Marina Silva e Heloísa Helena
A Rede de Sustentabilidade, partido que tem à frente a ex-ministra Marina Silva, tem divulgado um manifesto aos brasileiros, com críticas ao fisiologismo e ao modelo econômico em vigor. O Blog reproduz a parte inicial do documento, para que os leitores possam avaliar as propostas da provável candidata à presidência da República:
Somos um país
soberano e independente, mas com pouca capacidade de interferir nos fóruns e
mercados globais. Um país rico, livre e plural, mas com graves indicadores de
violência, desigualdade e pobreza. Somos a sexta economia do mundo, mas
não conseguimos dar educação de qualidade e garantir bom atendimento de saúde
para todos.
Estamos sempre
atrás de respostas e não vemos o que temos de melhor para encontrá-las: a
diversidade étnico-cultural de nosso povo, o domínio sobre parte considerável
da biodiversidade e da água doce do planeta, um território de extensão
continental com uma rica variedade de biomas cujo papel é fundamental no
equilíbrio climático e no desenvolvimento científico, tecnológico e econômico
de nosso país e do mundo.
Temos avançado
com perseverança na construção da democracia brasileira. Superamos uma ditadura
militar de mais de duas décadas, aprovamos o impeachment do primeiro Presidente
eleito sob a redemocratização, debelamos um processo inflacionário arrasador
que parecia não ter fim e iniciamos importante trajetória de redução das
desigualdades sociais que ainda marcam nossa sociedade.
Prevalece,
contudo, um modelo econômico que privilegia alguns setores em detrimento a
aplicação de recursos em áreas essenciais ao desenvolvimento do País e ao bem
estar da sociedade. Continuamos insistindo numa concepção que não consegue
transformar em estratégia de desenvolvimento nossa privilegiada condição de
detentor de um patrimônio ambiental único.
É significativo
que as instituições políticas e os sucessivos governos, nas últimas décadas,
não tenham absorvido e dado relevo ao papel crucial da sustentabilidade
ambiental dentro do processo de desenvolvimento. A exploração dos recursos
naturais segue sendo predatória, com baixa agregação de valor e uso intensivo
de agrotóxicos. Esta é uma realidade que não diz apenas de questões
ambientais. Ela aponta para um equívoco de visão cujas dimensões precisam ser
melhor compreendidas.
Uma das
peças-chave para uma correção de rumos está no sistema político e sua estreita
relação com o modelo de desenvolvimento. Basta, para isso, ver quais são os
principais doadores de campanha e as leis feitas pelos eleitos, que com
frequência fortalecem os valores que se contrapõem ao desenvolvimento
sustentável, à ética, à justiça social, ao aprofundamento da democracia e aos
princípios civilizatórios básicos.
São graves os
problemas relacionados ao desgaste e ao descrédito da política, dos políticos e
do sistema de representação, sobretudo porque afastam grande parcela da sociedade
das decisões públicas, quando não a leva ao alheamento e total indiferença às
decisões políticas. Permanecem hegemônicas as velhas práticas políticas que vêm
do colonialismo, do populismo, do racismo, do totalitarismo e outras formas de
dominação e corrupção que ainda configuram uma cultura arraigada e difícil de
mudar. O processo de construção da nossa república ainda está incompleto.
Mesmo sendo da
natureza dos partidos políticos o confronto de posições e projetos e a
disputa legítima pelo poder de Estado para realizá-los, o objetivo de
permanecer no poder a qualquer custo os esvazia de suas
premissas fundantes que são corresponder aos clamores e urgências da
população e expressar as demandas da sociedade, de forma democrática, competente,
ética e justa.
Nosso sistema
político-partidário, a pretexto de gerar condições de governabilidade,
enredou-se numa lógica própria fisiológica de formação de base de apoio
parlamentar, solapando cada vez mais as possibilidades de emergirem diferentes
e verdadeiros projetos de desenvolvimento que se ofereçam como alternativas à
escolha dos cidadãs e cidadãos. A maioria dos programas são feitos sob medida
para os períodos eleitorais, sem compromisso real de implementação, tangidos
pelo carisma de nomes e pelo imediatismo das palavras de ordem escolhidas por
esquemas cada vez mais caros e sofisticados de marketing.
Passada a
eleição, o poder fecha-se para a sociedade, empurrando-a para o passivo lugar
de mera expectadora do processo político. Ao mesmo tempo, começa a preparar a
composição de forças para as próximas eleições, com base na distribuição de
cargos e vantagens, como se ainda estivéssemos nas capitanias hereditárias. A
teórica separação dos poderes dá lugar à exacerbada predominância do Executivo
e da União, num regime com ranços imperiais, assentado sobre uma noção de
governabilidade que se traduz na repartição dos pequenos, médios e grandes
poderes, prerrogativas e orçamentos de Estado, tornando inviáveis políticas
públicas com organicidade, planejamento, integração e visão de longo prazo.
Essa prática, que
se vende como inexorável, interage com o poder econômico, consolidando a
cultura viciosa de tolerância do uso privado dos bens públicos e levando a
insuportáveis distorções na aplicação dos recursos financeiros, tecnológicos,
naturais e humanos do Brasil. O interesse público fica refém do poder
econômico, do calendário político e das conveniências e acordos de bastidores.
Chegamos a um ponto perigoso de relativização ética e de aceitação, como
naturais, de práticas lesivas à sociedade.
