Passados 31 anos da morte de Elis Regina, a artista continua a ser a melhor cantora do país.
Tivemos Eliseth Cardoso e Ângela Maria no passado, nas últimas décadas
surgiram grandes vozes como Marisa Monte, Ana Carolina e Vanessa da Mata. E temos
a Simone, Maria Betânia, Gal Costa. Todas elas maravilhosas, brilham no palco,
escolhem bem o repertório dos seus álbuns.
E a Maria Rita, tão parecida com a mãe, na voz, no jeito de
cantar...
Mas nenhuma delas se compara a Elis. É uma opinião pessoal
minha, mas tenho certeza compartilhada por muitos. Não é à toa que a maioria
dos críticos de música do país não cansa de avaliar a gaúcha como “a melhor
cantora do Brasil”.
Elis Regina Carvalho morreu com apenas 36 anos, no auge de sua
carreira. Uma infeliz overdose de quem nem era viciada em drogas. Deixou um
buraco no país. Uma lacuna na vida artística nacional que ainda não foi
preenchida.
Por que ela era a melhor?
Porque Elis evoluiu. De intérprete de sambas e bossa nova
incorporou o novo ao seu repertório. Revelou compositores e passeou com
desenvoltura por Roberto Carlos, Rita Lee, Chico Buarque, Milton Nascimento, Belchior, Fagner, Gonzaguinha, Ivan Lins, Tom Jobim, João Bosco e Aldir Blanc, Adoniram Barbosa, Ary Barroso, Pixinguinha, Toquinho, Vinícius de Moraes...
Elis Regina cantava com todo seu corpo, com alma, com extrema
sensibilidade. Intérprete sem igual, e que voz...
Basta você pegar o disco Falso Brilhante, de 1976, para se
deliciar e confirmar: “É, essa aí é a melhor de todas...”
No disco citado, que consagrou de vez a sua carreira, ela arrasou
na interpretação de “Como Nossos Pais” (Belchior), emocionou com Gracias a la
Vida (Violeta Parra), brincou cantando Jardins de Infância (João Bosco e Aldir
Blanc), reforçou a beleza de Tatuagem (Chico Buarque) e renovou os belos versos
de Fascinação (na versão de Armando Louzada).
Tem uma música gravada por Elis Regina - e não é das mais
conhecidas - que sempre entendi como uma espécie de premonição de sua viagem precoce.
Nem mesmo nas boas coberturas da Globo sobre a morte da artista vi uma citação
a esses versos de Lourenço Baeta e Cacaso
Na interpretação arrojada, perfeita de Meio Termo, a pimentinha
praticamente avisava que ia nos deixar tão cedo:
MEIO TERMO
Ah! Como eu tenho me enganado!
Como tenho me matado
Por ter demais confiado
Nas evidências do amor
Como tenho me matado
Por ter demais confiado
Nas evidências do amor
Como tenho andado certo
Como tenho andado errado
Por seu carinho inseguro
Por meu caminho deserto
Como tenho andado errado
Por seu carinho inseguro
Por meu caminho deserto
Como tenho me encontrado
Como tenho descoberto
A sombra leve da morte
Passando sempre por perto
E o sentimento mais breve
Rola no ar e descreve
Como tenho descoberto
A sombra leve da morte
Passando sempre por perto
E o sentimento mais breve
Rola no ar e descreve
A eterna cicatriz
Mais uma vez
Mais de uma vez
Quase que fui feliz
Mais uma vez
Mais de uma vez
Quase que fui feliz
A barra do amor é que ele é meio ermo
A barra da morte é que ela não tem meio-termo
A barra da morte é que ela não tem meio-termo
(Lourenço Baeta e Cacaso)
É lamentável que as rádios de Garanhuns não valorizam mais a boa música, só tocam lixo que não tem letra nem música. Estas porcarias que eles chamam de música só tem rítimo e um só refrão e mais nada. Lembro quando as rádios foram inauguradas aqui em Garanhuns, só cotavam músicas de qualidade e não denegriam imagem das mulheres e sim falavam da beleza da mulher, hoje é "raparica, ai se te pego" e outras porcarias. Gostaria muito que estas rádios tocassem as verdadeiras músicas que tem começo, meio,fim que e que tenha uma história como as músicas Elis, Chico Buarque e Milton Nascimento. Este tipo de rádio que está ai não presta e outra não escuto estas rádios mais, tenho cd e pendrive com MPB e Clássicos.
ResponderExcluirJonathas Cardoso.
Oi,
ResponderExcluirEnquanto procurava sobre Ary Barroso encontrei essa postagem.
A Elis é uma ótima cantora mesmo, grande intérprete!
Muito bacana o seu blog.
Abraços,
Lu Oliveira
www.luoliveiraoficial.com.br