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FILMES INESQUECÍVEIS - CREPÚSCULO DOS DEUSES - 87º

Billy Wilder foi um cineasta americano querido pelo público e pela crítica, tendo ao longo de mais de 50 anos  de trabalho realizado filmes que se tornaram clássicos, como A Montanha de Sete Abutres, Sabrina, Testemunha de Acusação, Quanto Mais Quente Melhor e O Pecado Morera ao Lado, este último com a encantadora Marilyn Monroe.

Crepúsculo dos Deuses, realizado por Wilder em 1950, com um caprichado trabalho de fotografia em preto e branco, é possivelmente seu melhor filme. Na época foi indicado a 11 Oscars, tendo conquistado só três estatuetas, em categorias consideradas menos importantes, no caso Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.

Com o tempo, o longa receberia a atenção devida por parte dos críticos e dos estudiosos do cinema. Em 1989 foi considerado pela Biblioteca do Congresso Estadunidense como  culturalmente, historicamente e esteticamente significante. Nas décadas seguintes, em 98 e 2007, Crepúsculo dos Deuses entraria na lista dos melhores filmes americanos de todos os tempos, de acordo com o American Film Institute.

É uma realização realmente magistral, um drama envolvente, bem conduzido do início ao fim e com um elenco notável, reunindo alguns dos grandes atores de Hollywood da época.

Assistindo esse filmaço pela primeira vez dias atrás, não tive como evitar comparações com o novíssimo O Artista, grande vencedor do Oscar 2012. Passados 62 anos, os dois têm em comum a realização em preto e branco e a temática da passagem do cinema mudo para o falado. As semelhanças param por aí. O primeiro é um drama denso, que se aprofunda na psicologia dos personagens, indo muito além do segundo. Este pode ser considerado superficial, leve demais, quando comparado à produção de 1950. Ironia do destino ou sinal dos tempos: O Artista recebeu mais prêmios e os Oscars mais importantes. Ou se fazia cinema melhor ou a Academia de Hoolywood já não é a mesma.

Em Crepúsculo dos Deuses o roteirista Joe Gillis, interpretado por William Holden, não está tendo muita sorte na profissão. Sem conseguir emplacar suas histórias e consequentemente ganhar dinheiro, as dificuldades batem à sua porta e os credores tentam lhe tomar o carro, que não consegue pagar.

Fugindo dos representantes de uma financeira do automóvel, o infeliz Joe vai parar numa mansão aparentemente abandonada, onde esconde o seu veículo. No casarão decadente ele vai encontrar Norma  Desmond (Gloria Swanson), uma atriz famosa na época do cinema mudo, esquecida pelos diretores e pelo público com a ascensão do cinema falado.

Norma é uma mulher nitidamente perturbada pela decadência, vivendo a utopia que voltará às telas e será aclamada novamente. Rica, servida fielmente por um mordomo que tinha sido seu primeiro diretor, escreve um roteiro para um filme e aproveita a chegada casual de Joe para contratá-lo. Deseja que o rapaz melhore sua história, sonhando que pode dar a volta por cima.

Sem alternativas, Gillis termina ficando na mansão, trabalhando para Norma, que se apaixona pelo roteirista. A partir daí se desenvolve toda uma história com alta carga de drama e como que assistimos uma peça teatral, onde brilham os personagens principais.

Além de Holden e Swanson, merece destaque o ator Erich von Stroheim, intepretado o fiel empregado da estrela. Também participam do filme os cineastas Cecil  B. DeMille e Buster Keaton, duas lendas do cinema, interpretando eles mesmos.

A  meu ver Billy Wilder expôs em seu trabalho não apenas o lado cruel de Hoolywood. A situação vivida por Norma, infeliz e desprestigiada por conta da idade, logicamente não se limita somente ao meio artístico. Todos nós, uns mais outro menos, corremos o risco de sofrer discriminação e até desprezo por não sermos mais jovens, cheios de vida.

Nesse sentido, creio que Crepúsculo dos Deuses pode ser enquadrado também como um grande drama psicológico, um filme envolvente por conta da sensibilidade social e humana bem explorada pelo seu diretor.

Como escrevi lá em cima, só recentemente pude conhecer essa obra realizada sete anos antes do meu nascimento. Mas desde já o incluo na lista dos 10 ou pelo menos dos 20 melhores filmes que já assisti.


Alguns filmes clássicos já comentados nesta série:

  1. Casablanca
  2. Os Brutos Também Amam
  3. Cleópatra
  4. E o Vento Levou
  5. Janela Indiscreta
  6. Suplício de Uma Saudade
  7. Ladrão de Bicicletas
  8. Os 10 mandamentos
  9. Ben Hur
  10. Anatomia de um Crime
  11. Lawrence da Arábia
  12. Zorba, o Grego
  13. O Pagador de Promessas
  14. Horizonte Perdido
  15. Vidas Secas
  16. Luzes da Cidade
  17. Doutor Jivago
  18. Assim Caminha a Humanidade
  19. O Último Imperador
  20. Cidadão Kane

Um comentário:

  1. Caro Roberto acho que valeria à pena escrever algumas palavras sobre "Os Sete Samurais" de Akira Kurosawa ou sua versão western Sete Homens e um Destino com Yul Brinner, Charles Bronson e etc. além de filmes mais recentes como: Império do Sol (Spielberg) e o belo musical Across the Universe que vale a pena pela trilha sonora inteiramente composta por músicas dos Beatles. Um abraço , Cícero Júnior.

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