O ELEITOR ENVERGONHADO

Conversei neste sábado com José Leôncio Sobrinho, também conhecido como Duda da Ceaga. Ele é comerciante e vive junto aos feirantes, moradores do bairro de São José, dos clientes, o povão de Garanhuns. Neste meio, confessa, não consegue encontrar um cidadão disposto a votar no prefeito de Lajedo, Antônio João Dourado. Também não consegui encontrar esses eleitores, que já advertidos pelo blog - pelo constrangimento em mostrar a cara -  só faziam comentários no anonimato. Agora mudaram a tática: É José, da Brasília; Antônio, de Heliópolis; Rui, do Indiano e por aí vai. Difícil mesmo é encontrá-los nas ruas, nos restaurantes, nos bares, nas Cohabs, na Ceaga.

Seu Duda é um cidadão de idade, religioso, de voz calma. Está convencido que o nome do prefeito de Lajedo não emplaca. Não por Antônio João Dourado em si, que reconhece como um político de qualidades. O problema, pensa o comerciante (como muitas outras pessoas), é a forma como o neo socialista foi jogado dentro da política de Garanhuns.

"Imagine eu na minha casa, tranquilo e chega um morador de outro bairro, vagamente conhecido e decide se estabelecer e dar ordens na minha residência. Seria uma invasão, um desrespeito a mim e a minha família".

É mais ou menos esta a analogia de Duda da Ceaga para o caso envolvendo o prefeito de Lajedo.

Ivo Amaral mora em Garanhuns há quase 70 anos. Silvino e Bartolomeu há mais de 30. Luiz Carlos de Oliveira também vive na cidade há três ou quatro décadas. Todos construíram uma história no município. Uns foram bons administradores, outros falharam em sua missão. Cabe ao povo consertar os erros cometidos. Mas se já se cometem erros colossais com gente conhecida, que está aqui perto, prestando serviço, como apostar numa incógnita? Por isso os garanhuenses majoritariamente estão contrários a esse projeto do PSB e os que o defendem estão invisíveis. É um eleitor envergonhado, que espera uma ação transformadora do governador Eduardo Campos, em favor do seu candidato, para poder mostrar a cara.