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JORGE AMADO - ESCRITORES BRASILEIROS 10º

Jorge Amado teve seus livros traduzidos em mais de 50 países. O escritor baiano foi contemporâneo e amigo de romancistas do porte de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Guimarães Rosa, Aníbal Machado, Dias Gomes, Lúcio Cardoso e Orígenes Lessa, dentre outros. O autor de “Dona Flor e seus Dois Maridos”, foi o brasileiro mais lembrado para receber o prestigiado prêmio Nobel de Literatura. Albert Camus, escritor francês, escreveu uma resenha, num jornal do seu país, celebrando a beleza do romance “Jubiabá”, lançado em 1935. “É um livro magnífico e assombroso”, anotou o autor de “O Estrangeiro”.

Jorge, perseguido como homem e escritor, foi o mais amado dos autores brasileiros durante muitas décadas e ainda hoje, passados 10 anos de sua morte, é absolutamente indispensável pelo seu talento, criatividade e ousadia como intelectual e romancista. Feito um levantamento, possivelmente vai se constatar que nenhum romancista nacional teve tantos livros adaptados para o cinema e a televisão.

Ler Jorge Amado, entrar de corpo e alma em sua prosa poética, é um prazer semelhante ao de comer um dos melhores pratos da nossa culinária. É talvez uma satisfação tão grande quanto ver um bom jogo de futebol com a vitória do nosso time.

Alguns, equivocadamente, não dão a importância devida ao escritor da Bahia simplesmente porque ele conseguiu ser popular. Tão famoso quanto um cantor ou um artista de televisão. Há os que só valorizam os herméticos, os iluminados, de textos excessivamente metafóricos, decifrados somente pelos acadêmicos.

Jorge Amado tinha alma de povo e colocava esse sentimento dos homens e mulheres da Bahia – do Brasil – em seus livros.

O autor de “Gabriela, Cravo e Canela” nasceu numa fazenda, em 1912, no então distrito de Itabuna, na Bahia. Morou em Ilhéus, depois em Salvador, e aos 10 anos já escrevia alguma coisa no jornalzinho da escola.

Rapaz, Jorge foi morar no Rio de Janeiro. Na então capital federal  fez o curso de Direito, mas não se tem notícia de ter aproveitado o diploma para alguma coisa. Com menos de 20 anos estreou no mundo da literatura com a publicação do romance “O País do Carnaval”. O livro foi bem recebido pela crítica e para a época pode ser considerado um sucesso de público.

Depois vieram muitos outros livros, cada um com a marca, o estilo de Jorge Amado, bom contador de histórias, uma incrível facilidade para encantar com as palavras e a criação de tipos que se fixariam no imaginário popular:  Guma, Pedro Arcanjo, Nacib, Dona Flor, Tieta...

A vida no interior da Bahia, a labuta dos homens perto do mar, o problema das crianças de rua seriam temas abordados já na década de 30 em obras como Cacau, Suor, Jubiabá, Mar Morto, Terras do Sem Fim e Capitães de Areia. Este último, de 1936, em alguns aspectos ainda está atualizado na discussão dos problemas enfrentados pelos menores na cidade grande. Tanto que acaba de ganhar uma nova versão para o cinema.

Os romances mais populares vieram nos fins dos anos 50 e na década de 60 - “Gabriela, Cravo e Canela”, “Dona Flor e seus Dois Maridos” e 'Tieta do Agreste” - com seus personagens femininos inocentes ou determinados, porém sempre muito sensuais, provocariam polêmicas e paixões, atraindo leitores e despertando admiração pela prosa sem frescuras do autor baiano.

Comunista durante uns tempos, preso várias vezes pela ditadura de Vargas, Jorge Amado chegou a escrever uma trilogia, intitulada “Subterrâneos da Liberdade”, uma obra deliciosa de se ler, embora totalmente ilusória, pois transforma todos os comunas em santos, pessoas sem defeito, fadadas a criar o paraíso aqui mesmo na terra.

Dessa fase socialista, Amado escreveu também uma biografia de Luís Carlos Prestes, intitulada “O Cavaleiro da Esperança”. O título diz tudo. O líder comunista sofria nas prisões, o escritor lutava, junto com outros, pela sua libertação e resolveu idealizá-lo. Como os personagens de Subterrâneos da Liberdade, Prestes estava acima do bem e do mal.

