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Pesquisas Eleitorais

SERÁ O TIRO DE MISERICÓRDIA NA RENOVAÇÃO POLÍTICA?


Por Alexandre Almeida*

Não é de hoje que parte da classe política anda na contramão da vontade do povo. Prova disso é a PEC 77, que trata da tão esperada reforma política. Quando falamos em reforma, você imagina algo que irá melhorar, reformar, arrumar. 

A reforma que estamos vendo na Proposta de Emenda Constitucional 77/03, que altera alguns pontos da legislação eleitoral, e que está em discussão na Câmara dos Deputados, passa longe de uma "reforma". A proposta é apenas uma mão de tinta sobre a madeira podre. Uma nova embalagem em um produto ruim. O “distritão”, que foi aprovado na comissão especial por 17 votos a 15, dificulta a renovação politica. O argumento de alguns deputados é que este modelo acabaria com os puxadores de voto, o famoso efeito Tiririca. Conforme estudo realizado pela International Institute of Democracy, o modelo em discussão é adotado somente em 2% dos países, em uma lista de 200 nações. Um desses países é o Afeganistão.

No atual modelo proporcional, o quociente eleitoral é determinado pelo resultado do número de votos válidos, divididos pelo número de cadeiras disputadas no estado, conforme o art. 106 do Código Eleitoral. Então se o QE (quociente eleitoral) for de 200 mil votos e um candidato obter 1 milhão de votos, ele sozinho garante cinco cadeiras para sua legenda. No modelo distritão, esse deputado apenas garantirá a sua vaga. Mas onde este fator diminui a renovação? 

Raciocine comigo: Um deputado federal, em seu mandato em Pernambuco, tem em sua estrutura algo em torno de 15,3 milhões de emendas parlamentares, a cada ano, as quais ele distribui para sua base eleitoral, auxiliando o desenvolvimento, melhorando a vida das pessoas e automaticamente ganhando visibilidade. 

Ele possui ainda verbas de gabinete para o exercício do seu mandato, onde ele tem disponível mensalmente R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários. Tem também de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com passagens, telefone, correios, gasolina, entre outras despesas, para realizar seu trabalho como parlamentar. Soma-se a tudo isso a visibilidade através da imprensa, da equipe de trabalho, dos apoiadores, dos cabos eleitorais e da estrutura partidária. 

Agora imagine alguém que queira se candidatar a uma dessas vagas de deputado federal. Ele ou ela não tem nenhum pedaço desta estrutura e, com a legislação eleitoral vigente, terá apenas 45 dias para ir em busca do voto.

Caso o distritão seja aprovado no plenário, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, a ordem dos eleitos se dará pelos mais votados, diminuindo assim o número de candidatos. Com o distritão teremos menos concorrentes, menos debates e menos pluralidade de ideias por conta da disparidade de estrutura entre os postulantes.

Uma reforma efetiva e ampla se daria na verdade com o fim das coligações no legislativo e executivo, juntamente com a cláusula de desempenho que possibilitaria diminuir o número de partidos que, atualmente, chega a 35 registrados no TSE. 

Que tipo de governo programático podemos ter onde um partido de esquerda e um de direita se unem para governar? A reforma tem que vir para melhorar e dar mais oxigenação para a política, mais espaço para os jovens e as mulheres e não o contrário. A classe política vem nos matando aos poucos, com doses homeopáticas de descrédito e de imoralidade. Contudo, desta vez, querem dar um tiro só, sem dó nem piedade.


*Alexandre Almeida é acadêmico de direito e presidente da Juventude Democratas de Pernambuco

2 comentários:

  1. Eu não vejo a curto prazo nenhum interesse dos deputados federais e senadores para fazer uma REFORMA POLÍTICA baseado em pontos de vistas corretos do brilhante advogado Alexandre Almeida.

    Não acredito que um deputado federal em sua maioria absoluta vote uma REFORMA POLÍTICA para pobre,preto,estudantes,professores,intelectuais,operário e metalúrgico ser candidato a vereador,deputado estadual e federal e muito menos para senador e governador e presidente.

    0 único operário pobre que chegou a presidente do Brasil foi o Lula e a mulher a Dilma.Mesmo assim essas elites que formam as bancadas da bala,da bíblia e dos bois jamais aprovariam hoje uma reforma política faltando 22 apenas 22 dias.Eles aprovaram reformas para os outros ,mas para eles nunca e jamais.

    0 que levou essas elites ,deputados e senadores das bancadas citadas acima,a condenar a ADI (AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE) a votar contra a OAB,O STF ,o Senado e a Dilma que teve 1.400.000 assinaturas foram justamente as perdas que estão tendo com o fim das doações empresariais aos partidos e aos políticos.Esta é a raiva que ele e elas tem do PT da Dilma porque ela VETOU a PEC do Eduardo Cunha legalizando tudo e por isso se reuniram 367 deles para dar um golpe na democracia brasileira.

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  2. O "distritão" faz com que os partidos se concentrem somente nos candidatos mais fortes. Isso dificulta a renovação nas próximas eleições, personaliza ainda mais o voto e se torna interessante apenas aos líderes partidários e aos candidatos famosos ou ricos. É mais uma barreira para a participação popular, mais um grande retrocesso para a nossa já tão surrada democracia.

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