FILMES INESQUECÍVEIS XIII

GLADIADOR

Ridley Scott, diretor americano, assinou grandes obras do cinema, que foram sucesso de crítica e de público em muitos países. Dentre seus trabalhos mais conhecidos estão "Blade Runner, o Caçador de Andróides" e "Alien, o 8º Passageiro". Ambos são trabalhos de ficção científica, embora tenham também ingredientes dos filmes de ação. Os dois longas, principalmente o primeiro, superior em muitos requisitos, se tornaram cults, tendo uma legião de fãs de diferentes gerações. Um outro longa respeitado do cineasta, para alguns o melhor de sua carreira, é o drama psicológico Thelma e Louise. Este conta a história de duas mulheres que fogem de uma vida monótona e chata, numa viagem sem volta pelo coração dos EUA. Recentemente, Ridley dirigiu também uma nova versão de Robin Hood.

No ano 2000, Scott dirigiu um filme bem diferente dos três primeiros citados acima. "Gladiador", uma espécie de épico na linha de "Ben Hur", "El Cid" e "Spartacus". O longa praticamente recuperou este gênero, tanto que depois dele várias produções na mesma linha chegaram ao circuito comercial, caso de "Alexandre" e "Cruzada".

Gladiador recebeu 12 indicações para o Oscar de 2001, ficando no final com cinco estatuetas, inclusive as de melhor filme, figurino e ator, com Russell Crowe. Embora seja excessivamente maniqueísta, mostrando Maximus como um herói perfeito, um guerreiro quase santo, enquanto Commodus é a encarnação do mal, o filme tem sem sombra de dúvidas grandes qualidades e prende a atenção do cinéfilo do princípio ao fim.

A direção é segura e competente, os figurinos e a reconstituição histórica de Roma são excelentes e o elenco é de primeira. Além de Crowe, num dos melhores desempenhos de sua carreira, temos Joaquin Phoenix perfeito fazendo o vilão, Richard Harris exuberante como o imperador Marcus Aurelius e Connie Nielsen marcante interpretando Lucilla, a irmã de Commodus.

Embora Marcus, da linhagem dos césares, tenha morrido na verdade da peste, no filme o diretor tomou a liberdade de tornar mais picante a história. O imperador é assassinado pelo filho, que ao assumir o poder manda também matar Maximus, sua esposa e o filho pequeno. Só ele, general do exército romano, consegue escapar, lutando contra seus algozes e reinicia uma nova vida, como escravo e gladiador, movido pelo sentimento de vingança.

Maximus, com o apelido de espanhol, começa a se tornar conhecido e amado pelo povo, até voltar a Roma e ao Coliseu, onde enfrentará lutas desvantajosas, porém terminará triunfando em todas, para insatisfação de Commodus. O novo imperador, um tirano, descobre que o lutador é o antigo general querido por seu pai e fará tudo para destruí-lo.

Gladiador, além da boa dose de aventura e ação, desperta o desejo de rever um pouco da história do império romano e discute, mesmo que não de forma aprofundada, a questão da ambição e do poder e o uso que se pode fazer deste último.

O reconhecimento deste trabalho extrapolou a fronteira dos Estados Unidos, tanto que o longa recebeu um prêmio da Academia Japonesa de Cinema, na categoria de melhor filme estrangeiro. Sucesso de público praticamente no mundo inteiro, teve ótima acolhida também no Brasil, levando multidões ao cinema e estando entre os mais alugados nas locadoras de videocassete e depois DVD. Ainda hoje é muito procurado, reprisado na TV aberta e por assinatura e às vezes recomendado por professores para trabalhos na área de história.

Com todas as qualidades apresentadas, principalmente as performances de Russel Crowe e Joaquin Phoenix, "Gladiador", lançado 10 anos atrás, bem merece figurar na lista de Filmes Inesquecíveis.

(Fontes de consulta: primeiro foi preciso rever o filme, pois quase 10 anos depois a gente esquece uma porção de coisas. Depois fiz uma pesquisa rápida pela internet só para confirmar nomes e datas de alguns filmes de Ridley Scott, chequei como se escreve o nome do cineasta e dos atores, pois sou péssimo para decorar a grafia de nomes estrangeiros e depois soltei a imaginação).