PAULO CAMELO REVELA O QUE FARIA NA PREFEITURA

EXCLUSIVO - Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti, natural de Garanhuns, engenheiro civil, ex-funcionário do Banco do Brasil, atualmente exerce a função de engenheiro e diretor da Camelo Engenharia. Desde adolescente que milita na esquerda, especialmente no Movimento Estudantil, iniciando sua atividade política, em 1968, nos Colégios XV de Novembro e Diocesano. Militou no Movimento Estudantil universitário chegando a ser Presidente do Diretório Acadêmico do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Pernambuco, em plena vigência do governo militar. Participou da Luta pelas Liberdades Democráticas, pela Anistia, pela Constituinte, pela Libertação dos Presos Políticos e pela Posse da Terra dos Quilombolas do Castainho. Concluiu o curso de engenharia em dezembro de 1980, sendo Orador dos Formandos em Engenharia, quando na ocasião Dom Hélder Câmara foi Paraninfo da Turma.

Nesta entrevista ao Blog, Paulo Camelo esclarece porque insiste em disputar a prefeitura de Garanhuns, rebate as críticas de que não atualizou seu discurso, afirma que o teleférico em Garanhuns é possível, avalia o perfil de outros políticos da cidade e revela como montaria seu secretariado e quais seriam suas primeiras medidas como governante, caso vencesse a eleição.

Por que você insiste em disputar a prefeitura apesar das votações modestas que tem obtido?

Paulo Camelo: Sempre que verifico algum desmando em nossa cidade, reajo querendo consertar.

Acredito que só, e somente só, exercendo o cargo de Prefeito é que poderei fazer alguma coisa pela nossa cidade. Exemplos não faltam: aterro indevido que estão executando no Vale da Liberdade; corte na Colina (Serra) Antas; abandono e poluição das nascentes do Rio Mundaú; avanço da Colônia de Férias do SESC sobre o Parque Ruber van der Linden; estreitamento da Av. Santos Dumont; extinção da Banda de Música; extinção do Carnaval e do São João; ausência de um time de futebol na 1ª divisão do campeonato Pernambucano; precariedade nas festividades natalinas; dentre outros

Seus críticos dizem que Paulo Camelo não atualizou o discurso...?

Paulo Camelo: Nosso discurso é o mais atualizado possível. Alguns críticos advogam que depois da Queda do Muro de Berlim, não existe mais “direita” e nem “esquerda”. Puro engano. A Queda do Muro de Berlim representou apenas a Queda do Stalinismo, e não do Socialismo. Enquanto existir Luta de Classes Sociais, existirá a exploração do homem pelo próprio homem. Assim, sou adepto da economia socialista, enquanto o capitalismo agoniza, estando mergulhado em crises cíclicas, a exemplo do que ocorre na economia dos Estados Unidos e da Europa.

Caso vencesse a eleição em Garanhuns como iria governar, com que quadros montaria seu secretariado?

Paulo Camelo:Procuraria contratar pessoas de nossa cidade, a exemplo dos contadores Hugo Valença e Antônio Amaro, do engenheiro João Inocêncio Filho, do arquiteto Aristóteles Bastos, do economista Alexandre Marinho, do advogado Luis Afonso Jardim, do escritor e poeta João Marques, do promotor turístico Henrique Rodrigues, dentre outros

Paulo Camelo prefeito de Garanhuns em 2013, quais seriam as primeiras medidas?

Paulo Camelo:

1 - Inventário geral da máquina municipal, incluindo contabilidade, recursos humanos,

patrimônio, direitos e deveres dos funcionários, etc;

2 - Contratação da Polícia Federal para verificação da existência, ou não, de escuta telefônica ou outro equipamento de gravação;

3 – Audiência com o governador Eduardo Campos com a finalidade de buscarmos uma solução para o Presídio de Canhotinho, mais aquisição do Prédio onde funciona o Batalhão da PM (lá, Colina Monte Sinai, será um Shopping Turístico e Estação do Teleférico), e de formamos um Grupo de Trabalho destinado a realização do Festival de Inverno, dentre outras reivindicações;

4 – Reformulação imediata do Plano Diretor, o qual tornou nossa cidade “nanica”, proibindo edificações com mais de três andares, ou seja, com o Complexo de Peter Pan.

