Padronização dos bancos das feiras de Garanhuns, que está
sendo posto em prática pela Prefeitura, está dando muito o que falar.
Insatisfação é generalizada
entre os feirantes e repercute na Câmara Municipal, onde mesmo vereadores
aliados do prefeito Izaías Régis não veem com bons olhos as medidas que estão
sendo tomadas.
Entre os vereadores que têm
críticas à proposta, pelo menos em relação ao aumento de mais de 100% dos
aluguéis das bancas, estão os vereadores Marinho da Estiva, Betânia da Ação
Social, Tonho de Belo, Zaqueu e o presidente do Legislativo Municipal, Daniel
da Silva.
Marinho assumiu de forma destemida
a defesa dos feirantes, inclusive os visitando, na Rua Oliveira Lima
(Heliópolis), na quinta-feira, e neste domingo pela manhã, na Cohab II.
Todos os feirantes com quem o
vereador conversou reclamam dos novos preços que vão ser cobrados e consideram
que o aumento foi extorsivo.
Numa entrevista a uma
emissora de rádio local, Marinho da Estiva disse que a Prefeitura estava “privatizando”
as feiras de Garanhuns e dificultando a vida de muitos pais de família.
Prefeitura promoveu processo
de licitação, ao qual concorreu e venceu a Plena Gestão Empresarial, uma firma
de Caruaru, que a partir de agora é quem vai mandar de fato nas feiras livres
da Suíça Pernambucana.
Com esta empresa, bancas
serão padronizadas, serão melhores que as atuais e segundo o Secretário de
Agricultura, Gersinho Filho, a Plena vai garantir também mais conforto,
segurança, limpeza e até banheiros químicos nas feiras.
Segundo ele, com essas medidas
os feirantes também sairão ganhando, pois o movimento aumentará.
Os feirantes e alguns
vereadores, porém, não acreditam nesses argumentos e consideram que alguns
comerciantes que pagavam 5 ou 8 reais por um banco e vão passar e pagar 20,
terão dificuldades para manter seus negócios.
Verdade é que antes mesmo da
padronização começar alguns pais de famílias de Garanhuns já perderam sua
renda.
É que antes da entrada da
empresa de Caruaru nesse negócio, pessoas da cidade alugavam as bancas usadas
pelos feirantes e sobreviviam dessa atividade.
Agora que as bancas serão
disponibilizadas pela Plena, os proprietários dos velhos bancos de madeira
terão de arranjar outro meio de vida.
Os vereadores, além de se
preocupar com a situação dos garanhuenses que vivem da feira livre, questionam
os lucros exorbitantes que será obtido pela empresa de Caruaru.
Segundo os cálculos feitos,
de acordo com os valores que serão cobrados e a quantidade de bancas, em apenas
um ano a firma da capital do Agreste terá embolado perto de R$ 2 milhões.
“No primeiro ano eles tiram
todo o investimento e já lucram. Nos anos seguintes (o contrato é de 144 meses)
o que eles receberem será praticamente tudo lucro, uma vez que a partir do
segundo ano o investimento será mínimo. Em 11 ou 12 anos terão embolsado uma
soma superior a R$ 23 milhões”, informou a vereadora Betânia da Ação Social.
Para outro vereador, o
negócio parece suspeito. “Com tanto dinheiro em jogo será que não tem alguém do
município também lucrando com o negócio”?, questionou, preferindo que seu nome
não seja mencionado.
Representantes da população
de Garanhuns no Legislativo também reclamam que a Prefeitura fez todo projeto
de padronização, incluindo licitação e contratação de empresa, sem ter antes estabelecido
um diálogo com os feirantes.
Abaixo uma tabela feita por vereadores com previsão de quanto a Empresa Plena vai arrecadar com as feiras por semana, por mês e por ano:
Se as feiras são "LIVRES" ,cabe a cada feirante fazer sua próprias e a empresa não pode proibir do feirante confeccionar sua própria banca. Por que não fazem isto? Antes tinha feirante com sua própria bancada. Então FEIRA LIVRE o feirante é livre para fazer sua bancada e quando acabar a feira leva para casa. Isto não é proibido.
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