Chico Buarque de Hollanda, maior compositor
brasileiro desde os anos 60 até hoje, foi uma, dentre as muitas personalidades,
inclusive no meio jurídico, que além de se solidarizar com o ex-presidente Lula,
defender o seu direito de acompanhar o velório e o sepultamento do irmão, teve a
coragem de confrontar a vacilante Justiça Brasileira.
Uma juíza proibiu Lula de ir ao enterro de
Vavá, o TRF-4 endossou a decisão, mas o ministro Dias Toffoli autorizou o
ex-presidente a ver seus familiares. Quando a decisão do ministro do STF foi
tomada o corpo de Vavá já estava sendo enterrado.
Chico Buarque, logo no começo da polêmica manifestou
indignação diante do claro desrespeito à lei por parte das autoridades do poder
judiciário brasileiro, que não permitiram que Lula fosse ao sepultamento do
irmão.
“Minha
solidariedade ao Lula pela perda do Vavá. E meu repúdio à Justiça pelo cinismo
e pela covardia”, bateu Chico, sem medo de nenhum juiz de primeira, segunda ou
quinta instância.
Cantor e compositor, que segundo alguns
desinformados é de esquerda porque se beneficiou da Lei Rouanet nos governos do
PT, não precisa de dinheiro público.
Chico é filho de pai rico e as músicas que
compôs ao longo da vida lhe rendem em direitos autorais mais dinheiro do que
ganha qualquer deputado ou ministro.
O posicionamento de Chico Buarque, portanto,
é por se tratar de um cidadão consciente, solidário, que sempre esteve ao lado
das causas democráticas e nunca compactuou com injustiças e autoritarismos.
Nos anos 70 o compositor fez uma música, “Cálice”,
que era uma crítica dura aos anos da ditadura militar. Os versos continuam
atuais e atitude de Chico mostra que ele continua coerente com a sua história e
as suas lutas.
Alguns versos da música “Cálice”:
Como beber dessa bebida
amarga
Tragar a dor, engolir a
labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta.
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...
Chico tá para a musica, igual Pele estar para o futebol, ambos quando se metem fora cada um dos seus palcos, nao falam coisa com coisa.
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