizade, passa a ser chamado de "Dança com Lobos", pelos peles vermelhas. A convivência com os nativos faz com que o oficial ganhe respeito da tribo, principalmente depois de uma empolgante caçada de búfalos. Mas logo a cavalaria aponta no horizonte e Dunbar precisa enfrentar o maior dilema de sua vida. Em que pese suas 3 horas de duração, vale apena assisti-lo por ser um filme fascinante. 

Vai aqui uma provocação ao leitor desta coluna: qual o mais premiado western do cinema? DANÇA COM LOBOS ou  OS IMPERDOÁVEIS?!?!?  Produzidos em anos muito próximos, tanto um quanto o outro, respectivamente 1990 e 1992, esses dois faroestes juntos ganharam uma penca de prêmios Oscar como jamais o gênero western imaginou receber. Foram onze, no total, sete para o filme de Kevin Costner em doze indicações; e quatro para o de Clint Eastwood em nove nominações. Quem chegou mais próximo desses números foi Butch Cassidy, em 1969, que conquistou quatro Oscars tendo sido indicado para sete categorias. Porém Dança com Lobos e Os Imperdoáveis venceram em categorias consideradas mais importantes, como as de Melhor Filme e Melhor Diretor, tendo ainda Os Imperdoáveis  propiciado a Gene Hackman o de Melhor Ator Coadjuvante.  

Pessoalmente confesso que, esse é o tipo de Western que não me agrada muito, mas nem por isso acho o filme ruim, em hipótese alguma, pois é  TOP  DE LINHA.  Na verdade, ele é mais drama do que um faroeste propriamente dito. Kevin Costner protagoniza e dirige com maestria e que ainda acompanha uma  bela fotografia e trilha sonora com linda ciranda em torno dos lobos.  Não é à toa que foi  ganhador de sete Oscar como  melhor filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, montagem, som e trilha sonora.  São  três horas de projeção muito bem distribuídas em excelentes diálogos e cenas de ação de tirar o fôlego. A paisagem do filme é maravilhosa, a relação de amizade no filme é marcante. A parte em que Kevin Costner é capturado pelo exército e incorpora o espirito indígena é simplesmente impressionante. é um filme que deixa bem explícito o burro imperialismo americano, que destruiu culturas indígenas milenares. Na íntegra percebe-se que a intenção do diretor é retratar verdadeiramente os peles vermelhas.  Sem sombra de dúvida  é um baita filme que se tornou um marco do cinema. 

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