Desde os tempos da faculdade que escuto falar na imparcialidade da Imprensa. Querem nos ensinar – e nos fazer acreditar – que é possível ser totalmente impessoal na coleta de informações, redação de um texto e divulgação de uma notícia. "A Grande Imprensa é imparcial, os Grandes Jornalistas são imparciais, os melhores profissionais de Imprensa não tomam partido."
A verdade é que este mais parece um mito fabricado para atender interesses do Grande Capital, da Mídia comprometida com a manutenção do status quo, dos que lutam para evitar mudanças nas esferas econômica, política e social.
Paulo Francis, que era um bom jornalista e escrevia excepcionalmente bem, tinha suas opiniões formadas e exerceu seu ofício até o fim assumindo suas posições conservadoras e cutucando com sua pena afiada tanto a direita safada quanto a esquerda burra.
Nélson Rodrigues, escritor e teatrólogo genial do país foi um bom repórter, jornalista que ensinou a muitos, sem precisar abrir mão do reacionarismo assumido que o caracterizou.
Alberto Dines, outro mestre da velha escola ainda hoje abrilhanta com sua lucidez os jornais diários e escreveu livros da área, deixando dicas importantes de como se pode ser um bom jornalista. Como os outros não é imparcial, não vive em cima de um muro, se posiciona sobre os acontecimentos do mundo e de seu país.
Arnaldo Jabor, que primeiro ficou conhecido no Brasil como cineasta, hoje derrama sua inteligência por jornais e pela televisão, produzindo artigos e crônicas marcados pelo conhecimento, a inteligência e o recurso da ironia. Nunca, como seus brilhantes colegas, é imparcial. Toma partido, faz a defesa do que acredita, bate duramente no lado que considera errado.
Do mesmo jeito se comportam o bom Mino Carta (que fundou a Veja dos bons tempos, a IstoÉ e a Carta Capital), o buliçoso Paulo Henrique Amorim (surpreendente em sua postura esquerdista depois de ter sido um dos queridinhos da Globo), o ativo Ricardo Kostcho e o inquietante Fernando Morais, este último consagrado também como escritor. Do mesmo jeito quando se leva em conta a capacidade de se posicionar, de assumir uma causa, de ter a coragem de demonstrar suas preferências políticas e ideológicas.
Arnaldo Jabor, como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo (sendo o primeiro superior aos outros como pensador, escritor e no caráter), claramente tem aversão às esquerdas, que sempre são alvo de seus artigos bem elaborados.
Mino, Paulo, Ricardo e Fernando simpáticos aos partidos ditos progressistas, ligados a lideranças populares e com uma história de lutas pelas mudanças, ao lado de personagens como Leonel Brizola, Miguel Arraes, Pedro Simon, Waldir Pires, Ulisses Guimarães e Luiz Inácio Lula da Silva.
Aqui se falou de nomes do jornalismo. Quando se trata dos veículos – os rádios, os jornais, as revistas, as emissoras de TV os grandes portais da internet – aí a coisa nem tem graça. A Grande Mídia é absolutamente parcial na cobertura dos fatos jornalísticos, defende prioritariamente o interesse dos grupos econômicos e dos partidos políticos alinhados ao capital.
A Veja, a Folha, o Estadão, o Jornal do Commercio, a Época, o Correio Brasiliense, o Portal UOL, o G-1, a Rádio Jornal, a Rádio Globo, a Jovem Pan, o Diário de Pernambuco, o Povo de Fortaleza, o Estado de Minas, a Tarde de Salvador, nenhum desses veículos prioriza os interesses das comunidades, do povão, do trabalhador, do estudante, das donas de casas. Nenhum desses veículos é imparcial, ao contrário, eles estão deliberadamente do lado dos patrões, dos ricos, dos empresários, dos parlamentares de centro e à direita, pouco preocupados na verdade com a melhoria da educação, da saúde ou da erradicação da miséria.
Essa realidade tem sido mantida assim há anos, décadas. Somente nos últimos tempos, com a popularização da internet, das redes sociais, do twitter, dos blogs e sites e independentes começou a surgir uma imprensa mais independente, capaz de bater de frente com a mídia dos patrões.
Os blogs sujos de que falava o Serra na campanha eleitoral, ou os blogs progressistas na acepção do Lula e dos que estão reunidos neste final de semana num grande encontro dessa nova imprensa, no município de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Querem tudo compartimentado e dentro de um manual. E muitos acreditam no mito e com isso ajudam a servir o sistema, este interessado em frear mudanças e impedir grandes concessões à plebe. Trabalhador querendo ganhar mais? Empregada doméstica com aviso prévio de 90 dias e carteira assinada? Vagabundos levantando bandeiras e exigindo a terra dos outros? Tudo isso é heresia para quem deseja mesmo é continuar com algumas coisas como eram no tempo da escravidão.
O conflito de classes, as injustiças sociais, não foram criadas por Marx, elas estão aí na nossa cara. Quem não se posiciona, quem vive em cima do muro, quem pratica a imparcialidade pregada pelos patrões não é jornalista. É robô, é um teleguiado, é um capacho, é um alienado, é um instrumento nas mãos dos poderosos de sempre.
Podem me chamar de passional, de esquerdista, de parcial de qualquer coisa dessas. Só não imaginem que estou nessa missão que escolhi por meros interesses financeiros, ou para aparecer, por oportunismo ou covardia. Não. Faço da redação a minha cachaça, o meu cigarro, a minha saída noturna, o meu café da manhã.
