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Pesquisas Eleitorais

JORNALISTA GLENN GRENWALD FAZ NOVAS REVELAÇÕES E MANDA MINISTRO SÉRGIO MORO PARAR DE MENTIR


Na manhã da sexta-feira, o jornal Estado de São Paulo publicou entrevista exclusiva com Moro, na qual o hoje ministro da Justiça tenta naturalizar suas conversas com os procuradores. Apesar disso, o ex-juiz que condenou Lula se recusou a admitir o teor das mensagens vazadas, e escondeu-se atrás de um suposto ataque hacker para fazer provocações ao Intercept.

Além de defender que o site divulgue todas as conversas de uma vez, Moro quer que o dossiê seja entregue para uma “autoridade independe” para fazer uma perícia.

Glenn escreveu aos seus seguidores: “Moro mentiu em sua entrevista ao Estado hoje, afirmando que só tinha conversas banais e ‘comuns’ com os promotores, negando que já tivesse participado de sua estratégia. Essas provam que ele fez exatamente isso – fingindo ser um juiz neutro enquanto comandava a promotoria.”
“Enquanto julgava o processo criminal contra Lula, Moro secretamente zombava da defesa em conversas secretas com os promotores. Pior, ele estava dirigindo sua campanha pública contra o mesmo réu que ele estava julgando – exatamente que ele sempre negou que ele fez.”

O Intercept mostrou, em sua sexta reportagens sobre a Vaza Jato, que Moro enviou uma mensagem a Carlos Fernando dos Santos Lima na noite do dia em que Lula foi a Curitiba prestar depoimento sobre o apartamento no Guarujá.

Depois de pedir a opinião do procurador da Lava Jato sobre o confronto com o ex-presidente, Moro sugeriu que o Ministério Público deveria produzir uma nota evidenciando o que chamou de “contradições” de Lula durante a oitiva.

Santos Lima encaminhou a “demanda” para Deltan Dallagnol e para a assessoria do MP. Dallagnol, no dia seguinte, procurou Moro no aplicativo para justificar a demora.

“Talvez o mais significativo e embaraçoso de tudo: Moro comandou efetivamente o processo contra Lula enquanto fingia ser um juiz ‘neutro’, condenando-o. Seu papel de chefe da força-tarefa era tão claro que Deltan se desculpou quando adiou a obediência às ordens de Moro.”

Para além das nossas convicções já antigas, surgiram agora
graves crimes. Até a insuspeita revista Veja (porta-voz do mais desabrido e desonesto reacionarismo da direita) já sabe disso.


Trata-se do começo de uma queda que impõe ao governo, desde já, o dilema de mantê-lo como um pedestal de base rachada, trincando progressivamente sob as sistemáticas denúncias irrespondíveis dos vazamentos de textos, áudios e imagens capturados no Telegran, ou “pedir” ao mesmo uma “saída” obsequiosa para responder às acusações fora do poder (e com isso ganhar a ira dos seus fanáticos seguidores). Dado o grau de apodrecimento do Judiciário e da política nacionais, não me surpreenderia se nada acontecer.

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