Nomeado em junho bispo da Diocese de Campo Maior (PI), o monsenhor
Francisco de Assis Gabriel dos Santos recebeu o título de cidadão pernambucano
em clima de despedida. Em sessão solene na nova sede da Assembleia Legislativa,
o religioso nascido em Esperança, na Paraíba, foi homenageado pelo deputado
Álvaro Porto (PSD), autor da proposta que acabou aprovada por unanimidade pela
Casa.
Toda a carreira sacerdotal do monsenhor, que dirige a Paróquia de
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Garanhuns, aconteceu em Pernambuco.
Desde a ordenação, em 2000, até os dias atuais ele se dividiu entre o
Agreste Meridional e o Recife.
Até 2003, desenvolveu suas atividades pastorais no bairro de
Heliópolis, também em Garanhuns. Naquele ano foi transferido para o Recife,
onde permaneceu até 2011, com passagens marcantes pelos bairros da Madalena,
Torre, Santa Luzia e Ibura. O trabalho no Ibura, especialmente, foi
marcado pela criação do Centro de Pastoral da Cidadania, desenvolvido em
parceria com a Universidade Católica de Pernambuco.
No seu discurso, Álvaro Porto destacou que a atuação do
monsenhor sempre se guiou pelo aspecto humanista. "Francisco de
Assis construiu uma trajetória de grande prestígio em nosso estado,
tornando-se merecedor de aplauso, reconhecimento e agradecimento do povo de
Pernambuco. Por onde passou, ele manteve como característica maior do seu
trabalho o estímulo à construção da consciência cidadã dos seus paroquianos, a
partir de ensinamentos fundamentados na política, nos direitos sociais e,
principalmente, na formação humana e religiosa", afirmou.
A nomeação para a nova função aconteceu quando o deputado já havia apresentado o projeto para a concessão do título. "A ascensão do monsenhor só corrobora o brilhantismo da sua carreira e fortalece ainda mais a homenagem que fazemos a ele", destacou o parlamentar do PSD.
DOM HELDER, ARRAES E ARIANO - A cerimônia, a primeira do gênero a
acontecer na nova sede do Legislativo estadual (no auditório Sérgio Guerra),
foi acompanhada por paroquianos, lideranças religiosas, e vereadores de
Garanhuns e fiéis de regiões onde ele atuou no Recife. O deputado líder da
oposição, Silvio Costa Filho (PRP), representou o presidente da Alepe,
Guilherme Uchoa. O bispo auxiliar da Arquidiocese do Recife e Olinda, Dom
Antônio Tourinho Neto, representou o arcebispo Dom Fernando Saburido.
No seu discurso, o monsenhor lembrou que, mesmo nesses tempos difíceis,
continua acreditando na política como força estrutural de transformação da
sociedade e destacou que o primeiro mandamento do cristianismo é a compaixão
pelos mais necessitados.
Disse que esses preceitos norteiam seu sacerdócio e afirmou que dedicava
o título de cidadão a Dom Helder, ao ex-governador Miguel Arraes e ao escritor
Ariano Suassuna, pernambucanos de coração como ele que fizeram história no
estado.
O monsenhor salientou que desde que chegou ao estado, ainda como
seminarista, também em Garanhuns, se identificou e se envolveu com a cultura
pernambucana. "Sempre me dediquei a debater as questões sócio-políticas
que se apresentavam. Isso me deixou próximo a problemas do Estado. Me sinto um
pernambucano, me identifico com a cultura, com a história, seja no Recife, no
Ibura ou em Santa Luzia, seja pelo interior do estado. Sempre que fui procurado
para me posicionar politicamente, me posicionei. Mostrei caminhos a quem me
pedia. Sempre tive posicionamentos sem ser necessariamente partidário".
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