Não há porque comprometer o futuro da cidade com um Plano Diretor perneta. A técnica existe para que o solo seja ocupado de forma racional e com qualidade de vida. A nossa cidade não pode perder suas melhores características: a ambientação e o clima agradável;

Dá para governar sem o apoio dos governos estadual e federal?

Paulo Camelo:Pela Constituição Brasileira não pode existir a expressão: “sem o apoio dos governos estadual e federal”. Há direitos constitucionais dos municípios que independem de coloração partidária. Já existem verbas e políticas específicas para saúde, educação, etc. Quanto a execução de serviços extras, a exemplo do Teleférico, vamos buscar apoio do governo federal, uma vez que já existe rubrica específica no Ministério do Turismo. Vamos buscar apoio do governo federal para implantação do Turismo Competitivo, criação de órgão semelhante a CODEVASF, reforma e ampliação do Aeroporto, duplicação das Rodovias que ligam de Garanhuns para Alagoas e Paulo Afonso, duplicação da BR 423, implantação de vias expressas, inclusão de Garanhuns no calendário turístico nacional, incluindo a Copa do Mundo de 2014, construção da ARENA MULTIUSO, aceite imediato da Faculdade de Medicina de Garanhuns (FAMEG), dentre outros. Para isso temos nossos interlocutores do nosso ciclo de amizade e de militância política, além dos nossos parlamentares em Brasília. Vamos também buscar apoio de organismos internacionais. Quanto ao governo do estado de Pernambuco, vai depender da política do governador Eduardo Campos, uma vez que até agora somente SUAPE, Caruaru e Petrolina são os prediletos do governador.

Você ainda acha que a construção de um teleférico na cidade é viável?

Paulo Camelo:Garanhuns das Sete Colinas, do Parque Ruber van der Linden, das fontes de água mineral, das nascentes do Rio Mundaú tem todas as condições de ter um equipamento tal qual idealizamos eis o Circuito do Teleférico:

1 – Da Colina Monte Sinai (Batalhão da PM) para a Colina Triunfo (Santuário Mãe Rainha);

2 – Da Colina Triunfo para a Colina Columinho (Estação da Compesa);

3 – Da Colina Columinho para o Vale da Liberdade (implantação de Parque Ecológico);

4 – Do Parque da Liberdade para o Parque Ruber van der Linden (Pau Pombo);

5 – Do Pau Pombo para a Colina Ypiranga;

6 – Da Colina Ypiranga para a Colina Antas (a recuperar);

7 – Da Colina Antas para o Jardim Botânico (a implantar na Várzea em homenagem a

sugestão do garanhuense e agrônomo Almir Campos, o Boy);

8 – Do Jardim Botânico para a Nascente do Rio Mundaú, localizada na antiga Rua do Açude, hoje Rua Capitão Tomaz Maia. Lá implantaremos um Parque Ecológico, o qual fará conexão com a implantação do Parque Temático e Museu alusivo a Hecatombe;

9 – Da nascente do Rio Mundaú para a Colina Magano;

10-Da Colina Magano para a Colina Quilombo (a Estação será nas proximidades da Rádio Marano);

11-Da Colina Quilombo para o Centro Cultural, onde estudaremos a possibilidade de reimplantação da Estação do Trem para passeio turístico.

Convém lembrar que a implantação do Teleférico virá acompanhada de outras intervenções, tais como: Pista de Esqui; Asa Delta; Shopping Turístico; Museu; Urbanização de Praças, Avenidas, etc; Reforma e Padronização das Casas Residenciais; Arborização, incluindo plantações de Flores; Capacitação dos moradores para venda de produtos artesanais, etc;

Na sua opinião só pode administrar o município quem nasceu aqui?

