Paulo César Batista de Faria, o Paulinho da Viola, nasceu no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1942. Seu pai, Benedicto César Ramos de Faria, era músico, violinista do Conjunto Época de Ouro. Criança, o futuro cantor e compositor acompanhava os ensaios do grupo, conhecendo nomes que hoje são ícones da música popular brasileira, como Pixinguinha, Canhoto da Paraíba e Jacob do Bandolim. Desde cedo, portanto, o artista conviveu com craques do samba, do choro e da valsa, nomes responsáveis pelo desenvolvimento e consagração da autêntica música nacional.
À época da infância de Paulinho, não tínhamos, como hoje, brinquedos industriais à vontade. Tinha-se que usar a imaginação para se divertir. Igual a tantos no Rio ou outras cidades do país, o menino e seus colegas jogavam futebol de botão com as peças sendo fabricadas de quenga de coco. Também improvisam peladas na rua da Vila, usando bola de meia, isso quando o carro da polícia não estava por perto, pois era proibido.
Apesar dessa realidade, por volta dos 18 anos tem contato com a Escola de Samba União de Jacarepaguá e como já tinha formado um conjunto, juntando amigos do bairro, é estimulado a compor um dos seus primeiros sambas, intitulado “Pode ser ilusão”. Começava ali a nascer o artista.
Aos 19 anos Paulinho teve seu primeiro emprego trabalhando – imagine! – numa agência bancária. Isso foi em 1964. No local de trabalho, ele reencontra uma figura que já tinha visto antes, nas rodadas musicais promovidas por seu pai: o poeta Hermínio Bello de Carvalho, que o convida para visitá-lo no seu apartamento, no bairro do Catete.
No contato com Hermínio, é que o cantor tem oportunidade de conhecer, através de gravações e pessoalmente, o trabalho de compositores e sambistas como Zé Kéti, Elton Medeiros, Cartola, Carlos Cachaça e Nélson Cavaquinho. No contato o poeta e algumas dessas pessoas, deixou a timidez de lado a arriscou mostrar também algumas de suas composições. Dentre essas estavam “Duvide-o-dó” e “Valsa da Solidão”. A primeira seria gravada depois por Isaurinha Garcia (uma das grandes cantoras do Brasil nos anos 40 e 50) e receberia uma versão mais recente de Toquinho. A segunda foi sucesso na voz da divina Eliseth Cardoso, de quem já tivemos oportunidade de falar nesta série sobre MPB.
Em 1965 o artista forma o Conjunto A Voz do Morro. São gravados três discos e logo no primeiro trabalho um funcionário da gravadora sai perguntando o nome de cada integrante do grupo. “Paulo César”, responde o filho de seu Benedicto Ramos de Faria, ao que o rapaz retrucou: “Isso não é nome de artista”. Segundo consta do site oficial de Paulinho, Zé Kéti estava presente e repassou essa história ao crítico de música Sérgio Cabral, que a publicou no jornal. A partir daí nasceu o Paulinho da Viola.
Em 1968 o carioca gravou seu primeiro disco solo e no ano seguinte venceu o último Festival de Música da Record, com “Sinal Fechado”. Esta se tornaria conhecida em todo o país na sua voz, numa interpretação marcante de Chico Buarque, num duo deste com Maria Betânia e ainda numa versão meio exagerada do Fagner.
Já ligado a ala de compositores da Escola de Samba Portela, gravado por cantores e cantoras importantes do País, Paulinho da Viola se tornou um nome nacional em 1970, com a composição “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”. Essa música se tornou um grande sucesso em todos os estados, tocando nas emissoras de rádio do Sul, Sudeste, Nordeste e outras regiões do país, dia e noite.
A partir daí a sua carreira se consolidou. Gravou praticamente um disco a cada ano, começou a ser requisitado para shows na maioria das capitais e entrou na década de 80 com o mesmo pique, embora tenha gravado menos. Prosseguiu nos anos 90 e na década atual o seu trabalho e está chegando aos 68 anos com muita vitalidade e talento. No palco, Paulinho é um artista extremamente simples e modesto. Toca, canta, conversa, como se estivesse na esquina de casa, sendo ouvido por amigos.
Além das já citadas “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” e “Sinal Fechado”, é importante citar, dentre as músicas de Paulinho da Viola, canções como “Para um Amor no Recife”, “Argumento”, "Dança da Solidão", "Coisas do Mundo Minha Nega", "Onde a Dor não Tem Razão", "Sai lá Mangueira", além da interpretação marcante de composições de outros grandes nomes da MPB. “Nervos de Aço”, de Lupicínio Rodrigues, é certamente a mais representativa, tendo esta bela canção de amor recebido depois inúmeras regravações que vão de Simone a Fábio Júnior.
Paulinho da Viola, que encerra a 20º edição do Festival de Inverno de Garanhuns não é só um cantor e compositor. É capítulo da história da Música Popular Brasileira. Junto com seu pai, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Cartola, Zé Kéti, Chico Buarque, Toquinho, Eliseth, Elza Soares, Ernesto Nazaret, Elton Medeiros, Hermínio Bello e tantos outros que cruzaram com ele em algum momento enriquecendo o universo da nossa MPB.
Salve Paulinho da Viola!
(Fontes de consulta: biografia do site oficial do artista, enciclopédia google, discografia de Paulinho, jornais, revistas e sites da internet com informações importantes sobre o compositor, Isaurinha Garcia e outros cantores ou cantoras citados).