A ministra Marina Silva e a vereadora de Maceió Heloísa Helena merecem respeito; são duas mulheres de fibra na luta por um Brasil melhor; estão certas em não querer se juntar com os Renan e Sarney da vida; temo no entanto que tudo seja mesmo uma utopia, pois a realidade da política é suja e ultrajante. Caso Marina se eleja presidente como irá governar o Brasil? Sem o Congresso Nacional? Terá que tapar o nariz e fazer acordos caso contrário será derrubada pela gang
ResponderExcluirMarina tem uma cara de defunta, diz que quer renovar a política e o "sistema" de uma forma geral. Já vimos muito este filme. Quando pessoas apregoam que querem implantar um "novo modelo" de sociedade, aí é que mora o perigo. Seria pior do que Lula e os não sei quantos ladrões do PT. Que roubam, mentem, mas até agora não quiseram empurrar na garganta do povo quaisquer novo modelo de sociedade ou o que possa advir de idéias como essa. Já Heloísa é um verdadeiro cacareco político, ainda é leninista, ou seja, defende coisas monstruosas como ditadura do proletariado. É de um tipo de esquerda que não se renova nunca. Quem é doido para repetir os "modelos " de socialismo do sangrento século XX? Tais "experiências" custaram a vida de pelo menos cento e cinquenta milhões de pessoas, numa contagem otimista. Será que àquela senhorita de Alagoas quer matar milhões no Brasil? A união das duas significa o casamento da defunta com a louca das Alagoas. Aliás, por que ela não começa pelo seu estado? aliás já se mata muito por lá, não? Pobre povo de Alagoas, pobres esquerdas ditas renovadas. Se ela quer renovar, por que não lança uma proposta de reforma política? Rafael Brasil.
ResponderExcluirOS FUNDAMENTOS DE MARINA SE RESUMEM NA SUA MORAL INDIVIDUAL E NA COMPROVADA ÉTICA PÚBLICA. OU SEJA: MARINA NÃO ROUBA!!! QUEIRAM VOCÊS OU NÃO, A NOSSA DEUSA DA FLORESTA AMAZÔNICA E DA CAATINGA NORDESTINA É UM EXEMPLO DE PUREZA!!! MARINA SILVA, ADMITE QUE O PROJETO TEM UMA “DOSE DE UTOPIA”. É CLARO QUE SIM!!! SÓ QUE: “SE NÃO TIVER, VOCÊ NÃO MUDA, FAZ SEMPRE A MESMA COISA”. “ESTAMOS APOSTANDO. PODE SER INVIÁVEL FAZER DE OUTRA FORMA. MAS, UMA DAS GRANDES CONTRIBUIÇÕES SERÁ A MARRONZINHA MOSTRAR QUE É POSSÍVEL FAZER DE UMA OUTRA FORMA. SERÁ UMA GRANDE REFERÊNCIA, INDEPENDENTEMENTE DE GANHAR OU PERDER A ELEIÇÃO”. NO DIA QUE OS ELEITORES QUE ANULAM VOTOS, QUE VOTAM EM BRANCO OU VÃO PARA A PRAIA NO DIA DE VOTAR MUDAREM DE COMPORTAMENTO E IREM ÀS URNAS, MARINA SILVA SERÁ PRESIDENTA DO BRASIL. MARINA ESTÁ PRECISANDO EM CARÁTER DE URGÊNCIA URGENTÍSSIMAS DE MENTES ALERTAS E ABERTAS TIPOS ELEITORES CATEGORIZADOS DO PORTE DA TELMA E DO RAFAEL BRASIL. TORÇO QUE O CICLO PETISTA SE FINDE COM A ELEIÇÃO DE MARINA, POR ISSO: BRASIL URGENTE, MARINA PRESIDENTE!!!
ResponderExcluirO medo de Marina Silva, não é simplesmente pelo fato de defender um novo modelo de política, discutida em rede e em defesa da sustentabilidade; e sim, em razão da ameaça aos defensores do status quo, incluindo os corruptos de plantão, pelo medo de não encontrarem espaço nessa rede. Marina, é uma das personalidades mais respeitadas do mundo moderno, é a "defunta" mais viva desse Brasil, que vem, ao longo dos tempos destruindo sua biodiversidade e colocando em risco a vida do planeta.
ResponderExcluirP.S. Não acredito que o texto acima seja do Professor Rafael Brasil.
O radicalismo é perigoso. Deu no que deu, um esquerdista militante do PARTIDO COMUNISTA no passado e hoje é um direitão. Pois é Rafael vc agora participando no governo de Caetés acho que em pouco tempo Caetés será um mar de rosas. Mas é previsível vc vai saí do governo desiludido, pois este é o fim do radicalismo. Seu pai foi governo de Caetés e vc com certeza influenciou este governo. E aí o que vc tem a mostrar?
ResponderExcluir............Marina é a "defunta" mais viva desse Brasil... ESSA BENDITA FRASE É PARA FICAR NOS ANAIS DA BLOGOSFERA GARANHUENSE...
ResponderExcluirEsse comentarista Altamir Pinhero acertou em cheio quando afirma que a senhora Osmarina Marina em seus fundamentos como candidata se resume na sua moral individual e na comprovada etica publica. Essa é a cara de Marina. Meu voto é dela e o boi nao lambe.
ResponderExcluirTORÇO QUE O CICLO PETISTA SE FINDE COM A ELEIÇÃO DE MARINA. Gostei dessa frase, legal!
ResponderExcluirLamentável o comentário do professor Rafael Brasil em estigmatizar pessoas que, comprovadamente, têm luta na defesa inconteste dos mais pobres. Marina e Heloisa se confunde, pois são forjadas na mesma batalha.
ResponderExcluirJosé Luciano da Silva
Águas Belas