Política é mesmo jogo sujo. O PT, que já foi o “partido puro” da
política brasileira se enlameou no poder e “deu no que deu”.
Em Pernambuco, pelo menos, o partido tem uma chance de se reencontrar
com sua história, como observa o estudante garanhuense Gustavo Henrique, em
artigo que o leitor (a) pode conferir um pouco abaixo.
O grupo do senador Humberto Costa, porém, defensor de uma aliança com o
governador Paulo Câmara, chamado de golpista até pouco tempo atrás,
manobra para que sua proposta vença na reunião do partido, marcada para o
próximo dia 10.
Os aliados da vereadora Marília Arraes acusam o vice-presidente do PT de
Pernambuco, Oscar Barreto, de estar promovendo a troca de delegados (filiados
ao PT que vão decidir se há aliança ou candidatura própria), com o objetivo de
garantir o acordão com o PSB.
Deve ser verdade e não seria a primeira vez que isso acontece no estado.
Em 1985, quando PMDB e PDS polarizavam a política em Pernambuco,
governistas e setores da oposição se uniram e na convenção conseguiram fazer
prevalecer a candidatura de Sérgio Murilo, “rifando” o nome de Jarbas
Vasconcelos, que era o mais forte para vencer a eleição.
O que salvou o peemedebista, na época, é que
foi possível se filiar ao PSB, enfrentar Murilo e vencer a apertada disputa da
capital por 25 mil votos de diferença.
Jarbas teve o apoio de Arraes e do setor mais à esquerda do PMDB,
enquanto Sérgio Murilo foi bancado pelo então governador Roberto Magalhães e
apoiado por Marcos Freire, uma das grandes estrelas do partido até os anos 80.
No momento atual, em que Humberto faz o papel de Marcos Freire, Marília
não pode mais mudar de partido e se for vítima da manobra golpista ficará
difícil até se candidatar à Câmara Federal, numa aliança com o PSB, partido do
qual quer distância.
Triste papel do senador Humberto Costa e seus seguidores, que fazem
muitos se desencantarem com a política, transformando-a torna num jogo onde vale tudo, até
derrubar uma presidenta da República eleita com 55 milhões de voto.
O que está acontecendo no PT de Pernambuco nivela todos por baixo:
Temer, Raul Jungmann, Mendonça Filho, Jarbas Vasconcelos, Sérgio Murilo (o
ex-deputado federal já morreu), Humberto Costa, João Paulo, Romero Jucá,
Eduardo Cunha, Paulo Câmara...
Qual afinal de contas a diferença entre eles?
No fim prevalecem os interesses pessoais, os projetos,
oligárquicos, enquanto a ideologia e a coerência ficam só no discurso.
É por isso que muitos, alienados ou conscientes, não acreditam mais em nenhum deles.
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