À época da infância de Paulinho, não tínhamos, como hoje, brinquedos industriais à vontade. Tinha-se que usar a imaginação para se divertir. Igual a tantos no Rio ou outras cidades do país, o menino e seus colegas jogavam futebol de botão com as peças sendo fabricadas de quenga de coco. Também improvisam peladas na rua da Vila, usando bola de meia, isso quando o carro da polícia não estava por perto, pois era proibido.
Funcionário da Justiça Federal, o músico César Faria integrava o Época de Ouro por prazer, amor à música, não tendo necessidade desta para tirar o sustento da família. Oferecia à mulher e aos filhos uma vida simples, numa casa pequena, sem os confortos de hoje, no subúrbio do Rio de Janeiro.
Mesmo criado em meio a sambistas, chorões, compositores, carnavalescos, Paulo César Batista não imaginou que seguiria a carreira artística. Até porque todo aquele pessoal que convivia com seu pai não vivia exclusivamente de música. Quase todos tinham uma outra atividade para poder botar comida na mesa, sustentar os filhos, manter uma casa.Apesar dessa realidade, por volta dos 18 anos tem contato com a Escola de Samba União de Jacarepaguá e como já tinha formado um conjunto, juntando amigos do bairro, é estimulado a compor um dos seus primeiros sambas, intitulado “Pode ser ilusão”. Começava ali a nascer o artista.
Aos 19 anos Paulinho teve seu primeiro emprego trabalhando – imagine! – numa agência bancária. Isso foi em 1964. No local de trabalho, ele reencontra uma figura que já tinha visto antes, nas rodadas musicais promovidas por seu pai: o poeta Hermínio Bello de Carvalho, que o convida para visitá-lo no seu apartamento, no bairro do Catete.
No contato com Hermínio, é que o cantor tem oportunidade de conhecer, através de gravações e pessoalmente, o trabalho de compositores e sambistas como Zé Kéti, Elton Medeiros, Cartola, Carlos Cachaça e Nélson Cavaquinho. No contato o poeta e algumas dessas pessoas, deixou a timidez de lado a arriscou mostrar também algumas de suas composições. Dentre essas estavam “Duvide-o-dó” e “Valsa da Solidão”. A primeira seria gravada depois por Isaurinha Garcia (uma das grandes cantoras do Brasil nos anos 40 e 50) e receberia uma versão mais recente de Toquinho. A segunda foi sucesso na voz da divina Eliseth Cardoso, de quem já tivemos oportunidade de falar nesta série sobre MPB.
Em 1965 o artista forma o Conjunto A Voz do Morro. São gravados três discos e logo no primeiro trabalho um funcionário da gravadora sai perguntando o nome de cada integrante do grupo. “Paulo César”, responde o filho de seu Benedicto Ramos de Faria, ao que o rapaz retrucou: “Isso não é nome de artista”. Segundo consta do site oficial de Paulinho, Zé Kéti estava presente e repassou essa história ao crítico de música Sérgio Cabral, que a publicou no jornal. A partir daí nasceu o Paulinho da Viola.
Em 1968 o carioca gravou seu primeiro disco solo e no ano seguinte venceu o último Festival de Música da Record, com “Sinal Fechado”. Esta se tornaria conhecida em todo o país na sua voz, numa interpretação marcante de Chico Buarque, num duo deste com Maria Betânia e ainda numa versão meio exagerada do Fagner.
Já ligado a ala de compositores da Escola de Samba Portela, gravado por cantores e cantoras importantes do País, Paulinho da Viola se tornou um nome nacional em 1970, com a composição “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”. Essa música se tornou um grande sucesso em todos os estados, tocando nas emissoras de rádio do Sul, Sudeste, Nordeste e outras regiões do país, dia e noite.
A partir daí a sua carreira se consolidou. Gravou praticamente um disco a cada ano, começou a ser requisitado para shows na maioria das capitais e entrou na década de 80 com o mesmo pique, embora tenha gravado menos. Prosseguiu nos anos 90 e na década atual o seu trabalho e está chegando aos 68 anos com muita vitalidade e talento. No palco, Paulinho é um artista extremamente simples e modesto. Toca, canta, conversa, como se estivesse na esquina de casa, sendo ouvido por amigos.
Além das já citadas “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” e “Sinal Fechado”, é importante citar, dentre as músicas de Paulinho da Viola, canções como “Para um Amor no Recife”, “Argumento”, "Dança da Solidão", "Coisas do Mundo Minha Nega", "Onde a Dor não Tem Razão", "Sai lá Mangueira", além da interpretação marcante de composições de outros grandes nomes da MPB. “Nervos de Aço”, de Lupicínio Rodrigues, é certamente a mais representativa, tendo esta bela canção de amor recebido depois inúmeras regravações que vão de Simone a Fábio Júnior.
Paulinho da Viola, que encerra a 20º edição do Festival de Inverno de Garanhuns não é só um cantor e compositor. É capítulo da história da Música Popular Brasileira. Junto com seu pai, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Cartola, Zé Kéti, Chico Buarque, Toquinho, Eliseth, Elza Soares, Ernesto Nazaret, Elton Medeiros, Hermínio Bello e tantos outros que cruzaram com ele em algum momento enriquecendo o universo da nossa MPB.
Salve Paulinho da Viola!
(Fontes de consulta: biografia do site oficial do artista, enciclopédia google, discografia de Paulinho, jornais, revistas e sites da internet com informações importantes sobre o compositor, Isaurinha Garcia e outros cantores ou cantoras citados).
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