A
novela “Amor à Vida”, nos últimos dois dias, principalmente na quinta-feira,
dia primeiro, superou muito a qualidade das produções televisivas, que
normalmente limitam o trabalho de escritores, diretores e atores.
O
autor do folhetim, Walcyr Carrasco, de forma competente colocou o “dedo na
ferida” no debate atual sobre o homossexualismo.
De
uma forma inesperada e agressiva é revelado que o personagem Félix, casado e com
um filho, é gay. As cenas foram dramáticas e fortes, mas sem pieguismo. Brilharam
especialmente os atores Antônio Fagundes, Nathalia Timberg e Mateus Solano. Suzana Vieira e
Paola Oliveira também se saíram bem.
Na
novela foi desvendado o homossexualismo do vilão, humanizado por alguns
instantes e exposta a reação da mãe, esposa e do filho, solidários ao personagem.
Coube ao pai a condenação.
Fagundes
foi perfeito no papel de machão preconceituoso, hipócrita e homofóbico. Poucas
vezes a televisão brasileira foi tão feliz ao desnudar uma questão tão real,
que atinge milhões de famílias.
Estar
no “armário, como mostra “Amor à Vida”, gera muita mentira, dissimulação e
sofrimento.
É
uma discussão tão séria e atual que já chegou à MPB. O cantor e compositor Zeca
Baleiro tratou do tema com fina ironia , mas foi ferino nos seguintes versos da
música “Armário”:
“...É
claro que eu quero,
quero
mais que tudo,
mas
sinto tanto medo,
um
medo absurdo!
Medo dos vizinhos,
Medo da mommy,
medo
do daddy,
e
do meu irmão,
que
já foi skinhead...”
Ora, quem brilhou mesmo neste capítulo foi a atriz: BARBARA PAZ que interpreta (Edith) a esposa traída e, o ator MATEUS SOLANO (Félix), as cenas foram impecáveis, em um único capítulo a atriz Coadjuvante BARBARA PAZ colocou a protagonista Paola Oliveira (PALOMA), no bolso.
ResponderExcluirApesar de tudo, mais uma vez a direção artística da novela errou feio ao escalar a PAOLA OLIVEIRA, como protagonista dessa novela.
Flávia
parabens roberto, adorei a materia, só trocaria o homossexualismo por homossexualidade, pois usam da palavra homossexualismo jugando ser uma doença, o correto é homossexualidade. bjos
ResponderExcluirpúblico ainda foi presenteado com uma grande cena protagonizada por Antônio Fagundes e Mateus Solano na sexta-feira, quando César humilha Félix.Walcyr Carrasco ainda deu um verdadeiro soco na cara do preconceito e do politicamente correto. Foi quase inacreditável ver o que estava sendo exibido em pleno horário nobre da Globo: claras representações em cima da hipocrisia que reina na sociedade em relação à homossexualidade e diálogos que primaram pela ousadia e total realidade.O autor fez questão de tocar em pontos polêmicos; como na conversa entre Paloma e Jonathan (onde o garoto pergunta a respeito da ' suposta herança genética da homossexualidade' que muitos ainda acreditam, mesmo em pleno 2013); na declaração de César em resposta ao questionamento de Pilar ("Você não tem lido sobre o casamento gay, não, é? Sobre as mudanças na sociedade?" "Eu leio. Eu não tenho preconceito. Quem quiser ser gay que seja! Não o meu filho!") e na dura conversa que César tem com Félix ----- a parte mais forte da cena foi a hora em que o dono do hospital San Magno pergunta se o filho é o homem ou a mulher da relação.Mateus Solano está extraordinário e a entrega do ator é visível. Félix é um grandioso personagem e todas as suas complexidades ficaram expostas depois da revelação. Ele usa o deboche como defesa e o ódio pela Paloma tem muito a ver com sua sexualidade reprimida desde a infância, afinal, o rapaz nunca pôde ser quem ele realmente é.Como se não bastasse abordar o autismo (que está precisando voltar a ter a importância que tinha), a bissexualidade, a relação homossexual estável, o câncer terminal e ainda ter criado um vilão gay, Walcyr tem conduzido com muita coragem e competência os conflitos familiares em cima da 'descoberta' da homossexualidade de um parente.mostrando que não foi colocado em horário nobre por acaso.
ResponderExcluirFoi demais
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