GOVERNADORES REAGEM E MINISTRO RECUA

Ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodrigues, já fez pelo menos duas trapalhadas que prejudicaram o Governo Bolsonaro.

Primeiro foi quando numa entrevista à Revista Veja generalizou, chamando os brasileiros de ladrões. Segundo ele, quando viajamos para fora do país roubamos objetos nos hotéis e até assento de avião.

O fato nem foi esquecido e o ministro se saiu com outra: enviou um e-mail aos governos estaduais e educadores sugerindo que em todas as escolas os alunos cantassem o hino nacional.

Até aí tudo bem, mas na mensagem Ricardo Rodrigues sugeriu que os estudantes saudassem os novos tempos no Brasil e usassem a frase “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, que foi o slogan de Bolsonaro no segundo turno da campanha presidencial.

Vélez, ainda, disse que os alunos deveriam ser filmados e as gravações enviadas ao governo.

A reação à proposta foi imediata e partiu de sindicatos, professores, juristas, parte da imprensa e até de governos estaduais.

Os governos da Paraíba e Pernambuco foram mais enfáticos e distribuíram notas criticando a recomendação do ministro. Reclamaram que a proposta não foi discutida em nenhuma instância e disseram que a mesma fere a autonomia das escolas, garantida pela Constituição.

Tanto o governador pernambucano Paulo Câmara quanto João Azevedo, da Paraíba (ambos do PSB), anunciaram que não irão atender a recomendação do MEC. “A recomendação do Ministérios fere a autonomia das escolas e dos estados”, observou a Secretaria de Educação de Pernambuco, através de nota.

Após tanta repercussão negativa, o ministro Ricardo Vélez Rodrigues admitiu que houve um erro e encaminhou uma nova mensagem às escolas brasileiras, sem citar o slogan da campanha de Bolsonaro e solicitando a autorização dos pais para que estudantes sejam filmados nas manifestações de patriotismo.