Professor Michel Zaidan Filho
Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, descreveu
um comportamento patológico chamado de “narcisismo primário”. Todos nós, quando
pequenos, temos uma boa dose de narcismo nas nossas atitudes. O duro e lento
exercício de descentramento do “eu”, ou seja, não se achar o centro do
universo, leva muito tempo. É uma etapa psicológica semelhante a do assassinato
psicanalítico da figura paterna. A maioria, contudo, se liberta desse
comportamento, e aprende a duras penas que não é o umbigo do universo, mas um
grão de poeira ou uma cabeça de alfinete, num vasto mundo que pouco se
interessa pelas nossas fantasias de onipotência. Ocorre que um grupo de pessoas
não consegue jamais superar esse “narcismo”, e continuam, vida afora, a se
acharem o centro de todas as atenções. Estão inseridas nesse grupo certas
personalidades do meio jurídico que têm vida pública ou visibilidade pública
através dos meios de comunicação ou por ocuparem cargos públicos.
São parecidas àquelas
notabilidades de aldeia, onde que tem pedigree familiar ou estudou fora do
país, realçam o seu brilho, como uma gota de água no deserto. O velho Sergio
Buarque de Holanda já tinha se referido ao caráter retórico, vistoso, ligado à
afirmação da personalidade da pessoa, de nossa formação ibérica, portuguesa.
Segundo ele, daríamos mais valor à afetação, ao teatro, do que ao conteúdo do
que falamos. Interessaria mais a impressão e o modo do que dizemos/fazemos do
que a mensagem propriamente dita.
Nosso estado (ia dizer
capitania hereditária), se ufana da sua longevidade histórica e suas raízes
coloniais e imperiais. Pernambuco vive desses fantasmas antigos que sempre
voltam ou são invocados para impressionar os vivos. Aqui, dizia o conde da Boa
vista, quem não é Cavalcanti é cavalgado. Pelo visto, as coisas ainda caminham
nesse passo. Os Cavalcantis permaneceram, com o seu brilho, sua tradição
retórica e sua vaidade. São como os “narcisistas primários” de Freud, fazem de
tudo (bom e ruim) para chamar a atenção. Trocam de lado na política, apoiam
candidatos fascistas e autoritários, desqualificam as comissões onde pontificam
e usam – como podem – os meios de comunicação para se expressarem como “prima
donas” num teatro burlesco e regional. Um arremedo de esfera pública dominado
por um punhado de famílias tradicionais e ricas torna-se o palco, por
excelência, dessas personalidades performáticos, onde o meio é a mensagem. Ou seja,
onde não há mensagem.
Rebentos da oligarquia ou
associados a ela, por relações familiares, acham que têm direito natural a
tudo: cargos, influencias, posições de prestigio etc. Quando são contrariados,
fazem da frustração pessoal uma questão política e assumem posições polêmicas e
controversas. É o seu jeito de manifestarem sua revolta pela contrariedade de
seus desejos de onipotência infinita. Foi o que ocorreu com o episódio das
últimas eleições presidenciais no Brasil. Pessoas de conhecida notabilidade
local e regional, tomaram o lado do candidato fascistóide, não por
identificação ideológica ou política, mas pela vaidade ferida, por terem sido
“esquecidas” pelo governo petista para cargos, comissões ou simples
consultores. Acharam-se ofendidos, preteridos, quiçá perseguidos pelo governo
de turno. Lamentavelmente, esse tipo de gente pensa que tudo o que acontece no
universo tem a ver consigo, para o bem ou para o mal. Se são lembrados e
contemplados, ótimo. É merecimento natural. Se são esquecidos, é crime de
lesa-vaidade. E aí vem a retaliação na forma de” ser do contra”, de remar
contra a corrente, independentemente de seu conteúdo ideológico, ético ou
político.
É preciso considerar esse
tipo de comportamento como uma patologia séria e perigosa; se fosse possível
criar um reino imaginário, um castelo de cartas, um refúgio qualquer (como a
religião) e colocar essas pessoas aí dentro, seria uma terapia social de muita
valia. Causaria menos danos à sociedade e a si mesmo. Infelizmente, essas
criaturas andam por aí pousando de sumidade jurídica, esperteza
político-ideológica, quando não de corregedores morais da nação. Muito triste
tudo isso.
Freud ao descobrir como funciona a cabeça dos idiotas só fez descobrir a si mesmo. E a partir daí os idiotas do mundo inteiro continuam se deslumbrando ao encontrarem-se no espelho de Freud!
ResponderExcluirMarxismo é o encontro da manipulação da inveja e dos demais baixos sentimentos, com a filosofia hegeliana da tese, antítese e síntese e com o maquiavelismo dos fins justificam os meios! Chegou-se assim ao que denomina-se comunismo, socialismo ou esquerdismo, que trata-se do maior flagelo da história da humanidade, a entidade demoníaca que mais consumiu vidas em todos os tempos!
E todos os seguidores dessa ideologia no fim das contas estão consumidos pela inveja, enquanto pobres e desvalidos, e que torna-se facilmente em ganância quando chegam ao poder. Se eu fosse religioso, apenas diria acertadamente que estão todos possuídos pelo demônio.
Resumindo o discurso Marxista resume-se à pura inveja que é manipulada facilmente pela ganância!