Morreu nesta
quarta-feira o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. A morte foi confirmada às
21h55m. Ele estava internado desde o dia 2 de novembro no Hospital Samaritano,
onde vinha sendo submetido a hemodiálise e fisioterapia respiratória. Nos
últimos dias, exames laboratoriais vinham apresentando piora. Após uma parada
cardíaca nesta manhã, ele foi sedado. À noite, não resistiu e morreu em função
de complicações de uma infecção respiratória. Ele completaria 105 anos no dia
15 de dezembro.
O corpo do
arquiteto será velado no Palácio do Planalto nesta quinta de manhã, após um
oferecimento da presidente Dilma Rousseff aceito pela família. No fim da tarde,
volta para o Rio, seguindo para o Palácio da Cidade, onde haverá uma cerimônia
restrita. O velório só será aberto ao público no Rio na manhã de sexta. O
enterro está marcado para a tarde de sexta no Cemitério São João Batista. O
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, decretou luto de três dias no
Estado.
Reconhecido em
todo o mundo como um dos grandes expoentes da arquitetura moderna, o homem que
desenhou alguns dos prédios e monumentos mais importantes de Brasília deixou
sua marca em várias cidades do mundo ao longo do século XX. Além disso, fez
diversos projetos gratuitamente, em benefício das causas que inspiravam sua
construção. Sua assinatura está nos principais edifícios do Distrito Federal,
entre eles o Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada e o edifício do Congresso
Nacional. Também projetou o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo
Horizonte, o famoso "disco voador" do Museu de Arte Contemporânea de
Niterói e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Seu trabalho
conquistou admiração de personalidades mundiais, do líder cubano Fidel Castro
ao astro de Hollywood Brad Pitt - ambos fãs declarados do arquiteto, que em
1947 participou com destaque da equipe que elaborou o edifício-sede da
Organização das Nações Unidas.
Filho de Oscar de
Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, nasceu em 15 de dezembro de 1907,
na Zona Sul do Rio de Janeiro. Teve uma infância tranquila e uma juventude
boêmia, passada entre as arquibancadas do estádio do Fluminense, nas
Laranjeiras, as ruas da Lapa e as mesas do Café Lamas. Depois de se casar com a
filha de imigrantes italianos Annita Baldo, aos 21 anos, decidiu finalmente
retomar os estudos. Em 1934, formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de
Belas Artes e se empregou no escritório de Lúcio Costa, onde em pouco tempo
começou a se destacar.
Em 1945,
ingressou no Partido Comunista Brasileiro, de onde saiu apenas em 1990, por
discordar dos novos rumos políticos da legenda. Mas permaneceu fiel a seu
idealismo humanista ao longo de toda a vida. "A gente tem que se basear em
convicções muito firmes para aguentar essa luta que a vida representa para o
ser humano", declarou, no dia em que completou 100 anos.
Nos anos 60,
perseguido pela ditadura militar no Brasil, exilou-se na França, onde projetou
o Centro Cultural Le Havre e a sede do Partido Comunista Francês. Neste
período, realizou projetos para diversos países, como Portugal, Israel,
Argélia, Líbano e Itália. Em 1974, retornou ao Brasil e abriu um escritório na
Avenida Atlântica, em Copacabana. Na década seguinte, deixou seu traço na construção
do Sambódromo e dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), idealizados
por Darcy Ribeiro durante o governo de Leonel Brizola. Em 2012, a passarela do samba
ganhou uma nova remodelagem e deixou a avenida igual ao projeto original
desenhado por Niemeyer há quase 30 anos, com arquibancadas também no setor par.
Celebrado tanto
por seu talento como pela longevidade e capacidade de trabalho, Niemeyer foi ao
longo de sua vida tema de inúmeros estudos acadêmicos, exposições,
documentários e livros biográficos. Em 1988, recebeu o prêmio Pritzker, maior
honraria da arquitetura mundial. Também inspirou obras de outros artistas e
arquitetos e deu nome a espaços culturais.
Em Ravello, na
Itália, foi construído o Auditório Oscar Niemeyer. A estrutura projetada pelo
arquiteto brasileiro passou dez anos envolvida em polêmicas ambientais e legais
até ser finalmente concluída, em 2010. Niemeyer começou a projetar o auditório
em 2000, a
pedido do amigo Domenico De Masi, sociólogo que preside a Fundação Ravello, que
encomendou a obra.
O projeto demorou
para sair do papel por causa de uma lei local que impede novas construções na
cidade, de apenas 2,5 mil habitantes. Baseada nessa legislação, a organização
Itália Nostra, voltada para a defesa do patrimônio cultural, histórico e
ambiental do país, acionou a Justiça para impedir a construção do auditório.
Depois de oito ações judiciais obstruindo a obra, o auditório finalmente saiu
do papel quando o governo da região de Campânia aprovou uma lei regional se
sobrepondo às restrições locais de Ravello e liberando a construção.
O Centro Cultural
Niemeyer, em Avilés, um complexo cultural que custou 44 milhões de euros - e
cujo desenho foi um presente do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer ao
Principado das Astúrias -, também acabou se tornando uma polêmica. O local
quase fechou as portas em dezembro de 2011, apenas seis meses após sua
inauguração, sob acusações de irregularidades na gestão. Em outubro de 2011, o
arquiteto chegou a escrever uma carta aberta sobre o possível encerramento das
atividades do centro cultural e disse que iria lamentar se o espaço fechasse
mesmo que por um curto prazo. (Fonte:
Globo.com).
Descanse em paz Oscar Niemeyer , homem comum que durante sua existência demonstrou interesse pelos mais pobres e pela sua família e com o dom que possuía,sendo dono de uma mente sábia por sua genialidade através do pensar pode cria projetar e teve o prazer de ver executado varias obras em concreto armado que antes existiam apenas no seu imaginário.
ResponderExcluirAtravés de curvas rabiscadas em papel ele cosegui modificar uma paisagem natural, onde surgiram varias obras em concreto armado que por séculos resistirão e ficará para várias gerações a certeza de poder ver e contemplar em cada projeto executado uma verdadeira obra de arte.
Gilvan Costa Capoeiras (PE) 06/12/12