Por Junior Almeida
Depois
da operação desta terça-feira (18) onde policiais civis e funcionários da Adagro - Agência de Defesa e
Fiscalização Agropecuária de Pernambuco - apreenderam 14 toneladas de queijo no Mercado de Afogados, em Recife, e depois incineraram, os chamados
queijeiros, que são as pessoas que compram o produto no interior para revender
na capital, prometem lutar contra os que eles classificam como arbitrariedade
por parte do Estado.
Os
revendedores de queijo, num total de 487, querem ser recebidos pelo secretário
de agricultura de Pernambuco, Wellington Batista, e também pelo diretor da
Adagro, Paulo Roberto de Andrade Lima, para entregar uma pauta de reivindicações
composta de nove itens, que são:
1-Prazo
para que os produtores de queijo artesanal de Pernambuco se adéqüem as normas exigidas
na lei.
2-Prazo esse de dois anos.
3-Programas
que viabilizem empréstimos para estruturar a fabricação de queijo.
4-Fiscalização
de acordo com o porte do produtor.
5-Que
os produtores sejam fiscalizados só depois do período de adequação às normas.
6-Capacitações
periódicas para produtores de queijos artesanais.
7-Que
os queijos produzidos antes do período de adequações às normas sejam de responsabilidade
de cada produtor, até com cadastro pelo CPF.
8-Que
seja divulgado os ítenss da pauta.
9-Que
a comissão seja atendida pelo governador ou seu representante e também pelo
diretor da Adagro.
Segundo
Marcelo Tubarão, que integra uma comissão que representa os municípios de
Capoeiras, Venturosa, Pedra, Pesqueira, Belo Jardim e Buíque, cada queijeiro compra
o produto de 15 a 20 famílias, gerando com isso aproximadamente 80 empregos, que
vai, segundo Marcelo, desde o tirador de leite, o dono da propriedade rural,
até os funcionários dos comércios que giram em torno do fabrico do queijo, como
armazéns de ração, farmácias veterinárias, dentre outros.
Os
queijeiros se dizem receosos em comprar nos próximos dias dos pequenos
produtores, pois, segundo eles, correm o risco de perder a mercadoria como
aconteceu ontem em Recife. Os profissionais acham que o comércio todo vai sofrer
com o que eles chamam de perseguição aos queijeiros e pequenos produtores.
Amanhã tem a feira de
Cachoeirinha e na sexta-feira a de Capoeiras, e ninguém está querendo comprar
por puro medo. Quem fabricou seu queijo, vai vender a quem? Como fica quem tem
a pagar e a receber suas contas? Disse Marcelo Tubarão, em
nome da associação.
O
representante dos queijeiros disse ainda que eles, juntamente com alguns produtores,
pretendem ir até Recife amanhã (20) para tentar resolver a situação da classe.
Marcelo disse também que acredita que o governador Paulo Câmara seja sensível às
reivindicações dos queijeiros, pois, segundo o comerciante, o político sabe que muitas pessoas dependem do ramo do queijo e
também do dinheiro que eles injetam na economia do interior do Estado.
Não acredito que o governador
vá colocar de novo o Estado contra os trabalhadores como fez ontem, pois ele
deve querer o povo ao seu favor agora em outubro. Finalizou
Tubarão.
Lembrando
que na operação da terça-feira, segundo o delegado que comandou a apreensão dos
produtos, Antônio Guerra, alguns queijeiros foram denunciados à Justiça pelos
crimes contra marcas e patentes, concorrência desleal, contra a ordem
tributária, consumidor e saúde pública.
*Foto da internet meramente ilustrativa.
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