Por Junior Almeida
Em
uma das últimas vezes em que esteve em Caetés e região, em março de 2013, Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão
do ex-presidente Lula, de 79 anos, que faleceu ontem em São Paulo, fez o que muitos
nordestinos que moram no Sudeste fazem: visitou velhos e conheceu novos parentes
nos sítios e cidades, almoçou na casa de um,
na casa de outro, se confraternizou, relembrou velhas histórias, e tudo
mais que se tem direito.
A
diferença de tantos migrantes que fazem isso todos os anos, é que em Caetés
Vavá não era simplesmente o filho de Aristides e Lindu, modestos agricultores
do Sítio Várzea Comprida. O Vavá que ali estava era o irmão do então presidente
da república, primeiro e único homem da classe trabalhadora a exercer tal
função no Brasil.
Naturalmente
o assédio ao visitante foi maior. Não só de familiares, mas das autoridades locais
e de todo povo, que queria conhecer, apertar a mão e tirar fotos com o irmão de
Lula. Vavá, assim como é o célebre irmão, era uma pessoa simples, do povo.
Andou na feira de Caetés como todo matuto
que se preze. Cumprimentou e atendeu a todos com a maior simpatia. Comeu doce
de corte nas toldas e chegou a tomar uma temperada com tira gosto em uma das
bancas de comida da feira.
Quis
ir também à casa dos seus padrinhos, José Augusto dos Santos, o Quezinho, e
Dona Marina, para visitá-los, mas ficou sabendo que o velho estava doente, internado
no Hospital Dom Moura, aqui em Garanhuns. Vavá prontamente quis vê-lo. Na unidade
de saúde uma movimentação diferente chamou a atenção dos funcionários. Quem seria
aquele simples matuto que estava
internado, por que também tanta gente bem vestida, lideranças políticas de
Caetés e Garanhuns tinham ido o visitar? Não demorou muito para saberem que o
irmão do presidente Lula era afilhado daquele paciente, e assim como em Caetés,
Vavá passou a ser assediado para apertos de mãos, abraços e fotos.
O velho
Quezinho, padrinho de Vavá, morreu em 13 de março daquele ano, mas não por falta
de assistência do Dom Moura. No regional o paciente recebeu tratamento de
primeira, de clínica particular. Tudo que podia ser feito no atendimento foi
realizado, mas o compadre de Aristides e Lindu, fez sua viagem derradeira. Vavá
voltou para São Paulo e acompanhou as várias realizações do seu irmão Lula,
conquistas essas, que o fizeram deixar o governo como melhor presidente da
história do Brasil.
Morreu
ontem Vavá, o filho de Garanhuns/Caetés, de Aristides e Lindu, como em 2016 morreu parte da democracia, como
a cada dia morre um pouquinho do chamado estado de direito e as garantias individuais. Pela lei, Lula
teria o direito de se despedir do mano. Lei? Esqueçam a lei. O que mais se vê
nas redes é o ódio, muitos zombando da morte de Vavá, desejando que fosse Lula
no lugar dele, tentando justificar o injustificável para que não se cumpra a constituição.
Vamos pra frente...
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