Durante muitos anos, principalmente nas décadas de 60 e 70, moradores da Rua XV de Novembro de Garanhuns foram atormentados por enchentes. Quando chovia muito, sem um sistema adequado de escoamento, na parte baixa da rua a água se avolumava e entrava pelas casas. Às vezes subia quase um metro nas salas, quartos e cozinhas das residências mais afetadas. Lídia Cipriano, Carminha, Dona Nilda, Dona Isaura, Maria das Neves e muitas outras donas de casa sofreram muito com esta situação. Depois de anos sem ninguém resolver o problema teve um prefeito que desapropriou umas casas e fez um beco dando passagem às águas para a Rua Dr. José Mariano, também conhecida como Rua do Recife. Resolvida a questão. Passou-se o tempo, Marinho construiu um supermercado na via pública em discussão e por trás ficou um beco, quase um terreno. O espaço criado para evitar as enchentes. Pouco tempo atrás o proprietário da área fechou novamente o "beco salvador", construiu um muro de um lado e outro do outro, fazendo embaixo umas aberturas, certamente destinadas ao escoamento das águas das chuvas, quando estas viessem.
Não sou profeta, mas morei na casa 314 da Rua XV e quando criança presenciei a angústia dos adultos com as famosas enchentes. Então quando vi a obra recente, por trás do Bonanza, disse a minha mãe, que estava ao meu lado, no carro: "As enchentes vão voltar". Não deu outra. Nesta última chuva que fez estragos por todo canto em Garanhuns, inclusive acabando com as escadarias que dão acesso à Esplanada Guadalajara, a rua que hospedou dentre outros Manoel Cipriano e Fernando Ferro voltou a viver o horror.
Fui pessoalmente uns 20 minutos atrás ao "local do crime". Parei na casa em que passei parte de minha infância e conversei com uma senhora sobre a situação da rua no dia da chuva. Ela disse que na maioria das casas da parte baixa a água entrou como quis. No seu estabelecimento (hoje o imóvel é residencial e comercial. A sala onde são vendidas roupas era meu quarto de dormir) passou de meio metro, pelo gesto que fez. Se mostrou revoltada com a construção do muro e informou que os moradores estão se mobilizando para fazer um abaixo-assinado pedindo providências à Prefeitura.
A Secretaria de Obras, acredito, deve ter algum arquivo sobre o passado da Rua XV. A respeito da desapropriação das casas e da abertura do beco para acabar com as enchentes. Não entendo como uma intervenção do Poder Executivo, num local daqueles, pode ser anulado no futuro por outra administração e por pessoas da iniciativa privada, trazendo prejuízo para quase uma dezena de famílias e transtornos a uma parte inteira da cidade.
Ora se a Rua XV, em local nobre de Garanhuns, passa por uma situação dessas, imagine a que estão sujeitos os moradores das Cohabs, Manoel Chéu, Indiano, Liberdade e outras áreas mais discriminadas da cidade.
Fica dado o recado à Secretaria de Obras, ao prefeito Luiz Carlos de Oliveira e aos empresários responsáveis pela construção do muro sem vergonha.
Roberto,
ResponderExcluirDeixa eu me meter, que isso é de lascar.
Já não bastava a construção, cavaram um grande rego, do outro lado, na José Mariano e para completar tem uma obra logo ao lado da Cultura Inglesa, aquilo virou um açude.
Interessante que a loja de Marinho, O perola, também sofreu com as águas, pois tem no Blog do Eduardo Peixoto uma foto de um carro quase submerso no estacionamento.
Precisa ser feito uma galeria para escoar as aguas que saem da XV de Novembro até a Agamenon, como tambem precisam acabar de vez com o calçamento mal feito na Nogalia Lima, ali depois do Sesc o asfalto subiu e não me venham com as desculpas que choveu demais, pois estamos falando é de obras mal executadas ou não realizadas.
Vem ai o Festival de Jazz e as escadarias da Esplanada Guadalajara virou um buraco só.
Marconde A. Pontes e
Inah K. Bouth da Miracica
Aqui em Garanhuns todo mundo já sabe o que acontece nos períodos de chuva. Penso que as obras são realizadas pela mesma empresa, pois não é possível que mais de uma empresa faça tantos serviços mal feitos em um lugar só, creio também que ao invés de cimento estão utilizando açúcar, pelo simples fato de que em todas as chuvas os calçamentos vão embora. Na Cohab II mesmo uma rua só já foi refeita inúmeras vezes e basta chover novamente que fica tudo interditado, é pedra de calçamento para todo lado, quem mora pelas proximidades do chamado “buracão” sabe como fica o estado daquelas ruas após uma boa chuva, isso para não falar em quem habita em ruas que nem calçamento tem ou em áreas de risco.
ResponderExcluirDionísio - Recife
Isso é um problema bem simples de se resolver, bastando apenas nossos governates terem vergonha na cara e fazer um serviço bem feito e que não se faça tanta licitação. Já se tornou um meio de se desviar verbas públicas em pequenas obras mal feitas que depois de prontas acabam se desfazendo e ai vem mais licitações. Quem ganha com isso são as empreiteiras e o bolso dos Chefes que estão ai no poder. Armando Torres de Barros
ResponderExcluirO povo só fala nos governantes,mas também temos que ver que a população tambám é culpada por jogar lixo na rua dificultando o escoamento da agua,sei também que é preciso a prefeitura tomar uma atitude,mas não são só eles,somos nós com a educação ambiental.
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