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Noel de Medeiros Rosa nasceu no dia 11 de dezembro de 1910, poucos meses antes do Marechal Hermes da Fonseca ser eleito presidente do Brasil. Morreu na mesma cidade, o Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1937, pouco antes de Getúlio Vargas dá o golpe que instalou o Estado Novo no país. Viveu apenas 26 anos, mas no pouco tempo em que esteve entre nós compôs centenas de músicas, fez história, tornou-se um ícone e uma lenda na Música Popular Brasileira.

O pai do “poeta da Vila”, como viria a ser chamado no futuro, era o comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa. Sua mãe, professora, se chamava Marta, com o mesmo Medeiros Rosa do marido. O parto do compositor foi difícil, os médicos tiveram de usar fórceps para a criança vir ao mundo, o que causou uma lesão no queixo do menino. O problema físico lhe acompanharia por toda vida, causando complexos, embora não o tenha impedido de ser um grande mulherengo.

Noel Rosa estudou primeiro na Escola Pública Cesário Motta, em Vila Isabel e depois no Colégio São Bento, de padres beneditinos. Segundo seus biógrafos, o artista não tinha nenhuma afinidade com religião. O ensino médio foi feito no Colégio Pedro II, onde se revelou mau aluno, sendo reprovado várias vezes, principalmente em História, disciplina que estranhamente não conseguia dominar. Terminou os estudos secundários, em 1930, graças a uma determinação do presidente Getúlio Vargas, aprovando todos os estudantes, uma vez que as aulas tinham sido suspensas, por conta da revolução daquele ano.

O boêmio Noel entrou na Faculdade de Medicina, só que não terminou o curso porque seu talento mesmo era para a música.

Desde pequeno tinha a saúde delicada, mas não abria mão de festa, de farras, de mulheres. Um vez ia sair com seus amigos, à noite, e sua mãe tentando impedir escondeu todas as suas roupas. Ao perceber que não tinha o que vestir, perguntou aos colegas: “Com que roupa”? Desse episódio nasceria um dos seus primeiros grandes sucessos, cantado pelo povo do Rio de Janeiro e em outros estados do país, no Carnaval de 1931.

O artista revelou muito cedo um talento genial. Tudo era motivo de inspiração, até as brigas. Teve uma grande pendenga com Wilson Batista, um famoso compositor da época, e tanto um quanto o outro fizeram músicas memoráveis, cada um tentando provar sua superioridade ou que estava certo. “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz," dois clássicos de Noel, nasceram desse desentendimento com Batista.

Grandes intérpretes dos anos 30 e 40, como Francisco Alves (chamado o Rei da Voz), Mário Reis e Aracy de Almeida gravaram muitas músicas do compositor de Vila Isabel.

Nas décadas seguintes, Noel continuaria sendo gravado por cantores do porte de Nélson Gonçalves, Maria Betânia, Chico Buarque, Gal Costa, Ney Matogrosso, Maria Rita, Paulinho da Viola, Marisa Monte, Beth Carvalho, Martinho da Vila e muitos outros.

Tendo vivido menos de 30 anos, o artista compôs dezenas de clássicos que chegaram ao século XXI e são conhecidos por diferentes gerações. Quem não conhece os versos de Último Desejo, gravada pelos melhores intérpretes brasileiros de diferentes épocas?

Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo Numa festa de São João Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete, sem luar, sem violão Perto de você me calo, tudo penso e nada falo Tenho medo de chorar Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar.
Ou a letra e melodia de Três Apitos, igualmente imortalizada por artistas como Nélson Gonçalves, Maria Betânia e Ney Matogrosso:

Quando o apito da fábrica de tecidos Vem ferir os meus ouvidos Eu me lembro de você Mas você anda Sem dúvida bem zangada Ou está interessada Em fingir que não me vê Você que atende ao apito de uma chaminé de barro Porque não atende ao grito Tão aflito Da buzina do meu carro.

Noel Rosa chegou a se casar, com Lindaura, esta engravidou, porém perdeu a criança num aborto natural e ficou estéril. O compositor não deixou herdeiros. Foi cuidado até o fim pela sua mãe, dona Marta e pela mulher com quem vivia. Ceci, a prostituta por quem era apaixonado, para quem fez a música “Dama do Cabaré”, não pôde estar com ele no fim.

Este gênio musical do Brasil, que compôs cerca de 300 canções, que viveu intensamente enquanto pôde, foi objeto de centenas de teses de mestrado, sobre ele já se escreveram dezenas de livros, foi homenageado em escolas de samba, se produziram dois longas metragens (num deles Chico Buarque faz o papel de Noel) e se prepara toda uma programação para saudar o seu centenário, em dezembro próximo.

Como diz uma conhecida frase: “Artista não morre. Artista vira estrela”. Essa é apropriadíssima para Noel Rosa, o imortal poeta da Vila, do Rio, da Música Popular Brasileira.

*Clicando no nome Noel Rosa, acima, todo em maiúsculo, você acessa um vídeo do youtube com a interpretação de Filosofia por Chico Buarque, um dos artistas mais afinados com o Poeta da Vila.

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