Humberto Costa, senador
eleito graças ao prestígio do ex-governador Eduardo Campos, em 2010, gosta de criticar os que
ele chama de golpistas, por terem afastado Dilma Rousseff da presidência, em
2016.
Mas o próprio Humberto está
sendo acusado por amplos setores do Partido dos Trabalhadores, principalmente
na base, de trabalhar para dar um golpe na vereadora Marília Arraes, não
permitir a sua candidatura e fazer uma aliança com o PSB de Paulo Câmara.
Dirigentes da cúpula do PT,
da qual o senador faz parte, chegam ao ponto de plantar notícias nos blogs e
jornais da capital negativas em relação ao projeto da candidatura de Marília.
Ontem mesmo jornalistas do
Recife chegaram a noticiar que a presidente nacional do Partido dos
Trabalhadores, Gleisi Hoffman, teve um encontro com o dirigente Carlos
Siqueira, do PSB, para fechar o acordo com os socialistas e “rifar” a candidatura
da neta de Arraes.
A
senadora negou as especulações da imprensa e outro dirigente petista, Ruy
Falcão, que já foi presidente do PT nacional, demonstrou total apoio a
pré-candidatura da vereadora recifense. “No que depender de mim junto à direção
nacional, ela será candidatura e a futura governadora de Pernambuco”, disse Ruy
num comunicado aos jornalistas.
O governador Paulo Câmara
conta com o apoio de Humberto para tirar Marília da disputa, o que facilitaria
muito a sua reeleição. Neste caso seu principal adversário seria o senador
Armando Monteiro (PTB), que está junto de Mendonça Filho e Bruno Araújo, que
foram ministros de Temer.
Fernando Bezerra Coelho,
senador e pai de um ministro de Michel Temer, pretendia ser candidato a
governador e por isso brigou com o
deputado federal Jarbas Vasconcelos pelo controle do MDB. Mas como aparece mal
nas pesquisas, o político de Petrolina pode também apoiar Armando e indicar o
vice na chapa petebista.
Quando começou a desavença no
PT, sobre candidatura própria ou aliança com o PSB, Humberto Costa agia
silenciosamente, mas depois assumiu publicamente sua posição, chegando a
discursar na tribuna do senado para defender a aliança com os socialistas de
Pernambuco.
Em 2016, quando João Paulo
foi derrotado por Geraldo Júlio (PSB) na disputa pela prefeitura do Recife, os
petistas usaram a propaganda eleitoral para acusar os socialistas de golpistas,
por terem votado pelo impedimento de Dilma.
Hoje, alguns desses petistas
claramente querem passar uma rasteira ou dar um golpe em Marília Arraes, que
mesmo sem nenhuma máquina ou forte estrutura financeira, está empatada nas
pesquisas com Paulo Câmara e Armando Monteiro.
O sentimento de quem
acompanha a política de Pernambuco é que se os três forem candidatos – Paulo,
Armando e Marília – a eleição irá para um segundo turno e a situação do
governador ficará bem complicada.
Por isso que Paulo e
Humberto, antes adversários e agora amigos, jogam tudo para implodir a
candidatura da neta de Miguel Arraes.
O senador quer usar a
estrutura do Governo do Estado para garantir mais um mandato, nem que seja de
deputado federal e Paulo tenta garantir mais quatro anos no Palácio das
Princesas apesar de ser avaliado como um péssimo gestor.
Câmara tem uma rejeição alta,
de acordo com as pesquisas, superior a 60%, o que torna difícil sua vitória em
outubro, a não ser que pegue carona em Lula e no PT, a quem atacou tanto num
passado recente.
O governador de Pernambuco apoiou a candidatura de Aécio Neves à presidência, em 2014 e o impeachment de Dilma, dois anos depois.
*Foto reproduzida do blog de Noelia Brito, uma das poucas produtores de conteúdo digital no Recife a denunciar sistematicamente as manobras contra a neta de Arraes.
E O PT É GOLPISTA... VÔTE!!!
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