Essa agora é novidade. Reportagem do MSN notícias, baseada em fatos divulgadas pelo jornal O Estado de São Paulo, mostra que Bolsonaro e os filhos se incomodam até com o fato de alguns militares se destacarem no governo.
Não foi por outro motivo que Moro e Mandetta caíram: ciúme!
Vale a pena ler a íntegra da matéria do MSN Notícias:
Embora recorra com cada vez mais frequência a integrantes das Forças Armadas,
o presidente Jair Bolsonaro, influenciado pelos filhos, demonstra
incômodo com o destaque obtido por ministros militares apontados como “tutores”
e “bombeiros” de um governo que acumula crises. Para Bolsonaro, os auxiliares
fardados ficam com os louros do que considera “aspectos positivos” de sua
gestão, enquanto que ele e auxiliares civis afinados com o discurso ideológico
são atacados.
Bolsonaro, segundo apurou o Estadão, chegou a cobrar ministros
para que se manifestassem publicamente contra reportagens que citam críticas de
militares, de modo reservado, a ele e também como um contraponto aos
filhos.
Atualmente, três generais têm assento no Palácio do Planalto. São os
ministros da Casa Civil, Walter Braga
Netto, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo
Ramos, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. O trio atuou tentando contornar as crises
envolvendo os ex-ministros da Justiça Sérgio Moro
e da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich,
que deixou a pasta anteontem.
Na terça-feira, o trio de ministros militares prestou depoimento no
inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.
Moro afirmou que os três se dispuseram a conversar com o presidente para tentar
encontrar um consenso sobre a substituição de Maurício Valeixo no comando da
corporação.
De acordo com pessoas próximas ao presidente, as crises foram usadas
para ver reações e posicionamentos de seus auxiliares oriundos das Forças
Armadas. Segundo relatos, existe um trabalho de cruzamento do que sai na
imprensa e as movimentações internas em uma tentativa de rastrear as fontes.
No dia 25 de abril, o filho do presidente e vereador Carlos Bolsonaro
(Republicanos-RJ) reclamou publicamente no Twitter com uma indireta aos
militares. Na publicação, ele anexou uma reportagem do Estadão com o título:
“Saída de Moro e troca no comando da PF têm digitais do vereador Carlos
Bolsonaro”.
“Notaram que tudo que pega mal à primeira vista do público a imprensa
diz que eu estou envolvido, e tudo o que pega bem vai para a conta de uma
determinada ‘ala’? Alguém acha mesmo que apoiar Bolsonaro e não receber
críticas diárias da imprensa não é, no mínimo, incoerente”, escreveu o
vereador.
De acordo com interlocutores do filho do presidente, ele está convencido
de que a divulgação na imprensa da existência do “gabinete do ódio” – nome dado
ao grupo de assessores que mantém ligação com Carlos e que atua nas redes
sociais de Bolsonaro – teve a participação de auxiliares militares do
presidente, que têm a intenção de diminuir sua influência na comunicação do
governo.
“Será que acham que ninguém notou que a imprensa faz para esse grupo
exatamente o que ela diz que um ‘gabinete do ódio’ faz para o presidente, só
que neste caso com uma estrutura gigantesca e legítima, verdadeiramente capaz
de assassinar reputações pois fala sob o mantra da instituição?”, atacou
Carlos.
O recado do 02 foi reforçado com questionamentos do presidente a
ministros generais sobre por que eles não contestam notícias com críticas da
ala militar a ele. Apesar do incômodo, Bolsonaro segue recorrendo às Forças
Armadas para preencher cargos. Alega que a formação militar garante ética e
comprometimento com o trabalho, mas outro motivo é que, sem partido e sem
quadros qualificados em seu entorno, tem dificuldades para encontrar nomes para
posições-chave.
No mesmo dia em que Carlos fez críticas à ala militar, o ministro-chefe
da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, contestou no Twitter uma
reportagem do Estadão que revelava que oficiais-generais, em caráter
reservado, avaliavam que o presidente não recuperaria capital político após a
saída de Moro do governo. “Nenhum de nós: Heleno, Fernando, Braga Netto e Rêgo
Barros afirmamos isso”, escreveu citando respectivamente os ministros do
Gabinete de Segurança Institucional, da Defesa e da Cada Civil, e o porta-voz
da Presidência.
Chefe do GSI, general Heleno, no último dia 12, também contestou pela
rede social uma notícia da revista Veja negando que os generais tenha assistindo
ao vídeo de Moro para “alinhar versão em depoimento” à PF. “Não alinhei minha
versão a ninguém”, rebateu.
Diariamente, o presidente, nas primeiras horas da manhã, costuma enviar
links de reportagens e arquivos na íntegra dos principais jornais do País aos
seus auxiliares e cobrando explicações. Uma de suas reclamações mais frequentes
é que muitas vezes tomar conhecimento pela imprensa do que acontece em seu
governo.
No último dia 5, para se defender das acusações de Moro de que tentou
interferir politicamente na PF, Bolsonaro exibiu o seu celular com um trecho da
conversa com o ex-ministro. Na ocasião foi possível notar que no dia 23 de
abril, o presidente encaminhou links do Estadão e da Folha de S.Paulo
para Moro com a seguinte frase: “Amanheça bem desinformado”.

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