O REI DO GADO E AS NOVELAS DE HOJE

Patrícia Pillar no papel de 

uma bela sem terra

Antônio Fagundes em plena forma 

como o capitalista da trama

Reapresentada no horário da tarde, na TV Globo, a novela “O Rei do Gado”, de 1996, deixa mais do que evidente como caiu a qualidade dos folhetins de televisão do Brasil, nas últimas duas décadas.

A novela em questão dá um show de imagens, apresenta um texto enxuto e inteligente de Benedito Ruy Barbosa, além de contar com atores do porte de Antônio Fagundes, em sua melhor forma, Patrícia Pillar linda de morrer (e principalmente de viver), Raul Cortez, Stênio Garcia e Gloria Pires, dentre outros atores talentosos.

A trilha sonora também é caprichada.

Como comparar o “Rei do Gado”, uma grande história de amor, com esse balaio de gato pretensioso chamado de “Império”, no horário das 21h?

E essa ridícula novela “Alto Astral”, que em vez de tratar com um mínimo de seriedade o Espiritismo, avacalha completamente a doutrina de Alan Kardec...?

Império tem bons atores também, é claro, como Paulo Betti e Lila Cabral, mas esse Carmo Dalla Vecchia fazendo um papel central na trama só pode ser pegadinha. A Globo insiste em investir nesse sujeito como ator, mas não dá, o cara é horrível. Satisfeito, triste, zangado, bem humorado... É uma expressão só para tudo. Não serve nem pra Malhação.

Infelizmente no Brasil muita coisa está se deteriorando cada vez mais. Até as novelas de hoje são bem piores do que as do passado.

Quem assistiu “Roque Santeiro”, “O Bem Amado”, a primeira versão de “Saramandaia” e o “Rei do Gado”, pode até entrar em depressão tendo que acompanhar uma novelinha dessas de hoje.

De uma indigência absurda.