E nesta roda viva meu compromisso é com a verdade, é com a justiça, com os interesses da minha cidade, meu estado e meu país.
Tenho uma fé, uma crença. E tenho pena dos que só tem a cabeça vazia.
Assino em baixo do que aí está escrito. Entendo que, quando o bom profissional se sentir desconfortável em razão dos interesses mesquinhos dos patrões, deve expor seus pontos de vista ao seu "superior", mandar que façam suas "contas" e sair de cabeça erguida. NUNCA, porém, servir de capacho. - No entanto, cada cabeça é um juízo. - Quem tem boa personalidade, tem seus pontos de vista e não os abandona para agradar ninguém. - Pode-se discordar com palavras ásperas ou amenas. Pode-se concordar por convicção, SEM servilismo. - EM PRIMEIRO LUGAR E ACIMA DE TUDO, ESTÁ A ÉTICA E A MORAL. Estes são valores subjetivos, mas SÃO OS GRANDES VALORES QUE OS HUMANOS DEVEM CULTIVAR POR PRINCÍPIOS, NOS QUAIS ACREDITA. - É ISSO QUE FAZ A DISTINÇÃO ENTRE BONS E MAUS PROFISSIONAIS, EM QUALQUER RAMO DE ATIVIDADE./.
ResponderExcluirA imparcialidade é um mito. A verdade absoluta também é mito. todos nós temos compromisso com à verdade coletiva, aquela que mais faça bem para um número maior de pessoas. Até mudar de idéia, mudar de partido tudo é permissível na Democracia. No mais, Robertão, tudo em Paz.
ResponderExcluirUma pequena aula sobre jornalismo citando alguns dos maiores profissionais do país embora naturalmente que alguns dos seus leitores desconheçam quem foi Paulo Francis, Nélson Rodrigues, Alberto Dines e outros ícones citados e você ainda poderia ter se extendido mais para mostrar a hipocrisia dessa tal de imparcialidade lembrando o comportamento totalmente faccioso da TV Globo quando elegeu Collor e tentou eleger Serra já por duas vezes.
ResponderExcluirSó faltou mesmo lembrar Paulo Henrique Amorim.
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!
todo mundo tem opinião tem idéias próprias e preferências interesse a defender por isso essa imparcialidade é uma balela
ResponderExcluirCom as preferença esdruxulas desse jornalista o blog virou uma marmelada com zeca telma ze fernando lucas leiva marlo e um bucado de anafabeto que nao sabe nem escrever seu nome e semete a comentar
ResponderExcluirNão me consta que ser conservador é ser contra os pobres e a favor do analfabetismo. Aliás, foram os Estados Unidos e a Europa conservadora do século xix, quem universalizaram o ensino acabando com o analfabetismo. Aqui, além de uma direita atrasada, patrinialista e clientelista, todas no PT, temos uma esquerda autoritária e corrupta. A questão não é ser de direita ou de esquerda, é ter ética ou não. Ética quer dizer princípios republiucanos e democráticos, não compactuar com a corrupção e a bandalheira nacionais, mesmo quando feita ou mesmo acobertada por mitos de quaisquer origem, ou coloração ideológica. O resto é oportuniusmo, puro e simples. Rafael Brasil.
ResponderExcluirRobertão, diga a auguns companheiros, o Alberto dines é vivo, vivissímo. E as TVs se não fosse elas, creiam, nós estaríamos, como ouví a nauguns tempos em mato sem cachorros.
ResponderExcluirEis aí um sujeito que escreve bem. - Imagine se ele houvesse ido além do "PRIMARO, com as preferenÇA"! - Seria capaz até de escrever "bocado e analfabeto etc." - E, quem sabe, até empregar virgulas nos devidos lugares./.
ResponderExcluirQuem está mais certo nisto tudo é o FIZ O PRIMARO. Tem muita gente aí que parece não ter feito nem o primaro. O ze fernando então! Ele consegue consegue escrever vinte linha sem dizer nada só para não deixar de bajular o Roberto. Não há imparcialidade de imprensa nenhuma mas há opiniões diferentes sobre o mundo. Este negocio de pedir o boné quando discorda do patrão que o ze fernando fala é pura cascata. Ele era empregado da prefeita de Bom Conselho que nem dá bola prá ele agora por causa do filho. Vão fazer o primaro, homems de Deus!
ResponderExcluirHá horas em que NÃO devemos trocar palavras com qualquer um. Ainda mais com quem NÃO se identifica. Posto que essa gente tem medo de se expor. - Outra: a grande maioria é analfabeta funcional. Mal sabe ferrar o nome. Mesmo assim, NÃO deixa de escrever asnices. - Outras horas, temos de revidar os insultos. - Respondam-me: - EXISTE IGNORÂNCIA MAIS EXPLÍCITA DO QUE DIZER QUE EU FUI EMPREGADO DA PREFEITA JUDITH VALÉRIA?? - Só um anônimo tapado com barro pode dizer isso. - TENHAM UM MÍNIMO DE DISCERNIMENTO PRA PODER ESCREVER. AINDA QUE VENHAM FALAR BESTEIRAS, FALEM BESTEIRAS SEM SER TÃO ASNOS./.
ResponderExcluir