IVAN RODRIGUES DÁ A SUA VERSÃO DOS FATOS

Roberto:

Acabei de ler o seu texto e tenho algum reparo a fazer para restabelecer a verdade dos fatos:

Não existe intervenção no Diretório do PSB. O mandato da atual Comissão encerrou-se em dezembro último e será designada uma nova até o fim de janeiro. Realmente, tomei conhecimento da “notícia” através do blog do Magno e tive uma conversa telefônica com o nosso Presidente, por iniciativa minha. Não é verdade que tenha feito, a quem quer que seja, o “desabafo” referido ameaçando sair do partido e do processo do eleitoral do município.

Isso posto e esclarecido, meu caro Roberto, quero lhe dizer que fiquei feliz e vaidoso com as suas referências à minha pessoa. Já tivemos divergências, mas sempre nos respeitamos, mesmo porque as minhas referências com você remontam a um cidadão exemplar que conheci há muito tempo (a vantagem da idade!) em Capoeiras chamado Euclides Almeida.

Não há hipótese de saída do PSB, pois nele entrei em 1990 em companhia do meu mestre e amigo Miguel Arraes e, como você próprio relatou em sua nota, eu sempre tive lado e coerência na defesa dos meus princípios. O Partido não pertence a ninguém e, sim, a todos nós que cultivamos a sua história e seu programa. Sou um homem de partido e nele permaneço para defendê-lo em qualquer circunstância.

Sei que não é fácil entender, mas tenho certeza que a maioria dos que me conhecem entenderão. 

Permanecerei fiel aos meus princípios e às posições que defendi a vida inteira. Continuarei o mesmo modesto militante de sessenta anos atrás para manter a minha coerência e repelirei, da forma mais enérgica, quem tiver a ousadia de duvidar de minha lealdade e isenção na condução do PSB em Garanhuns.

Do mesmo modo, sem projetos pessoais, nunca me afastarei da vida política da minha terra enquanto permanecer vivo. Para isso, graças a Deus, continuo com muita saúde e energia, pronto para qualquer embate político em favor da minha querida terra.

Um grande abraço de Ivan Rodrigues

ESCLARECIMENTO: A nota sobre a insatisfação do advogado Ivan Rodrigues com a mudança da Comissão Provisória do PSB foi baseada em informações de uma fonte respeitável. Uma pessoa de seus 70 anos, morador de Garanhuns, desvinculada do processo político atual e que disse ter conversado com o ex-presidente do Partido Socialista no município pelo telefone. Alguns dados foram confirmados na “Carta Eletrônica” acima, outros não. O militante político tem suas razões para negar algumas coisas, por conta de sua fidelidade à família Arraes e ao governador Eduardo Campos. Algumas palavras podem ter sido mal interpretadas pela fonte, outras pelo repórter. Lembro, porém, que segundo meu confidente Ivan Rodrigues teria até usado a expressão “eu não vou ficar desmoralizado”.

Como os leitores sabem quando a fonte pede para ser preservada é dever do jornalista atendê-la. Mesmo diante de um juiz, no caso de um eventual processo, “o direito do sigilo da fonte é sagrado”.

Quanto à expressão INTERVENÇÃO, usado por este blog desde a primeira notícia, é uma interpretação nossa, que naturalmente não é admitida pelo PSB.

Só que os dicionários definem intervenção como o ato de intervir, modificar, mudar o curso de alguma coisa. No caso do PSB de Garanhuns ao não se permitir a renovação da atual Comissão Provisória e optar pela nomeação de outros filiados para dirigir o partido, o Diretório Estadual interferiu no processo, modificou uma situação interior, o que equivale a um ato de intervenção. O antônimo de intervir é permitir. No caso seria deixar os socialistas do município livres para a formação da Nova Comissão e do futuro Diretório Municipal.

Além da mensagem, Ivan Rodrigues telefonou e agradeceu pelos elogios feitos a sua pessoa. Mantenho todos eles. O advogado e militante político pode ter seus erros, como tenho os meus e cada um tem os seus, mas pelo que conheço dele as qualidades superam as falhas. Ele é um homem coerente, decente, honesto e um lutador. Continuo achando que não merece passar por determinadas situações. Mas política é assim mesmo. Como dizia Cristina Tavares, que foi companheira de lutas de Ivan “política é jogo duro. É uma mão no sangue e outra na merda”. (Roberto Almeida).