Baltazar, o personagem interpretado pelo ator Alexandre Nero (foto), na novela Fina Estampa, é um dos mais aprovados pelo telespectador. Numa pesquisa feita pela TV Globo, o grosseirão, que vive batendo na mulher, é o terceiro mais popular entre os homens. O enredo envolvendo Alexandre e Dira Paes (Celeste) tem repercutido nacionalmente, por expressar uma realidade do país. Até a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, escreveu para a emissora, fazendo uma sugestão que a vítima procurasse a Rede de Atendimento à Mulher. A intromissão da representante do Governo irritou o autor de Fina Estampa, Aguinaldo Silva, que sentiu cheiro de censura no gesto da ministra.
A novela parece um samba do crioulo doido, um filósofo sob o efeito da erva. Mostra um homem agressivo mas de certa forma correto, uma esposa submissa e uma filha devassa, e que de certa forma é o centro dos problemas, vive nua, em bailes funks, mas mesmo assim a novela tenta mostrar o lado "bonito" da coisa. Não sou contra nudez feminina, pelo contrário gosto muito, mas daí querer mostrar como arte é um verdadeiro chute no saco, tenha santa paciência, é sensualidade e jogo de sedução apenas, nada mais que isso.
ResponderExcluirMulher apanhando aqui no Nordeste e principalmente no interior é realidade ainda nos dias de hoje, a novela tenta de forma frustrada mostrar uma realidade que não condiz nem um pouco com o que acontece no dia-a-dia, como sempre essas novelas só mostram besteiras para manipular os tolos...
Dionísio - Recife
Os homens tendem a justificar a violência como algo externo a eles, e a sociedade aceita. Mas eles não são violentos por estarem bêbados ou desempregados, mas sim, pela ideologia machista: a sociedade lhes dá poder em relação às mulheres, e isso determina as relações de posse, as ações violentas – eles querem demonstrar, pela força física, quem manda nelas.
ResponderExcluirUma outra questão que contribui para manter e reforçar a violência é que, geralmente, as mulheres são transformadas de vítimas em culpadas. Desde elas terem que provar que foram vítimas, como nos casos de assédio, seja no local de trabalho, na escola, no sindicato, partido; até nos casos de estupro e espancamento, em que quase sempre se pergunta a elas o que fizeram para que tal fato acontecesse.
A falta de estabilidade financeira também é um dos responsáveis afinal muitas alegam não terem condições de se sustentar ou aos filhos caso saia da relação.
Como eu já havia dito em outro tópico referente ao absurdo da violência contra a mulher, A violência contra a mulher existe porque existe o machismo e a misoginia que está impregnada em nossa sociedade.
Mulheres não podem sair sozinhas como o caso da estudante Rhana de Natal que foi agredida por ter dito não a um desconhecido que a queria beijar a força. Com isto se abriu em discussão nacional inúmeros casos de mulheres que deixavam de sair para shows e casas noturnas devido a agressão sofrida por parte de homens desconhecidos e cuja gerencia de tais estabelecimentos e a segurança nada faziam.
Para que tais agressões contra a mulher diminuam seria preciso investir fortemente em outros tipos de política públicas, INCLUSIVE voltadas não só as mulheres, mas para os homens também, campanhas massivas para atingir o público masculino.
Para se ter uma ideia da complexidade do fenômeno basta examinarmos a dimensão da rede de instituições envolvidas as Unidades de Saúde do SUS (Pronto Atendimento, Setores de Emergência e da Assistência Hospitalar; Serviços de Saúde Mental) o CRAS Centro de Referência de Assistência Social do SUAS – (Sistema Único de Assistência Social); o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão responsável em fiscalizar se os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Conselho Municipal do Menor e da Criança que administra o Fundo para Infância e Adolescência, a Secretarias de governo (Secretarias de Ação Social, da Mulher, etc), Delegacia da Mulher, Vara de Família e Juizado de Menores etc
programas de TV que discutissem o sexismo, campanhas que valorizem a mulher, O QUE NÃO É O CASO DA PROPAGANDA QUE GISELE BUNDCHEN DE LINGERIE NA HOPE entre outras similares não ajudam, pois coloca a mulher como objeto reforçando o estigma e fomentando a violência contra a mulher. Pensamento único é o que temos na mídia, ou quantos programas de TV você conhece que discutem o sexismo? Nossa liberdade de escolha é tremenda: somos livres para escolher entre CQC ou Pânico. Ora, TV é concessão pública. Que se exija das TVs, que exibem sem piscar comerciais e programas machistas, homofóbicos, racistas, a veiculação de campanhas educativas. Que míseros quinze minutinhos por dia, espalhados por toda a programação, sejam usados pelo governo e ONGs para reagir contra os preconceitos.
Afinal lugar de covarde é na cadeia.
Roberta - Recife/PE