Distante pouco mais de 20 km
de Garanhuns, mais próxima de Canhotinho, São João e Palmeirina, Angelim é uma
das cidades mais simpáticas e acolhedoras do Agreste Meridional.
Na próxima quinta-feira, dia 6, o
município de tantas tradições em Pernambuco, no campo político e cultural,
estará comemorando 88 anos de emancipação política.
Da programação elaborada pela
prefeitura para a festa de aniversário, consta um show em praça pública com
Walkyria Santos e Aduílio Mendes.
Primeira vez que fui em Angelim
era ainda adolescente. Estive lá para jogar uma partida de futebol pela
Escolinha de Capoeiras.
Lembro que na chegada fomos
ao Clube ARA, que já era bem organizado na época. Ficamos lá por algumas horas,
os jovens capoeirense e os angelinenses, enquanto um som tocava repetidamente o disco
Gita, o melhor álbum da carreira do baiano Raul Seixas.
Ouvíamos a canção título (“Gita”),
Medo da Chuva, Trem das Sete, S.O.S, Água
Viva, Sociedade Alternativa e nos deliciávamos com o som daquele cara que
tinha surgido como um cometa, na MPB, fazendo uma música inteiramente diferente
da que conhecíamos até então.
Em 1982 Angelim ganhou
destaque em Pernambuco pelo resultado da eleição daquele ano.
É que a Arena, o partido que
dava sustentação à ditadura militar, venceu o pleito na maioria das cidades de
Pernambuco. Na região do Agreste Meridional foi um verdadeiro massacre.
Mas em Angelim, dois rapazes
com jeito de menino ainda – Samuel Salgado e Josemir Miranda – venceram a
disputa pelo PMDB e foram notícia até na capital.
Fizeram uma gestão inovadora,
Samuel prosseguiu na vida pública e voltou a governar o município em mais duas
oportunidades.
Depois surgiu à direita a
liderança de Marcos Calado, que foi prefeito quatro vezes.
Já perto dos 40 anos joguei
futebol na cidade vizinha em duas outras oportunidades. Uma no campo perto da
Cohab, outra no “tapete verde” da Chesf.
Bons tempos aqueles. Lembro
que Samuel jogava entre os veteranos de sua cidade e era bom de bola.
Teresinha, minha mulher,
morou por dois anos em Angelim, antes da oficialização de nossa união.
Vivia lá numa casa modesta,
mas simpática, cuidando de Daniela e Tiago. Somente passávamos juntos os finais
de semana.
Desse tempo lembro de seu
Quinca da Compesa, de saudosa memória, sua esposa Francisca e os filhos
Jailson, Júnior, Cristina e Patrícia.
Um pessoal muito bom, que deu
muito força a Terezinha, que não tinha seu marido por perto todos os dias.
Mônica, amiga de Cristina, um morena bonita aos 16 anos, tomou o caminho de São Paulo e não voltou mais.
Também tinha o Valdinho, que
foi vereador do município, sua esposa Madalena e a filha Valéria, que anos
depois foi professora dos meus filhos no Colégio Diocesano.
O atual prefeito do
município, Douglas Duarte, é sobrinho de Samuel, mas tem um estilo de trabalhar
diferente.
O tio é mais político, o
coração do tamanho do mundo querendo agradar a todo mundo, o que em política é
quase impossível.
Douglas é um empresário bem-sucedido, que já tinha a vida estabilizada quando entrou na política. Acredito que é mais
organizado e tem pulso firme, uma qualidade para quem comanda os destinos de uma
cidade.
Professora Nelma, que foi
diretora da GRE Garanhuns, tem também ligações fortes com Angelim, seu pai
morou lá muitos anos.
Nos meus tempos do Diocesano,
na década de 70, estudei com Manoel, um dos irmãos de Samuel.
Severino, outro colega do
Diocesano, só que na época do antigo primário, também tem ligações com Angelim.
Este é funcionário aposentado
da Chesf e nos seus tempos de jovem era um craque de bola, tendo jogado, salvo
engano, no Sete e na AGA.
De lá também são os irmãos Douglas (designer) e Bismarck, jovens inteligentes, o mais velho fez o curso de Veterinária ou Zootecnia, na unidade acadêmica da Universidade Rural, aqui em Garanhuns.
Enfim, tenho outras
lembranças, conheci muitas outras pessoas no município que aniversaria agora em
junho. Como um irmão do radialista Jonas Lira que era dono de uma das farmácias
da cidade. Comprei algumas vezes lá na base da confiança, para levar remédios
que Dani ou Tiago estavam precisando (quem é pai sabe que criança sempre pega
uma “doencinha besta”).
Poderia me alongar e citar
mais alguns fatos, falar da feira na quarta-feira, lembrar de mais pessoas. Mas
não quero fazer memórias nem cansar o leitor.
O objetivo, aqui, é mostrar que
tive/tenho ligações com Angelim. Tenho boas lembranças da cidade, carinho por
suas ruas, pelo seu povo.
Deixo um abraço para o João
Marcos, também da turma do colegial do Diocesano, o procurador jurídico da prefeitura, Ozano Júnior e para o Marcos Moura, meu
colega blogueiro.
Aos moradores de Angelim os
parabéns sinceros deste “escriba” pelos 88 anos de história e pela contribuição
que este município dá para o desenvolvimento do Agreste Meridional!
Praça São José