Homero Fonseca, jornalista dos mais respeitados do Recife e de Pernambuco,
escritor com ótimos livros publicados, foi convidado por Luís Nassif, conhecido
nacionalmente, para assinar uma coluna semanal no Jornal GGN, um dos sites
independentes mais conhecidos e lidos do país.
No texto
de estreia, Homero faz sua apresentação, já que não é tão conhecido em outras
capitais quanto na Veneza Brasileira.
Não
temos dúvida que o jornalista pernambucano muito irá contribuir com o GGN e
será um privilégio para o leitor de outros grandes centros conhecer a escrita impecável
do jornalista Homero Fonseca.
Segue a
primeira coluna assinada pelo pernambucano no Jornal GGN:
Honrado com o convite de Luís Nassif para
assinar uma coluna semanal neste necessário Jornal GGN, o locutor que vos fala
se apresenta ao eventual leitor, como mandam as regras da boa convivência. E
promete não voltar a falar de si próprio como protagonista de nada. Jornalista
por cinco décadas, autor de uma dúzia de livros, entre ensaios, reportagens e
ficção, recifense, ex-fumante, ex-bebedor (exceção para uma taça de vinho de
vez em quando), torcedor sofrido do Santa Cruz, casado com Iracema, pai de quatro
filho (a)s e um enteado, avô de sete neta (o)s. Agnóstico, nem pobre nem
rico (mais pra pobre que pra rico), se interessa por literatura, música,
cinema, comportamento, política e boa conversa. Ultimamente, dada a realidade
circundante, tem escrito mais do que gostaria sobre política. Mas que fazer
quando, de repente, não mais que de repente, acordamos numa noite trevosa na
encruzilhada entre a barbárie e a civilização?
Acredita que todos nascem iguais e devem ter
os mesmos direitos a uma vida digna, ou seja uma renda/salário decente, moradia
idem, transporte idem idem, educação, saúde e sossego. Certo, isso (quase)
todos dizem. O problema é como alcançar essas metas fáceis de falar e difíceis
de concretizar.
É partidário incondicional da democracia,
entendida não como o simples exercício de votar (democracia nominal).
Democracia é valor universal e deve ser usufruída por todos, e não apenas pelos
privilegiados com acesso à educação, à informação, aos veículos de comunicação,
aos canais partidários, aos recursos para viabilizar as campanhas eleitorais,
às redes de contatos claros ou subterrâneos.
Reconhece: o capitalismo é necessário para
gerar riqueza (pelo menos no horizonte visível) e o estado é imprescindível
para regular sua (dele, capitalismo) voracidade e redistribuir a riqueza,
laborando ativamente para a construção de sociedades mais equilibradas. Entende
que o mercado, cujo único objetivo é o lucro, ontologicamente tende à
concentração; favorece o oligopólio e o monopólio; é cogerador de corrupção;
frauda a concorrência, forma cartel, pratica dumping e destrói a
natureza. O mercado não tem pátria nem sentimentos. Atua acima dos governos e,
quando impõe suas condições ao jogo político, sem rédea nem freio, representa
uma ameaça à democracia e à liberdade (valores que os capitalistas repetem como
um refrão, mas que atropelam quando a expansão capitalista assim o exige).
Embora essencial à dinâmica da economia, sem forte controle
político-institucional se transforma em um monstro desenfreado e insaciável.
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