Exonerado da direção do Instituto de Terras e
Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) pelo governador Paulo Câmara, que teria
cedido a pressões de deputados do PSB, o advogado Túlio Gadelha (PDT), divulgou uma
carta muito bem escrita, sensata e elegante, sobre sua saída do órgão estadual.
No documento ele foi ético, comedido, mas não
deixou de fazer uma crítica à política mesquinha praticada no Brasil e em
Pernambuco. O jovem militante, ligado às esquerdas, chega a citar o lendário
Francisco Julião, das Ligas Camponesas e procura esclarecer o real motivo de
sua demissão, assinada pelo governador:
“O que fica de verdade como real motivo pela
minha exoneração, não são ajustes administrativos, mas, sim, um ajuste
partidário e eleitoreiro, para perpetuar os desajustes que tanto maculam o
nosso ambiente político. Isso me fez perceber, ainda com mais clareza, a
urgência de uma verdadeira reforma política. Inclusive, é preciso não somente
uma reforma, mas também é preciso mudar a forma de se fazer política no Brasil.
Não é mudar apenas o nome, mas, sim, as práticas”, defendeu.
Túlio ficou conhecido nacionalmente depois que começou a namorar a jornalista Fátima Bernardes, da TV Globo.
Na íntegra a carta de Túlio Gadelha divulgada
hoje na imprensa pernambucana:
Na sexta-feira, 19 de janeiro de 2018, tomei
ciência, por telefone, da minha exoneração do Instituto de Terras e Reforma
Agrária de Pernambuco (ITERPE). Pelo trabalho que vínhamos desempenhando e por
muito o que tínhamos como compromisso para firmar, o sentimento de frustração
me visita. Ao mesmo tempo, sou grato pelos 79 dias de serviço prestado a esse
povo de mãos calejadas. Muito trabalho ainda há por fazer para que a população
camponesa viva com dignidade e justiça, mas entrego o ITERPE com a serenidade
de quem prezou por sua missão: regularização fundiária, aquisição e
redistribuição de terras, investimentos produtivos e de infraestrutura nos
assentamentos públicos estaduais.
Um
seminário de avaliação e planejamento marcou o início da minha gestão.
Dediquei-me a escutar e entender o servidor da sede e de cada unidade regional,
e assim, construir uma gestão participativa e horizontal. Entre as ações
realizadas, cito: a) visita e fiscalização de assentamentos de todas as regiões
do Estado; b) assinatura de convênios que beneficiarão milhares de pessoas com
acesso à terra, água e assistência técnica; c) liberação de recursos através do
Banco do Nordeste para o desenvolvimento de dezenas de unidades produtivas; d)
retomada do Programa de Crédito Fundiário, depois de anos inerte; e) construção
de um plano de trabalho para emissão e regularização do CAR (Cadastro Ambiental
Rural) em todos assentamentos; f) estudo para identificação dos assentamentos
mais necessitados para reconhecimento junto ao INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) e posterior liberação de crédito para atividades
agrícolas; g) medição e demarcação de centenas de áreas para a
regularização fundiária; h) composição de uma comissão para resolução de
conflitos agrários; i) assinatura de convênio com o Governo Federal para a
reestruturação da frota de veículos do Instituto; j) início das notificações
extrajudiciais aos parceleiros irregulares, de pessoas tidas como assentadas,
que estão em posse da terra, mas que não preenchem os pré-requisitos
socioeconômico estarem lá. Além disso, demonstramos a necessidade de
instalar o ITERPE em estruturas mais adequadas, visando a saúde, segurança e
valorização do servidor, mudança que deve acontecer em fevereiro.
Em pouco mais de dois meses de gestão,
vi o que parece ser pouco se transformar em muito. Nesse período de intenso
trabalho e entrega, encontrei em cada camponês e camponesa um professor e uma
professora. Passei a compreender, ainda com mais força, as necessidades
ancestrais que permeiam a vida daquelas e daqueles que enxergam no meio rural a
sua identidade e a sua dignidade.
Aliás, por tudo o que tem sido dito e
especulado, o que fica de verdade como real motivo pela minha exoneração, não
são ajustes administrativos, mas, sim, um ajuste partidário e eleitoreiro, para
perpetuar os desajustes que tanto maculam o nosso ambiente político. Isso me
fez perceber, ainda com mais clareza, a urgência de uma verdadeira reforma
política. Inclusive, é preciso não somente uma reforma, mas também é preciso
mudar a forma de se fazer política no Brasil. Não é mudar apenas o nome, mas,
sim, as práticas.
A política deve servir para organizar a
sociedade com representantes comprometidos em fazer uma gestão do bem público
para o público e com qualidade. Representantes conscientes de
que o acesso à terra, saúde, educação, transporte, cultura são direitos
inalienáveis, e não mercadorias ou moeda de troca para obtenção de votos. É
essa a política que eu faço: comprometida com os interesses do público e das
pessoas comuns que constroem o nosso país.
A minha trajetória demonstra o quanto
concordo com Francisco Julião: "É agitando que se transforma a vida, o
homem, a sociedade, o mundo. O crime não está em agitar, mas em permanecer
imóvel", pensamento registrado durante exílio no México, no período da
Ditadura Militar no Brasil (1964 - 1985).
É preciso unir a política à moral e à
ética. Isso faz com que o Estado tenha como virtude assegurar acesso a
direitos, não só de forma igualitária, mas, principalmente, equitativa,
cuidando primeiro de quem precisa mais. É natural de quem constrói consciência
a luta contra as opressões, atuando de forma ética em cada espaço ocupado, nas
ruas e nas instituições.
Sonho, acordo e entrego meu corpo à
luta por um estado assentado na ética, na transparência, na garantia dos
direitos, na laicidade, fazendo um trabalho para a coletividade. Essa é a
agitação que eu quero fazer. Uma agitação que transforma a vida do nosso povo
com dignidade. Outra política não me interessa.
A todas e todos que estiveram comigo,
meu mais profundo agradecimento. As necessidades vistas e sentidas, reforçam
ainda mais o compromisso de continuar a luta por melhorias na vida de cada
mulher e de cada homem do campo que conheci.
Fátima Bernardes e Túlio Gadelha
Mas esquerdista é uma merda mesmo! Passa o tempo todo criticando a Globo e seus "artistas", mas se um "artista globalista", descartar uma camisinha usada, eles correm lá, apanham, poem na boca e ficam mascando!
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKK
E o IDIOTA não para NUNCA de dar patadas a torto e a direito! MUITO IDIOTA MESMO! - Os ASNOS dão patadas, mas são INTELIGENTES e TRABALHADORES!
ExcluirVocê é outro comedor de bosta global que posa de intelectual!
ExcluirEntão quer dizer que Asnos IDIOTAS, são inteligente e trabalhadores, então se não fossem inteligentes e trabalhadores seriam esquerdistas malandros e preguiçosos suponho eu que seja seu caso, kkkkkkkk.
ExcluirNUNCA pretendi ser intelectual em lugar algum. Apenas, aprendi a ler e escrever. Usando linguagem acessível a todos os que também primam pela linguagem mais adequada. Isto é, NÃO uso linguajar chulo. (Asno e idiota não são termos chulos.) /.
ExcluirESSE GOVERNADOR PAULO CAMARA É UMA MARIA QUE VAI COM AS OUTRAS.
ResponderExcluirLADY LAURA APARECEU, JÁ ESTAVA COM SAUDADE!!!
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