Temer e o presidente da Petrobrás, Pedro Parente
O governo
Temer é escancaradamente antipopular. Sua base de apoio no Congresso, seus
ministros e o próprio presidente são corruptos notórios. A bandeira da
moralidade na política – levantada pelos conservadores em 2016 para justificar
o golpe que encerrou o pacto social petista – não tem mais a mesma conveniência
para os setores que apoiam o governo federal.
Nesse
sentido, a pauta que verdadeiramente aglutina a burguesia e sempre esteve por
trás do movimento pelo impeachment de Dilma Roussef ficou
bastante clara nos últimos dois anos: a saída à direita para a crise econômica,
com o congelamento de gastos públicos, as contrarreformas trabalhista e da
previdência, a ampliação das terceirizações e o aprofundamento das
privatizações.
De acordo
com as classes dominantes e seus “especialistas”, as “medidas de austeridade”
de Michel Temer e Henrique Meirelles estariam retirando o Brasil da recessão,
recuperando a economia e preparando o país para um novo ciclo de crescimento.
Caberia ao povo, segundo eles, confiar no governo, ter paciência e compreender
que “ajuste fiscal”, no fundo, era para o bem de todos os brasileiros.
Contudo,
não demorou para que as falácias neoliberais fossem desmascaradas pela
realidade. A política econômica que o governo federal apresentou como se fosse
do interesse de toda a população demonstrou ser favorável apenas aos
grandes capitalistas.
Isso ficou
nítido em diversos setores, principalmente no setor de energia. Ajoelhado
diante do mercado, o homem de Temer na Petrobras, Pedro Parente, efetivamente
sabotou a empresa. Determinou a redução das atividades nas refinarias
nacionais, que têm operado muito abaixo da capacidade.
Parente
passou a destinar mais petróleo a empresas estrangeiras, que refinam o óleo no
exterior e depois vendem o produto final a preços mais altos no Brasil. Além
disso, aboliu o controle interno de preços, submetendo os preços dos
combustíveis à variação diária do mercado internacional para agradar os
investidores estrangeiros.
Ao
anunciar seu plano de vender quatro refinarias e diversos terminais, a
diretoria da Petrobras deixou claro que sua real intenção é preparar o terreno
para entregar a empresa, ou seja, privatizá-la por completo. Portanto, os
responsáveis pela grave crise de abastecimento em curso no país têm nome e
sobrenome: Michel Temer e Pedro Parente.
O
estratagema de classificar a greve legítima dos caminhoneiros, em sua maioria
autônomos, como locaute não irá enganar a classe trabalhadora. O movimento dos
transportadores é heterogêneo e, de fato, uma parte entre os assalariados adere
à paralisação pelas mãos de empresários que buscam se aproveitar da indignação
da categoria para obter vantagens fiscais. Também existem alguns setores
oportunistas de extrema direita que tentam se utilizar do movimento para
defender “intervenção militar” e outras propostas reacionárias. Didaticamente,
a luta de classes mostra quem está do lado de quem: o Exército tão aclamado por
alguns oportunistas é o principal instrumento do governo golpista para reprimir
e desorganizar a greve.
Nada
disso, porém, interfere na justeza de uma causa que certamente tem o apoio de
todos os trabalhadores: a redução e o controle dos preços dos combustíveis.
Esse,
inclusive, é um dos principais pontos da pauta de reivindicação dos
petroleiros, categoria que decidiu paralisar suas atividades a partir do dia 30
de maio. A greve nacional de 72 horas é uma advertência ao governo Temer: os
trabalhadores não aceitarão o desmonte e a privatização da Petrobras. Os
petroleiros exigem: a redução do preço dos combustíveis, a manutenção dos
empregos, a retomada da produção nas refinarias, o fim das importações de
derivados do petróleo e a demissão de Pedro Parente.
Devemos
nesse momento condenar veementemente a criminalização do movimento e a
mobilização das forças armadas contra o próprio povo. É fundamental prestar
solidariedade concreta à greve dos caminhoneiros, não permitindo que os
oportunistas de extrema direita, tão vendidos ao imperialismo quanto o atual
governo, continuem iludindo parte destes importantes membros da classe
trabalhadora.
É preciso
também repudiar as empresas de transporte que querem aproveitar a crise para
arrancar redução de impostos não se importando com as condições de trabalho da
maioria daqueles que operam o setor.
O dever de
todas as forças populares, democráticas e revolucionárias neste momento é
buscar unificar as expressões de revolta e indignação da classe trabalhadora,
na perspectiva da greve geral contra a austeridade, o entreguismo da Petrobras
e encarecimento do custo de vida provocados pelo governo ilegítimo. É assim que
lutamos contra o oportunismo de extrema direita.
Portanto,
propomos a articulação urgente das centrais sindicais e frentes populares para
fortalecer os trabalhadores no enfrentamento ao governo Temer e consolidar a
pauta que de fato atende aos interesses dos caminhoneiros, dos petroleiros e do
conjunto da classe, para além de medidas paliativas, como corte de impostos
sobre os combustíveis.
Por uma
Petrobras 100% estatal, voltada para as necessidades do povo brasileiro.
O petróleo
tem que ser nosso!
Nota do Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro)
APOIO: PCB de Garanhuns/PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário