GOVERNO MUNICIPAL

GOVERNO MUNICIPAL
PREFEITURA DE GARANHUNS

A VIDA É BELA - FILMES INESQUECÍVEIS - 85º

Nesta mesma série já tivemos a oportunidade de escrever sobre o nazismo e citar alguns grandes filmes relacionados com o tema. Voltamos ao assunto, que precisa estar sendo lembrado, para que as pessoas se conscientizem do horror praticado pela Alemanha de Hitler, com seus seguidores na Itália, no Japão e em outros países. O próprio Getúlio Vargas, que era presidente do Brasil quando estourou a segunda guerra mundial, esteve de namoro com os fascistas, mudando de posição quando os aliados começaram a inverter a situação e garantiram a vitória da democracia e da liberdade.


Tanto quanto os livros o cinema vai fundo ao examinar as raízes do nazismo e suas conseqüências. Charles Chaplin, que era um gênio, antes mesmo da invasão dos países da Europa e início da guerra, previu tudo no excelente O Grande Ditador. O longa, já resenhado neste blog, como que antecipa o que estava por vir. Faz uma caricatura de Hitler, mostra que ele é um louco, dá um recado bastante objetivo: “Esse sujeito vai levar o mundo ao caos, ao sofrimento, à loucura”. Mas a própria Inglaterra e França, as potências da época, fecharam os olhos à ascensão do ditador alemão, não o levaram tão a sério e imaginaram que o nazismo poderia ser usado contra o “mal maior", o comunismo.

“A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, também avaliado nesta série “Filmes Inesquecíveis”, é quase que um documentário. Mostra o nazismo por dentro, os últimos momentos de Adolfo e seus seguidores fanáticos, o final da segunda guerra mundial.

“A Vida é Bela”, que examinamos hoje, é um dos trabalhos mais originais a respeito da aventura nazista. Muitas leituras podem ser feitas sobre este filme, inclusive pode se acusar o diretor, como já fizeram, de tentar emoldurar as atrocidades dos alemães.

Revendo o longa do italiano Roberto Benigni, fico convencido de que o cineasta, acostumado à comédia, usou o seu talento no gênero para denunciar a barbárie de uma outra forma, da sua maneira e como que dizendo: “o que está acontecendo é tão terrível, é tanta a maldade, são tantos os crimes, que as crianças não devem saber”.

A Vida é Bela começa quase como uma história de amor, com toques de comédia pastelão. Guido (interpretado pelo próprio Benigni), se apaixona pela jovem e bela Dora, que estava comprometida para se casar com um rapaz ligado à burocracia fascista italiana.

Uma das cenas interessantes do filme é quando o personagem entra no salão com um cavalo, todo pintado de verde e rouba a moça do seu futuro esposo. Para desespero da mãe de Dora, esta prefere o amalucado contabilista judeu, deixando o homem que iria oferecer à filha um futuro sem atropelos.

Ela casa, tem um filho e Guido continua o mesmo. Sonhador, sem grandes perspectivas, oferecendo a mulher uma vida modesta.

Então vem a guerra, a perseguição aos judeus e Guido é levado para um campo de concentração, juntamente com o filho Giosuè.

Os momentos mais densos e mais dramáticos de A Vida é Bela se passam no campo de concentração. Os prisioneiros são explorados, espancados, assassinados. As crianças são levadas para o “chuveiro” para morrer.

Todos mal alojados, com uniforme os identificando como judeus, marcados com um número no braço, sem esperança no amanhã.

Como salvar o filho e encobrir dele o que está acontecendo? Como salvá-lo para Dora, que também está no campo de concentração (fez questão de ser presa para estar perto do marido)?

Guido transforma tudo num conto de fadas, num jogo. A realidade bruta vira fantasia, de maneira que o filho não sinta tanto a fome, o desconforto, não perceba que os soldados alemães estão torturando e matando seres humanos só por serem judeus.

Guido é engraçado e trágico. Giosuè é tocante. O filme provoca reflexões e um riso contido, que pode levar ao choro. Afinal de contas como achar divertido o comportamento cruel dos nazistas e os sofrimentos de suas vítimas?

O título do filme esconde uma grande indagação ou ironia: Como a vida pode ser bela com a existência da guerra, com a morte rondando, tanta gente sofrendo, com homens como Hitler e Mussolini querendo dominar o mundo?

Guido vai para o sacrifício. Por seu filho e pela sua Dora. Quem sabe no amanhã mulher e filho poderão ser felizes, poderão viver o conto de fadas inventando pelo personagem?

Quem sabe depois que a guerra terminar, com a derrota do nazifacismo, aí então a vida poderá ser mesmo bela?

Alguns críticos viram em Roberto Benigno, em seu trabalho, influência de Chaplin e de Frank Kapra. Do primeiro a utilização do humor para tratar de uma questão tão delicada. Do segundo a crença nos homens, a opção pelo otimismo mesmo quando surgem as piores situações.

Chaplin e Kapra (ver nesta série A Felicidade não se compra) a meu ver foram maiores do que o diretor italiano. Mas Roberto Benigno também fez um belo filme e não foi à toa que comoveu milhões de pessoas pelo mundo e conquistou dezenas de prêmios com seu trabalho. Ganhou inclusive o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1999, derrotando o nosso Central do Brasil. Se fez justiça. A produção brasileira era (é) de alto nível, mas foi superada por esta obra instigante do italiano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA
FINANCIAMENTO PARA CASA PRÓPRIA