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ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE - FILMES INESQUECÍVEIS - 76º

Quando este filme foi lançado, em 1956, o jornalista que vos escreve nem tinha nascido. O longa de George Stevens, porém, não está datado e ao ser visto nos dias atuais pode causar nos telespectadores a mesma emoção de 55 anos atrás. Serão sentimentos diversos a mexer com a cabeça e o coração do cinéfilo, uma vez que a história contada, embora retrate a vida de uma família americana – e as transformações porque passa o Estado do Texas -, tem sentido universal.

As cópias do filme disponíveis em DVD nos trazem uma versão de um trabalho que não parece ter sido feito há tanto tempo. Um colorido perfeito, bonito, valorizado pela boa fotografia e passagens exuberantes do interior americano.

Gigante no título original, Assim Caminha a Humanidade tem 3 horas e 20 minutos de duração, sem que o cineasta responsável tenha derrapado em nenhum momento. A saga de três gerações de texanos e mestiços é mostrada de forma dramática, com momentos de aventura, paixão e muito realismo.

Interessante é observar que já nos anos 50 George Stevens se preocupava em discutir a questão dos preconceitos e do racismo dentro dos Estados Unidos em relação aos imigrantes. Esse problema, vocês leitores sabem, até se agravou nos últimos anos, principalmente após o atentado de 11 de setembro de 2001.

Em Giant, Bick Benedict, interpretado pelo ótimo Rock Hudson, é um fazendeirão proprietário de 585 hectares de terra, um verdadeiro barão do gado, que numa viagem conhece a impetuosa Leslie Benedict. A mocinha é Elisabeth Taylor, das melhores atrizes que já passou por Hoolywood, nesta produção no auge da beleza e também esbanjando talento na arte de interpretar.

Os dois casam e vão morar no Texas, na extensa propriedade de Benedict. Este mostra desde o começo do relacionamento sua face de machão, de rico preconceituoso, fazendo questão de demonstrar a esposa seu desprezo pelos empregados, a maioria destes imigrantes.

Leslie é completamente diferente. Trata bem os empregados, seja qual for a condição deles. Se compadece da miséria em que alguns vivem, toma providências quando descobre que nas vilas de propriedade do marido crianças podem morrer por falta de assistência médica.

Liz Taylor, na verdade, vive uma mulher à frente do seu tempo. Numa das cenas, na primeira metade do filme, entra em confronto com o esposo na frente dos seus amigos. Isso porque ele está numa roda só de homens, conversando sobre política e acha que o assunto não interessa às mulheres. Leslie discorda e assusta até as outras esposas presentes, que estão em seu canto, tratando somente de “assuntos domésticos”.

Apesar das diferenças, Bick e Leslie se amam, conseguem superar as brigas, os problemas e mantêm a união durante toda uma vida.

Vêm os filhos, depois os netos, o casal envelhece acompanhando a transformação social, econômica e de costumes do seu país e de sua região.

Um dos empregados da fazenda do “barão do gado” é Jett Rink. Um moço rebelde, ambicioso, convencido de que seus patrões são ricos porque tomaram as terras dos mexicanos. O personagem é James Dean, no último papel de sua carreira. O jovem bonito de “Juventude Transviada” morreu num acidente de carro, tão logo terminaram as filmagens de Giant, e não teve nem o gosto ver seu trabalho.

Luz, uma personagem forte do filme, irmã de Bick, é apegada a Jett e ao morrer ainda jovem, num acidente de cavalo, deixa umas terras para o empregado. Este dá sorte e encontra petróleo no seu “pequeno pedaço de chão”. Irá se tornar, no futuro, um magnata, muito mais rico do que o ex-patrão.

A obra cinematográfica é uma adaptação do romance Giant, de Edna Ferber, que escreveu outros livros levados ao cinema.

Normalmente quando traduzem um título de um filme fica pior do que no original. Neste caso não. Assim Caminha a Humanidade diz muito mais da história do que Gigante.

É um drama que nos mostra que tudo muda. As pessoas, a terra, as condições sociais, políticas e econômicas.

Bick é rico e preconceituoso. Quando já está envelhecido, um dos seus filhos contraria sua vontade de cuidar da propriedade e resolve estudar medicina. Para completar se casa com uma mestiça. Jett, o empregado pelo qual nunca teve muita simpatia, termina por superar sua riqueza. A verdade é que com o passar do tempo o fazendeiro está decadente, outros tomaram seu lugar.

George Stevens era mesmo um cineasta competente e talvez esse seja o seu filme mais vigoroso. Mas aqui mesmo nesta série já tivemos oportunidade de escrever sobre ele, quando resenhamos “Os Brutos Também Amam”, considerado por muitos como o melhor faroeste de todos os tempos. Um Lugar ao Sol e O Diário de Anne Frank também são obras do diretor que não podem deixar de ser citadas.

Assim Caminha a Humanidade é autêntico, poético, grandioso. Tem o sabor dos grandes clássicos, como E O Vento Levou, A Felicidade não se compra, Lawrence da Arábia, Casablanca ou Ben Hur.

Cada um dos citados, contudo, tem suas particularidades. Um fala de amor e guerra, outro de crise e otimismo, o terceiro nos traz o espírito de aventura e o amor pelo deserto, romance e nazismo se entrelaçam naquele enquanto o último é um épico com doses de religiosidade.

Giant é um relato de vidas, um olhar sobre um capítulo da história da América, um drama com espaço para o amor, a aventura e a mudança. Stevens, a partir do romance de Ferber, mostra o caminhar dos homens em busca do sonho, da riqueza, de um sentido para a vida, da felicidade.

Um filme como poucos e que certamente não deixará ninguém indiferente às suas muitas qualidades e quase nenhum defeito.

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