Jorge Amado escreveu ainda Pastores da Noite, Tereza Batista Cansada de Guerra (outra mulher maravilhosa, como Tieta, Gabriela e Dona Flor), Tocaia Grande e Tenda dos Milagres. Este último, anterior aos outros dessa seqüência, discute a questão da miscigenação e da religiosidade na Bahia e no Brasil. O escritor considerava a sua melhor obra e o romance foi levado ao cinema pelas mãos do diretor Nélson Pereira dos Santos, o mesmo dos filmes Vida Secas e Memórias do Cárcere, baseados em livros de Graciliano Ramos.

Os livros de Jorge Amado, a figura que ele construiu, como escritor, cidadão e militante político, o diferencia de muitos romancistas. Tem-se a impressão de que ele era uma pessoa de alto astral, sem complicações intelectuais, fugindo ao estereotipo de “bicho esquisito” de muitos escritores.

Jorge foi amigo de muitos homens consagrados nas letras, tanto no Brasil quanto no exterior. Inclusive de Garcia Márquez o colombiano que ganhou o Nobel de Literatura, mais de uma vez na mira do brasileiro. Tem nada não. Os livros de Amado, todos os seus personagens, tudo que ele nos deixou estarão para sempre presentes na cultura brasileira. Extrapolaram as fronteiras e são lidos e consumidos mundo afora.

Jorge Amado, que partiu em 2001, aos 88 anos de idade, foi, é e possivelmente sempre será o nosso pop star das letras.

No parágrafo seguinte o início de Tenda dos Milagres:

"No amplo território do Pelourinho, homens e mulheres ensinam e estudam. Universidade vasta e vária, se estende e ramifica no Tabuão, nas Portas do Carmo e em Santo Antônio Além-do-Carmo, na Baixa do Sapateiro, nos mercados, no Maciel, na Lapinha, no Largo da Sé, no Tororó, na Barroquinha, nas Sete Portas e no Rio Vermelho, em todas as partes onde homens e mulheres trabalham os metais e as madeiras, utilizam ervas e raízes, misturam ritmos, passos e sangue; na mistura criaram uma cor e um som, imagem nova, original".

Abaixo, um trecho de “Dona Flor e seus Dois Maridos”:

"Vadinho, o primeiro marido de Dona Flor, morreu num domingo de Carnaval, pela manhã, quando, fantasiado de baiana, sambava num bloco, na maior animação, no largo Dois de Julho, não longe de sua casa. Não pertencia ao bloco, acabara de nele misturar-se, em companhia de mais quatro amigos, todos com traje de baiana, e vinham de um bar no Cabeça onde o uísque correra farto às custas de um certo Moysés Alves, fazendeiro de cacau, rico e perdulário".

NOMES JÁ PUBLICADOS:

  1. Machado de Assis
  2. José de Alencar
  3. Érico Veríssimo
  4. Lima Barreto
  5. Clarice Lispector
  6. Aluísio Azevedo
  7. Graciliano Ramos
  8. José Lins do Rego
  9. Euclides da Cunha
  10. Jorge Amado

4 comentários:

  1. Lamento profundamente que os nossos jovens não tenham acesso aos grandes escritores brasileiros para ler os seus escritos tudo por falta de condições financeiras.

    Queimamos milhões e mais milhões de dinheiro em praça pública com coisas banais e as nossas bibliotecas estão vazias de livros e de leitores.

    Um país se faz com homens e livros, dizia o grande mestre Monteiro Lobato.

    Muitas das vezes viajei horas e horas de ônibus do Derby em Recife para ir visitar a Biblioteca na Cidade Universitária pertencente a Universidade Federal de Pernambuco.

    Em Garanhuns quando morei por 3 anos também frequentei várias vezes as Bibliotecas públicas e do Sesc.

    Hoje, temos um acerco cultural imensamente maior em comparação a minha época de estudante.

    Falta somente estímulo aos nossos jovens para buscarem na leitura e na literatura a sabedoria.

    JOSÉ LUZ DE CARVALHO IRMÃO(PROFESSOR ZECA BARBOSA).LAGOA DO OURO -PE.

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  2. Sou mais Jorge Amado do que Pedro e Paulo.

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  3. Foi fascinada pelas obras de Jorge Amado, ele será sempre inesquecível.
    sempre será o nosso pop star das Letras.

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