“Rita Lee – Uma Autobiografia”,
o livro da roqueira mais conhecida do país vai virar filme, com roteiro do
crítico musical Nélson Motta e Patrícia Andrade (foi roteirista do longa “Os
Dois Filhos de Francisco").
A estreia está prevista para o próximo ano e a atriz
que vai viver na tela o papel da cantora ainda não foi escolhida.
A própria Rita escreveu o
livro em que conta as passagens mais marcantes dos seus 70 anos de idade. Há
quase dois anos a obra está nas livrarias, com boa vendagem.
Merecido porque Rita Lee
Jones escreve bem e narra com muita graça sua trajetória desde a infância, em São Paulo, aos
dias atuais.
Não esconde nada. Revela que
sofreu abuso sexual quando menina, passa a ideia que todos na família eram meio
“esquisitos”, inclusive seu pai, o americano Charles, que chegou ao ponto de
criar uma onça em casa e tentar domesticar uma barata.
Rita começou a se interessar
pela música desde criança e logo passou a integrar grupos de rock e participar
de festivais.
Antes mesmo de alcançar o
sucesso fez amizade com Caetano Veloso e Gilberto Gil, que já começavam a ficar
conhecidos na cena musical do Brasil.
Pelo que dá a entender a
autora do livro, Ronnie Von foi quem deu o primeiro “empurrãozinho” na
carreira, ao abrir espaço num programa que ele apresentava na televisão.
Foi Ronnie quem propôs que o
grupo do qual Rita Lee fazia parte, Os Bruxos, passasse a se chamar Os Mutantes.
Além da musa loira, o grupo
tinha a participação de Sérgio Dias (guitarra e vocal) e Arnaldo Baptista
(teclado e vocal). Liminha (baixista) e Dinho (bateria) também foram
integrantes da banda roqueira.
Rita Lee depois fez carreira
solo, formou outras bandas, como Tutti Frutti, mas ainda hoje Os Mutantes são
cultuados, porque deixaram uma marca na música brasileira, foram uma novidade
na época e causaram impacto, revolucionando, com os tropicalistas, o comportado
som da Jovem Guarda.
A artista escreve com humor,
meio brincalhona, exatamente como sempre foi no palco e na vida.
Dá umas pinceladas em como
foi conviver com a ditadura, revela que consumia bebida alcoólica e diversos
tipos de drogas, tendo experimentado um pouco de tudo.
Rita Lee, filha de americano
com italiana, foi fã de James Dean, dos Beatles e Rolling Stones.
“Ovelha Negra” da família e
da música popular brasileira, terminou por se impor pelo talento como cantora e
compositora.
Nos últimos anos escreveu
três livros, incluindo a autobiografia e breve estará na telona e numa série de
TV.
Já pode pensar também na Academia
Brasileira de Letras e quem sabe se um dia chegar lá vai animar um pouco a vida
daqueles velhinhos conservadores.
Raul Seixas dizia que o diabo
é o pai do rock. Se tinha razão, para amenizar temos a Rita, que é filha, mãe e
avó do ritmo que começou a incomodar os ouvidos bitolados nos anos 50, lá nos
states, mas que depois aportou também no Brasil.
Com a filha de Charles, o
próprio Raul e bandas de muita qualidade, como Legião Urbana, Barão
Vermelho, Paralamas do Sucesso, Capital
Inicial, Blitz, Titãs, Engenheiros do Havaí, Jota Quest, Camisa de Vênus e
Skank.
“Levava uma vida sossegada...”
*Fotos: 1) Rita Lee com um
exemplar de seu livro nas mãos, do Diário de Pernambuco; 2) A cantora na fase dos
Mutantes, Portal UOL.
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