A atriz Amy Adams no filme de Burton
A verdadeira Margaret Keane
ESPECIAL - Margaret Keane,
pintora americana, está com 89 anos e seu trabalho é conhecido mundialmente.
Entre os fãs da artista plástica está o cineasta Tim Burton, responsável por
sucessos do cinema como Edward Mãos de Tesoura, Batman, Batman o Retorno, A
Noiva Cadáver, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Alice no País das Maravilhas e
Os Fantasmas se Divertem.
Em 2014, Tim
Burton, que tem um estilo bem próprio de fazer cinema, com personagens um tanto
bizarros, resolveu contar a fantástica história de Margaret Keane na tela
grande.
“Grandes Olhos”, o
longa sobre a pintora, revela em detalhes uma história incrível, comprovando
mais uma vez que a vida real algumas vezes supera a ficção.
O filme, além da
direção precisa de Burton, tem dois excelentes atores nos papeis principais –
Christoph Waltz e Amy Adams – que até parecem um pouco fisicamente com Walter e
Margaret nos anos 60, conforme pode se ver em fotografias.
Mas vamos a
história:
Margareth Keane
estava se divorciando do primeiro casamento, quando conhece Walter, um
verdadeiro “príncipe encantado” que lhe acena com uma vida de muita felicidade
para sempre.
Tanto ele quanto
ela eram artistas plásticos, poderiam trabalhar juntos e o futuro parecia
promissor.
A senhora Keane
produzia quadros marcantes, a maioria retratando crianças, que dominavam a tela
com olhos grandes e entristecidos, numa desproporção capaz de chamar a atenção
mesmo de uma pessoa que não se liga em arte.
Walter, esperto,
levou as obras da esposa a uma galeria e com muita lábia conseguiu vender todos
os quadros.
Chegou em casa com
muito dinheiro nas mãos, deixando Margareth feliz da vida.
Pouco tempo depois
do êxito comercial dos quadros pintados pela senhora Keane, ela descobriu que o
marido estava se apresentando como o verdadeiro autor das obras.
Tiveram uma
conversa e ele conseguiu convencê-la de que se dissessem a verdade poderiam ser
processados e perder todo o dinheiro.
Ele, como homem,
era “mais comercial” e com ela assinando as pinturas haveria o risco de
fracasso nas vendas.
Margareth foi fraca
e numa sociedade machista como a dos anos 50/60 se deixou dominar pelo esposo.
A tal ponto que até a sua filha pequena, do primeiro casamento, foi proibida de
ver a mãe trabalhando, de modo que todo o mérito pelas "crianças de olhos
grandes" fosse de Walter.
Imagine o leitor
que uma farsa desse tamanho, com os quadros de Keane vendendo cada vez mais,
rendendo milhões e sendo avaliados pelos principais críticos de arte da
América, durou mais de 10 anos.
Porém Walter Keane
tornou-se cada vez mais obcecado pelo dinheiro e pela fama, mentia
compulsivamente sobre o seu trabalho (na verdade o trabalho da mulher) e
transformou Margareth em sua própria casa uma prisioneira, obrigando-a a trabalhar até 16 horas
por dia para produzir cada vez mais.
Ela foi sufocada e
explorada demais, cansou e terminou por pedir o divórcio, indo morar no Havaí.
Um dia, com apoio
da filha, que já estava uma mocinha, criou coragem e numa entrevista de rádio
revelou a verdade: todos os quadros das crianças com olhos grandes tinham sido
pintados por ela. Walter apenas se apropriara do seu talento.
A revelação
repercutiu nos principais meios de comunicação dos Estados Unidos, Walter quis
insistir na mentira, acusou a esposa de estar louca e o caso foi parar
nos tribunais.
Durante o
julgamento, após muita discussão, o juiz arranjou uma maneira de solucionar o
mistério, saber com quem estava a verdade: determinou que um pequeno atelier,
com os materiais de pintura necessários fosse providenciado, e deu uma hora
para que Walter e Margareth produzissem uma tela com o estilo já consagrado das
crianças de olhos grandes.
Walter Keane ficou
parado, ainda alegou que estava buscando inspiração, depois inventou uma dor no
ombro que o impedia de trabalhar no momento, enquanto Margareth em 53 minutos
pintou um quadro tão bom quanto os muitos outros presentes no mercado
americano, compondo a obra tão admirada pelos apreciadores das artes plásticas.
O juiz deu ganho de
causa a Margareth Keane e estipulou que Walter pagasse uma indenização à esposa
com um valor próximo aos quatro bilhões de dólares.
O falso artista
morreu no ano 2.000, sem dinheiro, insistindo que era o verdadeiro pintor dos
quadros assinados simplesmente por Keane e segundo dizem nunca pagou o dinheiro
da ex-mulher.
Esta pôde refazer
sua vida, casar de novo e continuou morando no Havaí. Está para completar 90
anos de idade, mas continua pintando, sem nunca abandonar a temática das
crianças de olhos grandes e tristes, embora tenha também obras numa outra
linha.
Vale a pena ler o
que se escreveu sobre Margareth Keane ou conferir o bom filme de Tim Burton.
Parabens roberto pela materia otimo filme
ResponderExcluirParabens roberto pela materia otimo filme
ResponderExcluirUm belo filme!!!
ResponderExcluirÉ o problema é que se não fosse o marido, talvez ela hoje nãos venderia quadros famosos e nem mesmo estaria nem no filme nem nesta matéria.
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