Pesquisa do Vox Populi, contratada pelo site Brasil 247, financiada com
dinheiro da população, revela que Fernando Haddad (PT) cresceu mais, até o dia
de hoje e empatou em intenções de voto com Jair Bolsonaro (PSL).
Cada um dos
candidatos está com 50%, considerando somente os votos válidos, o que significa que a eleição será decidida
amanhã, pelos indecisos e pelos que desistirem de anular ou votar em branco, optando por um dos nomes na disputa.
Segundo
o instituto, incluindo brancos, nulos e não sabe, Fernando Haddad e Jair
Bolsonaro também estão empatados: a 43 a
43%. Pela pesquisa de hoje nenhum deles, brancos e nulos são 9% e "não
sabe" ou "não respondeu", 5%.
Na
pesquisa espontânea, sem apresentação de cartão com os nomes dos candidatos, Haddad
somou 51% contra 49% de Bolsonaro.
Pesquisa
do Vox Populi foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro,
sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou
mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada
em um intervalo de confiança de 95%.
No
primeiro turno, o instituto citado foi quem mais chegou perto do resultado das
urnas em suas pesquisas, nos estados e com relação à eleição nacional. Também
foi o Vox o primeiro a mostrar a ascensão do candidato do PT e a queda do
representante do PSL.
Nas
últimas pesquisas do Ibope e Datafolha também era registrada essa tendência,
tanto que o instituto paulista, na quinta-feira, registrava que a vantagem de
Bolsonaro tinha diminuído oito pontos e que o petista tinha virado em São Paulo
capital.
O clima
de virada tomou conta do país e Haddad subiu muito no Nordeste e está à frente
em outras capitais onde perdeu no primeiro turno, caso de Belo Horizonte,
Florianópolis e Recife.
Bolsonaro
ainda é mais forte nas regiões Sul e Sudeste, mas está muito atrás no Nordeste.
Na Bahia, Haddad tem 77% e tem situação
privilegiada também em Alagoas, Sergipe, Maranhão, Pernambuco e Ceará.
Vários
motivos podem ter levado a inversão dos números na reta final da campanha do
segundo turno.
Do lado
de Haddad, ele recebeu declarações de apoios até de adversários históricos do
PT, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Alberto Goldman, que foi
presidente do PSDB e governador de São Paulo.
Guilherme
Boulos, do PSOL, o PDT de Ciro Gomes e Cid Gomes, o PCB e até Emayel (PSDC)
optaram pelo candidato da Frente Democrática.
O PSB do governador Paulo Câmara
também ficou com Haddad em quase todos os estados.
Outra
força à campanha petista foi dada pelos artistas, que gravaram vídeos e clipes
favoráveis à Frente Democrática, além de promoverem um grande ato público no
Rio de Janeiro em pró de Fernando Haddad.
Anunciaram
estar do lado do petista artistas da fina MPB, como Chico Buarque, Gilberto Gil
e Caetano Veloso, e também românticos e sertanejos, caso de Daniel, a dupla Chitãozinho
e Chororó, Paula Fernandes, Elba Ramalho e Marília Mendonça.
Na área
da dramaturgia, deram declarações contra o candidato da direita nomes como
Fernanda Montenegro e Marieta Severo. O ator Paulo Betti chegou ao ponto de
fazer panfletagem nas ruas e no metrô de São Paulo, na tentativa de ajudar o
representante dos progressistas.
Hoje a
surpresa veio de onde menos se esperava: o ex-presidente do Supremo Tribunal
Federal, Joaquim Barbosa, algoz do PT no escândalo do mensalão, anunciou o voto
em Fernando Haddad, confessando que há 32 anos é eleitor e pela primeira tem
medo de um candidato, isso se referindo a Bolsonaro.
Restou a Bolsonaro receber o apoio de Regina Duarte, Alexandre Frota, Mendonça Filho e sete ministros do rejeitado governo de Michel Temer.
Embora
no segundo turno o direitista tenha se apresentado light, fazendo acenos para
as mulheres, os nordestinos, os pobres, os negros e até a turma LGBT, vídeos e
mais vídeos com declarações preconceituosas suas foram exibidas na propaganda
eleitoral e nas redes sociais, corroendo sua imagem.
Uma das
cenas mais fortes, repetida muitas vezes, é quando ele diz que é preciso matar
pelo menos 30 mil pessoas para consertar o Brasil. “Podem morrer alguns
inocentes, mas tudo bem”, afirma Bolsonaro e a gente só acredita porque é ele
mesmo fazendo tal afirmação num programa de TV.
Também contribuiu para a queda do candidato do PSL uma afronta do seu filho, Eduardo Bolsonaro, ao STF, o fato de Jair dizer que já estava com a faixa presidencial nas mãos e um gesto pouco democrático dele, que chegou a dizer que se fosse eleito os opositores ou deixariam o país ou iriam para a cadeia.
A
eleição, agora, é uma incógnita. É provável que seja definida por uma pequena diferença,
como em 2014.
*Foto: Brasil 247
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