Cena de "Dois Papas"
Dois ótimos filmes que você
pode conferir na Netflix neste sábado e/ou domingo são “Negação” (2016) e “Dois Papas” (2019).
O primeiro é dirigido pelo
inglês Mick Jackson, conhecido por alguns trabalhos como Volcano – A Fúria e O
Guarda Costas.
Negação é baseado em fatos
reais e conta a disputa judicial entre o historiador David Irving, de
tendências nazistas e a pesquisadora Deborah Lipstadt.
Irving, que tem um jeito meio
louco que lembra o atual presidente do Brasil, é claramente um simpatizante de
Hitler, nega que o ditador alemão tenha determinado o extermínio de judeus e
leva Deborah ao tribunal por descredenciar seus trabalhos.
Longa é um bom filme de
tribunal, com boas atuações da atriz Raquel Weistz, que interpreta a
pesquisadora e Timothy Spall, no papel do historiador fascista.
Filmes de tribunal com boa
direção e atores de qualidade sempre são interessantes, ainda mais quando está
em discussão um tema importante como o holocausto.
DOIS PAPAS – Se “Negação”
vale a pena ser visto, melhor ainda é o filme “Dois Papas”, do brasileiro
Fernando Meirelles, conhecido internacionalmente por “Cidade de Deus”.
Longa mostra a amizade
surgida entre o Papa Bento XVI e Francisco, que representam duas correntes
diferentes da Igreja Católica.
O primeiro é um conservador, o segundo liberal,
mais ligado às correntes progressistas dos católicos.
As visões diferentes do mundo
e da igreja não impedem que os dois se entendam e se respeitem, construindo uma
relação de amizade que está acima das diferenças políticas ou ideológicas.
Filme foca mais em Francisco,
com lembranças do seu tempo de jovem na Argentina, o surgimento da vocação, a
convivência com a ditadura que matou mais de 30 mil pessoas, inclusive
religiosos, e a incompreensão de padres e leigos com Jorge Bergoglio, que
manteve relacionamento com militares para tentar salvar sacerdotes perseguidos pelo regime.
Nas conversas com Bento XVI,
antes de ser papa, o cardeal argentino demonstra tristeza e tinha o
sentimento de ter falhado com os padres, ao não enfrentar de maneira
mais firme a ditadura cruel.
O grande nome do longa
dirigido pelo brasileiro é o ator Anthony Hopkins, intérprete de Bento XVI. Ele
domina as principais cenas, como só os gigantes do cinema são capazes de fazer,
como é o caso de Marlon Brando em O Poderoso Chefão e Robert De Niro no recente
O Irlandês.
Ator que faz o papel de
Francisco, Jonathan Pryce também é muito bom e fisicamente parece muito com Jorge
Bergoglio.
Aliás, dois momentos
emocionantes do trabalho de Fernando Meirelles são os que mostram a escolha
dos papas pelos cardeais no Vaticano. Bento o primeiro da Alemanha, Francisco o primeiro da
Argentina e de toda América Latina.
Os dois filmes são não apenas divertimento de primeira, mas também têm conteúdo histórico que os tornam preciosos.
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