A filha do compositor, ator e escritor Mário Lago voltou à carga contra a Rede Globo, a quem acusou de usar o nome do pai para confundir a opinião pública. Segundo ela, o jornalista Willian Bonner não é um artista, "a não ser na arte de manipular".
Eis o desabafo de Graça Lago:
Explicando definitivamente
- tenho 63 anos, 50 de militância política e 46 de jornalismo. O prêmio com o
nome de papai foi instituído em 2002, ano em que morreu, e parecia uma homenagem bacana à memória dele. Nada
grandioso, nem um pouco espetacular, apenas um prêmio corriqueiro de uma
emissora de TV (onde ele trabalhou muitos anos) e destinado a homenagear
artistas, principalmente atores. Nada especial, mas que poderia manter a sua
lembrança viva. Bacana. Nunca nos consultaram sobre isso, mas confesso que
fiquei profundamente emocionada quando, passados sete meses da morte de papai,
foi anunciado o prêmio, com um belo clipping sobre a trajetória dele e dedicado
à grande atriz e pessoa de Laura Cardoso.
Durante todos esses anos, o prêmio se manteve em um patamar honesto, com homenagens a diferentes artistas. Ainda que não concordasse com um ou outro, nenhum ofendia a memória de papai; nem na escolha e nem na cerimônia, é importantíssimo registrar.
Mas, desta vez, foi tudo diferente, foi tudo armado e instrumentalizado (como quer o bonner) para fazer da premiação um ato político, de defesa das orientações facciosas da globo e de seu principal (embora decadente) telejornal. Foi uma pretensa maneira de usar o prêmio para abafar as críticas que a partidarização do JN e de seu editor/apresentador vêm recebendo.
Em
tudo o prêmio fugiu aos seus propósitos originais. A começar, o Bonner não é um
artista, a não ser na arte de manipular e omitir os fatos. O evento virou um
circo de elogios instrumentalizados. Enaltecer a "imparcialidade" com
que ele e sua parceira conduziram as entrevistas com os presidenciáveis é
esquecer que ele não deu espaço para uma só resposta de Dilma Rousseff; é
esquecer que ele e sua parceira ocuparam mais da metade do tempo estipulado
para a entrevista com a presidenta. É esquecer que esse tratamento não foi
dedicado a qualquer outro entrevistado. É esquecer que, mesmo no auge das
denúncias sobre os escândalos dos aeroportos de Cláudio e Montezuma, o sr. Aécio
não foi pressionado nem um terço do que foi Dilma Rousseff para explicar os
flagrantes delitos dos empreendimentos. É esquecer que, mesmo frente às
denúncias da ilegalidade do jato de Eduardo Campos, a sra. Marina não teve
qualquer questionamento contundente (e viajava, sim, no jato). Isso para não
falar de mil e outros atos de atentado à informação praticados no JN, como bem
foi demonstrado pelo laboratório da UERJ.
E não parou aí. Ouvir o bonner criticar as redes sociais revirou o meu estômago. Ouvir o bonner chamar os que o criticam, e à Globo, de robôs instrumentalizados é inqualificável. É um atentado à democracia.
Tudo demonstra que o prêmio, criado talvez até por força de uma admiração por meu pai, foi usado este ano politicamente, para proteger com a respeitabilidade e memória de Mário Lago o que não tem respeito, nem nunca terá.
Se a intenção foi política, politicamente me manifestei.
Não poderia ouvir calada todas essas imensas ofensas à memória de meu pai. Mário Lago era um homem político, e assim se manifestava e comportava cotidianamente. Não aceitaria, jamais, ser manipulado por excrecências como essa. Vi meu pai recusar propagandas bem remuneradas por discordar politicamente delas. Sempre trabalhou e ganhou o seu salário com a maior decência.
Por sua postura, mereceu a admiração e o respeito até de homens como Roberto Marinho. No final dos anos 60, o Exército informou à Globo que queria papai como apresentador das Olimpíadas do Exército. Seria uma maneira de humilhá-lo, de jogar no lixo a sua biografia. Roberto Marinho recusou o pedido, justificando da seguinte forma: "se o Mário recusar, terei que demiti-lo; se o Mário aceitar, perderei o respeito por ele". Meio século depois, a Globo tentou jogar no lixo a biografia do meu pai. A isso digo não e me manifesto publicamente sobre a imensa farsa montada nesta premiação ao jornalismo mais instrumentalizado e faccioso deste país.
*Mário Lago foi compositor de sambas que entraram na história da Música Popular Brasileira, como "Ai que saudades da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra". Atuou no teatro e na televisão, publicou livros e sempre foi coerente politicamente, tendo sido filiado ao Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. Nasceu em 2011 e morreu em 2002, no Rio de Janeiro.
Você William Bonner e essa excrecência dessa famigerada televisão se merecem, você porque se vende por trinta moedas e sua empregadora porque quer manipular à todos como se nós brasileiros fôssemos todos imbecis. Está provado que os métodos utilizados por vôce e seus patrões mesmo com mentiras lavadas, há 16 anos não dão resultados, apesar dos métodos escusos usados por essa emissora suja. Estão bilionários os irmãos metralhas mas nada que o povo brasileiro na hora certa e aos pouquinhos não vá destruindo aos poucos esse patrimônio roubado do povo. Falar no nome de Mário lago, seu Bonner e seu Faustão lavem à boca e escovem os dentes, vocês são mentirosos e manipuladores que não respeitam a ninguém e em particular um ou uma Presidente da República. Para mim são a excrecência da excrecência.
ResponderExcluirRoberto,
ResponderExcluirVocê sempre foi um jornalista comprometido com a verdade, mas esta moça não tem razão, pelo menos em parte, pois este troféu já existia antes, e outras personalidades já foram agraciadas com o dito troféu, inclusive o próprio. O fato do Bonner ter sido agraciado agora, ele não teve culpa!
Sales