ÀS MINHAS MÃES – Judit Martins
Hoje é o dia de vocês duas...
Um dia nosso: também sou mãe, avó.
Vocês não estão aqui.
Não sei como presenteá-las,senão
com as rosas do
Reconhecimento e Gratidão.
Não me recordo de você, Mãe...
Senti falta da sua meiguice.
Eu lhe imaginei doce, alegre, simples -
como me disseram que era.
Você, Mamãe que conheci, sempre fechada,severa,rígida..
eu lembro de você. De vocês.
Não vim dizer-lhes palavras floreadas,desgastadas.
Eu quero dizer,Mãe,que sua lembrança está em mim,
em meu espírito,em minha carne - nunca nos separamos!
Eu lembro de vocês duas.
Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
"Vitória! Vitória! Tem minha paixão!"
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou
"Magoou-se pobre filho meu?
Vem buscar-me, filho, aqui estou
Vem buscar-me, que ainda sou teu!"
LA MAMMA
Há tanto amor
Tanta bondade
Em teu viver
Oh mamãe.
Enquanto a vida, em mim florir
Tua lembrança há de existir.
(Verso da música La Mamma, de Charles Aznavour e Robert Gall. A versão brasileira é de Nazareno de Brito)
LADY LAURA – Roberto Carlos
Novamente um menino
E na hora do meu desespero
Gritar por você
Te pedir que me abrace
E me leve de volta pra casa
E me conte uma história bonita
E me faça dormir
Só queria ouvir sua voz
Me dizendo sorrindo
Aproveite o seu tempo
Você ainda é um menino
Apesar de distância e do tempo
Eu não posso esconder
Tudo isso eu às vezes preciso escutar de você
Quantas vezes me sinto perdido
No meio da noite
Com problemas e angústias
Que só gente grande é que tem
Me afagando os cabelos
Você certamente diria
Amanhã de manhã você vai se sair muito bem
Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição
Nos momentos alegres
Sentado ao seu lado, eu sorria
E, nas horas difíceis
Podia apertar sua mão.
PARA SEMPRE – Carlos Drummond de Andrade
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
MÃE É ASSIM – Roberto Almeida
Ou era excesso de zelo, amor transbordando?
Os banhos sempre à tarde,
A comida feita com carinho,
A farda da escola,
Dinheiro para os doces...
Também aquela bola da infância
Sempre a correr pelas ruas, pelos campos...
“E o menino atrás”, como na música do Gonzaguinha.
A mãe agora chora,
Os filhos cresceram
Sumiram na estrada,
Estão travando a luta desigual,
Na cidade grande.
Ela tem lágrimas
Nos olhos.
Foi embora o pai, a mãe,
O companheiro de lutas...
Já passou por tanta coisa.
Viveu tanto, sofreu tanto.
Mas está firme,
Afinal de contas os meninos estão lá e cá,
Dando cabeçadas.
E o que será deles sem os seus cuidados?
É assim, ser mãe.
*A ilustração acima foi tomada emprestada do Blog Rosas do Capibaribe.
eu acredito em voce
ResponderExcluirSr. Anônimo: Se a intenção foi reconhecer a beleza dos versos de tanta gente boa. Obrigado. Se quis gozar com a poesia por mim assinada, lamento. Nos versos eu falo/homenageio a minha mãe. Você tem uma?
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