Morreu o hoje, aos 87 anos, o escritor colombiano Gabriel García
Márquez, autor do romance “Cem Anos de Solidão”, um dos
livros mais importantes do século XX, que vendeu 50 milhões de exemplares em
diferentes países.
A notícia foi confirmada por uma fonte
próxima ao escritor à agência Associated Press. García Márquez ficou internado
com pneumonia e infecção respiratória na Cidade do México, onde morava, entre o
fim de março e início de abril. Ele estava em casa e lutava contra um câncer
linfático desde 1999.
Em julho de 2012, o mais novo de seus dez irmãos, Jaime
García Márquez, revelou que o autor sofria de demência senil “há alguns anos” e
que estava lutando contra a perda de memória. O escritor era casado com
Mercedes Barcha Pardo desde 1958. Eles tiveram dois filhos: Rodrigo, que nasceu
em 1959, e Gonzalo, nascido em 1962.
Considerado um dos mais importantes escritores do século
passado e um dos mais renomados autores latinos da história, Gabriel García
Márquez nasceu em 6 de março de 1927, em Aracataca, na Colômbia. Chegou a
estudar direito e ciências políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas
não concluiu o curso, preferindo iniciar carreira no jornalismo.
Seu primeiro romance, “A revoada (O enterro do diabo)”,
foi escrito no início da década de 1950, mas publicado apenas em 1955, por
iniciativa de amigos, enquanto ele estava na Europa. Já tendo como cenário a
cidade de Macondo, que apareceria em outras de suas obras, o livro tinha como
narradores três personagens, um velho coronel, sua filha e o neto, ainda
criança. O sucesso internacional, no entanto, veio principalmente após a
publicação de seu romance mais famoso, “Cem anos de solidão”, em 1967.
A obra-prima de García Márquez é considerada,
ao lado de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, um dos livros mais
importantes da literatura em língua espanhola. Foi traduzido para 35 idiomas.
Exemplo máximo do realismo fantástico – gênero característico do boom
latino-americano da segunda metade do século XX –, “Cem anos de solidão” se
passa na fictícia aldeia de Macondo e acompanha, ao longo de gerações, a saga
da família Buendía.
Entre seus títulos mais conhecidos estão ainda “A
incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada”, “O outono
do patriarca”, “Crônica de uma morte anunciada”, “Do amor e outros demônios”,
“Memórias de minhas putas tristes” e “O amor nos tempos do cólera”.
“Foi a época em que fui quase completamente feliz.
Gostaria que minha vida tivesse sido como naqueles anos em que escrevi ‘O amor
nos tempos do cólera’”, afirmou García Márquez ao “New York Times” três anos
após a publicação de “O amor nos tempos do cólera”. Aqui, o autor resgata a
verdadeira história da paixão de seu pai, também Gabriel, por Luiza, sua mãe. O
pai dela reprovava a relação e conspirava contra. No livro, o casal se chama
Florentino e Fermina. “Todas essas coisas para mim são parte da nostalgia.
Nostalgia é uma fonte incrível para inspiração literária, para inspiração
poética”, comentou na mesma entrevista ao “New York Times”.
Márquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982
pelo conjunto de sua obra. Foi o primeiro colombiano e quarto latino-americano
a receber o prêmio, e, na ocasião, agradeceu com um discurso intitulado “A
solidão na América Latina”.
“El Gabo”, como era conhecido na América Latina, continuou escrevendo até o final da década de 90, mas seu trabalho foi reduzido a partir de 1999, quando recebeu o diagnóstico de um câncer linfático. Em 2002, ainda em tratamento, publicou sua autobiografia, “Viver para contar”. A aposentadoria oficial do escritor foi anunciada em 2009 por agentes literários.
García Márquez casou-se com Mercedes Barcha Pardo em
1958, e no ano seguinte nasceu o primeiro filho do casal, Rodrigo. Roteirista e
diretor de TV e cinema, Rodrigo García dirigiu filmes como “Questão de vida” e
“Albert Nobbs” e episódios de diversas séries, como “Família Soprano” e “A sete
palmos”, além de ser o criador da adaptação americana da série “In treatment”.
O seriado israelense ganhou versões em diversos países, incluindo o Brasil,
onde recebeu o nome de “Sessão de terapia” e foi produzida pelo canal GNT.
Nascido em 1962, no México, o filho mais novo do escritor,
Gonzalo, é designer gráfico. (Fonte: http://g1.globo.com/)
Tenho a honra de ter dois livros desse gênio da literatura, que me foi presenteado por minha filha, em uma de suas viagens a Colômbia. "Cem anos de solidão". e também, "Crônica de uma morte anunciada" São livros que apesar de Histórias "digamos" verdadeiras, nos deixam maravilhados com o cotidiano de comunidades e saga de famílias fictícias que atravessam gerações, fazendo do fictício, realidades quase absoluta. Perdeu o mundo, grande escritor, historiador e um gênio com a caneta ou a máquina de escrever nas maõs. Estão indo os gênios, na música, na arte, nos livros, na cultura de uma forma geral, e não me parece que estão sendo substituídos. Temos hoje, me desculpem as omissões, Fernando Veríssimo, Ariano Suassuna, Paulo Coêlho, o mais jovem, e quem mais?
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