Entrou no catálogo
da Netflix, no final de fevereiro, o excelente filme espanhol A Trincheira
Infinita, com direção de Jon Garano, estrelado por Antonio de La Torre.
O longa tem três
horas, se passa quase o tempo todo dentro de uma casa ou num buraco, mesmo assim
prende a atenção do início ao fim, sem cansar ou dar tédio.
Isso por conta da direção competente, dos bons atores e de uma história real incrível, difícil de
imaginar ter acontecido.
Higinio, alfaiate
de uma cidade do interior da Espanha, está casado há poucos meses com Rosa. O
ano é 1936, quando eclode a guerra civil no país, colocando de um lado os
democratas e comunistas e do outro os fascistas do general Franco.
Denunciado por um
vizinho, Higinio chega a ser preso, mas aproveita um incidente provocado por
outro prisioneiro e consegue fugir.
Volta pra casa e se
esconde num buraco. Fica lá toda a guerra civil e quando esta termina, com a
vitória franquista, com medo de represálias continua em seu esconderijo.
Seu cativeiro, primeiro num
buraco na própria casa e depois em outro na residência do pai dura até a anistia de
1969, quando os delitos políticos são perdoados.
No total Higinio
passou 33 anos confinado, sem sair às ruas, pouco participando da criação de um
filho, envelhecendo sem poder ter uma vida de verdade.
Filme informa que
após a anistia foram revelados muitos casos semelhantes, de pessoas que
passaram 20 ou 30 anos escondidos em casa, com medo da ditadura de Francisco
Franco.
Receberam a
denominação de “homens toupeira”, porque quase todos usaram buracos para se
esconder.
As ditaduras
provocam situações desse tipo, são um horror e mesmo assim há quem as defenda; às vezes conscientemente, outras vezes sem noção do mal que os regimes
autoritários trazem.
Um grande programa para este sábado ou domingo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário