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Pesquisas Eleitorais

TOMATES VERDES FRITOS - FILMES INESQUECÍVEIS - 97º

Tomate Verdes Fritos, realizado em 1991 pelo americano Jon Avnet, é possivelmente o melhor trabalho do cineasta e está entre os melhores filmes das últimas décadas.

Avnet dirigiu o ótimo Justiça Vermelha, com Richard Gere, As Duas Faces da Lei, Íntimo e Pessoal e 88 minutos, esse tendo a participação de Al Pacino. Nenhum deles é tão completo quanto Tomates Verdes Fritos.

O filme que estamos comentando está acima da média por conta do excelente roteiro, devido à direção elegante e sensível de Jon Avnet,  pela bela fotografia exibida durante quase todo o tempo e pela história envolvendo ricos personagens, interpretados por um elenco que não é exagero classificar como extraordinário.

Evelyn é uma dona de casa insegura e reprimida,  solitária porque o marido alienado só pensar em assistir jogos na TV, comer e encontrar tudo arrumadinho quando chega do trabalho. Sua tristeza, suas mágoas, ela tenta compensar comendo doces, que a deixam gordinha e complexada.

No hospital, ao visitar uma tia, Evelyn conhece Ninny, uma senhora de 83 anos com a qual vai se afeiçoando desde que começa a ouvir suas histórias.

Jessica Tandy, já com seus 80 anos, é um dos destaques do filme, tendo na época do lançamento do longa arrancado elogios da crítica especializada e do grande público. Não é à toa que foi indicada para o Oscar de Melhor atriz de 1992.

Ninny relembra a amizade de Ruth e Idgie. A primeira uma moça meiga, bonita, que casa com um sujeito tosco, membro da Ku Klux Klan. Idgie descobre que o homem bate na esposa e revolve enfrentá-lo. Com ajuda de seus amigos negros termina por livrar a amiga do grosseirão.

Idgie é apresentada desde criança como uma pessoa rebelde, voluntariosa, inteligente, corajosa. Logo nas primeiras cenas a moça sofre uma grande perda quando seu irmão Buddy (Chris O´Donnel ainda bastante jovem) é atropelado por um trem.

Vivendo no mesmo ambiente, tratando os negros com dignidade, Idgie e Ruth terminam por ser discriminadas e correm riscos, principalmente por conta do instinto ruim de Frank Bennet, o marido abandonado.

O expectador vai sabendo dessa trama aos poucos, em flash back, enquanto a velha Ninny conquista cada vez mais o coração da angustiada Evelyn.

É graças a essa senhora de mais de 80 anos que Evelyn dá a volta por cima, começa a valorizar seu corpo, sua vida e cria coragem para desafiar o boboca do marido.

Toda semana Evelyn visita Ninny e escuta mais sobre o drama envolvendo Ruth, Idgie e Frank Bennet. Este, com seus amigos da Klan, tenta atemorizar a comunidade e faz ameaças a quem é amigo dos negros.

Depois, mais na frente, Frank tentar roubar o filho de Ruth. Quando ela deixou o marido estava grávida e teve a criança já vivendo com seus novos amigos.

O tirano se dá mal e desaparece, ficando claro para o espectador que ele foi assassinado logo após tentar levar o menino e agredir os que tentaram impedir sua ação.

Um policial vindo de outro Estado começa a investigar o caso sem conseguir solucioná-lo porque nunca foi encontrado o corpo.

As histórias paralelas – a do passado e a do presente – são contadas com grande sensibilidade. Você tanto se apega aos personagens jovens, principalmente a Idgie e Ruth, quanto aos mais maduros e velhos, caso de Evelyn e Ninny.

Tomate Verdes Fritos trata das questões da terceira idade, fala de relacionamentos conturbados, foca a questão do racismo nos Estados Unidos, aborda a luta por liberdade e a procura de mulheres pela recuperação da auto-estima.

Embora Jessica Tandy brilhe mais que todos em meio ao elenco de alto nível, merece atenção também a interpretação de Kathy Bates para a dona de casa Evelyn.

O filme tem momentos comoventes, belos, faz você rir e chorar, pois a tristeza domina alguma cenas. É uma obra cinematográfica de arte, no seu conjunto com uma mensagem otimista. Quem assiste Tomates Verdes Fritos certamente passa a encarar a vida com mais esperança e se convence que em meio à dor, ao sofrimento, a pessoas estúpidas e más existe espaço para os bons, existe amizade verdadeira, existe amor.

É para guardar na memória e ter sempre na estante, junto de outras obras inesquecíveis da sétima arte.

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