Por Altamir Pinheiro
O filme O Corcunda de
Notre Dame é uma adaptação do clássico imortal literário do poeta, dramaturgo e
escritor francês Victor Hugo (1802-1885), tendo como protagonista a
deslumbrante atriz irlandesa Maureen O’ Hara, mulher esplendorosa, de rosto
anguloso, olhos graúdos verdes e belos, lábios bem firmes numa face cheia de
vida e dona ainda de um corpo perfeito e sem qualquer exagero. Neste filme a
bela atriz Maureen O’Hara viveu a fascinante CIGANA ESMERALDA. Como costuma
afirmar o cinéfilo carioca Paulo Telles, “Maureen foi a mais bela ESMERALDA das
telas”…
A projeção
cinematográfica retrata a coexistência do grotesco e do sublime e, ao mesmo
tempo, as fronteiras que os separam, constituem-se em ponto de partida do cruel
romance medieval escrito nos idos de 1831. Como nos revela o pesquisador
filmélico do Rio Grande do Norte Antonio Nahud, a história é centrada no coxo e
corcunda QUASÍMODO Adotado pelo diácono Claude Frollo e vivendo na Catedral de
Notre Dame, ele enfrenta uma série de peripécias por conta de um amor não
correspondido pela bela e sedutora cigana Esmeralda. Frollo, colocando em risco
o seu celibato, também se apaixona por ela, mas são duas formas de amar
diferentes. QUASÍMODO ama-a generosamente, enquanto Frollo nutre uma paixão
desesperada, repleta de desejo sexual. No entanto, Esmeralda não corresponde ao
amor de nenhum dos dois.
Quanto ao livro sua
publicação é de 1831, a obra, que também é conhecida pelo nome de Notre-Dame de
Paris, é considerada um romance histórico. No livro(ao contrário do filme), o
escritor NÃO centraliza a história somente na tradicional Catedral, mas traça um
panorama de toda a sociedade parisiense medieval. Entre outros aspectos,
apresenta personagens de diversas camadas sociais como os nobres, os ciganos e
os monarcas.
O tempo em que a
história se passa é o ano de 1482 e o local é a cidade das luzes, Paris. O
cenário em que as ações ocorrem é a Catedral de Notre Dame localizada à margem
do rio Sena. A imponente catedral de linhas góticas fora construída no ano de
1330, e Exercia funções além das religiosas, como dar abrigo a refugiados,
aceitar órfãos, entre outros excluídos. No que se refere aos personagens, o
escritor apresenta fidalgos, representantes clericais, mendigos e ciganos. Na
época em que a obra se passa, o soberano do país era Luís XI.
A sequência do drama
gira em torno do personagem Quasímodo que era um homem com deformações físicas
severas, mais feio que a fome!!! Além de possuir uma enorme corcunda, pois
tinha deformações nos rostos, braços e pernas. Foi abandonado pelos pais ainda
bebê. O padre Claude Frollo decidiu levá-lo para catedral de Notre Dame. Vivia
afastado da sociedade e temido pelos habitantes locais. morava enclausurado
desde a infância nos porões da catedral. Sua função única e exclusiva era tocar
o sino, ofício que acabou por destruir sua audição. Mesmo assim, Quasímodo era
fiel ao padre, e foi ao atender a um oportuno pedido de seu protetor que ele
conheceu Esmeralda.
A obra de Victor Hugo
teve várias adaptações para o cinema, entre elas O Corcunda de Notre Dame (1939
– preto & branco) e O Corcunda de Notre Dame: O Filme (1997). A versão de
1997, colorida, que é um gênero de terror, romance e drama é perfeito, desde os
cenários, figurinos, e claro, tendo de sustento as atuações de Richard Harris e
Salma Hayek, além de um roteiro bem próximo a proposta do imortal escritor.
Entre essas duas versões, o filme é muito bem feito, com atores competentes em
suas interpretações. Tanto Maureen O’ Hara em 1939 quanto Salma Hayek em 1997,
dão um show de interpretação e de belezura em todo decorrer das gravações.
No campo da literatura
Victor Hugo é considerado o maior poeta romântico da França e um dos seus
maiores prosadores. Produziu várias obras-primas, entre elas o romance medieval
O Corcunda de Notre Dame (1831). A história é centrada na tragédia do corcunda
Quasímodo(palavra que significa indivíduo deformado, monstrengo), e da cigana
Esmeralda. É no interior da grande catedral gótica e nos labirintos das
construções de Paris que se desenrola a terrível história de paixões
impossíveis de seus personagens.
O livro, ao longo das
500 páginas da edição brasileira comentada e ilustrada, sob a tradução de Jorge
Bastos, podemos acompanhar a fluência de Victor Hugo ao criticar o rumo que a
desigualdade econômica dava para as relações sociais da época, bem como a
necessidade de reflexão no que diz respeito aos abusos do clero e as
generalizações conceituais sobre amor, amizade e outra coisitas mais. Duramente
criticada, a Igreja Católica, vista como uma instituição tão poderosa como o
Estado, é apontada como abusiva e autoritária, crítica que só um escritor tão
privilegiado socialmente poderia fazer sem medo de perder prestígio, e,
consequentemente, todos os seus leitores.
No livro, Victor Hugo
reuniu magistralmente em seu famoso romance religiosos e vagabundos, ciganos e
nobres, padres e leigos, heróis e vilões. Com poderosa imaginação criadora,
Hugo desperta em seu leitor as mais variadas emoções: do profano ao sagrado, do
grotesco ao sublime. Já no que diz respeito à tela, na maioria das versões
cinematográficas podemos classificar como um filme de interpretações memoráveis
e trilhas sonoras fabulosas. A reconstituição da Paris da Idade Média é
perfeita. O filme poderia até ter mudado de nome: ao invés de O Corcunda de
Notre Dame por que não O Corcunda de Victor Hugo?!?!?!
UM ADENDO QUE SE FAZ
NECESSÁRIO – Em face do fato lamentável que foi o incêndio da Catedral da
Nossa Senhora de Paris na qual havia muita história contida naquelas paredes
históricas, por serem monumentais e majestosas e que deixam um vazio na França
e no resto do mundo pelo significado da igreja que beirava os 900 anos de
existência, todos hão de convir que nem tudo está perdido.
Pois bem!!! Enquanto os
bombeiros ainda resfriavam a Catedral de Notre Dame, uma família francesa, a
Arnault, dona da grife Louis Vuitton, desembolsou R$ 875 milhões para
reconstruir a catedral; a brasileira que mora em Mônaco, Lily Safra, viúva do
dono do Banco Safra fez uma doação de 80 milhões; outra empresa francesa de
cosméticos, L’Oréal, doou 200 milhões de euros, e o mundo todo está chegando
junto.
Parabéns a esses ricaços que não têm escorpiões
nos seus respectivos bolsos. Quem doou à causa da reconstrução o fez por sentir
nostalgia por uma parte da história da civilização ocidental. Agora, há quem
diga ou defenda que essas doações deveriam ter ido para os MISERÁVEIS de Victor
Hugo e não para o Corcunda de Notre Dame… FAZER O QUÊ?
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