Paulo Camelo:Não. Não se constitui como pré-requisito a Certidão de Nascimento. No entanto está havendo uma deformação quando se trata desse assunto.

Garanhuns perdeu sua população nativa e está sendo repovoada por pessoas de outras cidades que em sua maioria ainda não vestiram a nossa camisa. Estima-se que cerca de 15mil pessoas, em período de aula, circulam e moram em Garanhuns e somem no final de semana. Garanhuns e Petrolina, são cidades de característica cosmopolita, porém Garanhuns não tem domínio familiar e nem tão pouco líder burguês, ao passo que Petrolina é dominada pela família Coelho e tem vários líderes burgueses todos da família Coelho. 

Quando numa cidade tem líder burguês (aqui estou apenas fazendo uma análise política e não defendendo uma causa), dificilmente os aventureiros estrangeiros ou não, arriscam a se envolver na política local. O último líder burguês de Garanhuns foi o empresário Vavá Moraes, falecido prematuramente, o qual deixou a direita órfã. 

Caso existisse Líder Burguês em Garanhuns, dificilmente Zé da Luz (ex-prefeito de Caetés) seria tratado como popstar e candidato a Prefeito e o Antônio João Dourado (Prefeito do Lajedo) não seria, também, candidato a Prefeito do Garanhuns. Caso o empresário e burguês do agronegócio, o engenheiro Marcos Notaro, da Natto Alimentos, fosse Líder Burguês, dificilmente o Importado de Lajedo seria candidato a Prefeito do Garanhuns, uma vez que o Marcos Notaro foi a primeira pessoa de Garanhuns a ser consultada, sobre o processo sucessório, pelo governador e ditador Eduardo Campos. 

Usando a expressão da moda, “ama ou não ama Garanhuns”, podemos dizer que quem vota em Zé da Luz ou Antônio João Dourado, “não ama Garanhuns”, podendo ter nascido na Catedral de Garanhuns. Donde concluímos que para externar o desamor por nossa cidade, não precisa de Certidão de Nascimento, mas de Desamor mesmo. Por exemplo, o governador Eduardo Campos “não ama Garanhuns”, uma vez que em 2008 Importou o ex-Prefeito de Caetés, o Zé da Luz, e agora, em 2012, Importou o Prefeito do Lajedo, o Antônio João Dourado.

E a proposta de dar ao FIG o status de Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, como é que está?

Paulo Camelo: A documentação, vídeo mais memorial descritivo, está sendo revista para atender as exigências do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), uma vez que o Chefe de Gabinete, Eurípedes, do senador Randolphe Rodrigues, este último garanhuense e senador do PSOL do Amapá, nos informou que a proposta em Tela não pode ser aceita através de Projeto de Lei.

Qual sua mensagem para o povo de Garanhuns neste momento político?

Paulo Camelo: Que façam uma auto-crítica, uma reflexão a cerca do que sejam nossas reivindicações e os nossos problemas e que busquemos soluções possíveis de serem realizadas em prol do bem-estar da nossa população. Desde muito tempo que a nossa cidade e o nosso povo se encontram no exílio, esquecidos por essas autoridades egoístas, prepotentes e dominadoras. Há uma banalização na política de Garanhuns, mas ainda há esperança. Vamos desbanalizar o banal, nos indignar com esse quadro político estabelecido, o qual desprezou a justiça social, a cultura, a educação, a saúde, o emprego e o nosso patrimônio.

Agradeço a atenção do jornalista e conterrâneo Roberto Almeida e a todos os conterrâneos que sempre nos deram força nessa caminhada. Hoje pouco mais de mil, mas amanhã seremos milhares cravando a Bandeira da Nossa Cidade, derrotando a Legião Estrangeira.