Partido que garantiu os votos necessários para tirar Dilma Rousseff do
poder, o PSB vem voltando as suas origens populares e de esquerda desde a
administração Michel Temer, com quem acabou rompendo.
Na campanha passada se aliou ao PT e agora está fazendo oposição ao
Governo Bolsonaro.
Quinta-feira da semana que passou, o Partido Socialista fechou questão
contra a proposta de reforma da previdência social, por entender que as
mudanças pretendidas prejudicam os trabalhadores, os mais pobres, as pessoas do
campo e as mulheres.
“Temos tido a clareza de que essa proposta, que causa um impacto de mais
de R$ 1 trilhão, não é um número qualquer: ela fere de morte o sistema de
Proteção Social, de uma Seguridade Social que foi construída pela luta de
muitas mãos na Constituição de 1988. E o PSB estava lá participando daquele
enfrentamento contra o ‘Centrão’, que claramente não queria esses avanços”, justificou
o deputado Tadeu Alencar, líder dos socialistas na Câmara Federal.
PSB considera a reforma um ataque impiedoso ao Sistema de Seguridade
Social, cujo fundamento é a solidariedade social, sem a qual não se pode falar
com propriedade de uma sociedade democrática e inclusiva. “Essa reforma é
contra as classes populares e contra as classes médias que já pagam impostos
demais. É uma política regressiva que jamais qualquer governo, inclusive a
ditadura, teve coragem de apresentar ao país”, criticou o presidente nacional
do partido, Carlos Siqueira, durante a reunião da legenda.
“Essa Reforma da Previdência Não!”, passou a ser a bandeira do Partido
Socialista Brasileiro.
Socialistas consideram, ainda, que o governo Bolsonaro se utiliza de uma
“abordagem fiscalista” da questão previdenciária com o objetivo de “poupar os
segmentos de maior renda e riqueza da população da contribuição que devem dar
ao país, no sentido de seu desenvolvimento”.
O documento faz duras críticas ao texto aprovado na pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), da Câmara dos Deputados. Destaca entre
os pontos mais graves na proposta governista: o regime de capitalização, a
desconstitucionalização das despesas previdenciárias, a mudança na
aposentadoria rural no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas regras de
transição nos regimes Geral e Próprio.
O líder Tadeu Alencar afirmou ainda que
“ajustes já foram feitos no passado e outros poderão ser feitos, desde que com
justiça e equilíbrio, atendendo ao princípio da capacidade contributiva e não
se atendo apenas à previdência, mas à necessidade de alterar o perfil do Estado
brasileiro que é patrimonialista e cego às desigualdades sociais”.
A Resolução aprovada pelo PSB prevê ainda que o Diretório voltará a se
reunir para apreciar o relatório sobre a PEC nº 6/2019 quando este for
apresentado na Comissão Especial que tratará sobre o mérito da reforma da
Previdência.
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